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Nada é o que parece ———————————————————————
FESTAS SÃOUM LEMBRETE constante de que devemos aproveitar a vida ao máximo. Eu as adoro, ainda mais quando são em minha casa, mas essa especialmente é diferente. Pois é a primeira em que Samantha é a anfitriã.
Seus pais com certeza não imaginam que sua piscina está lotada de adolescentes ouvindo música alta e cheirando pó. Consigo até ouvir a voz repreendedora de Daniel “o que significa isso, filha?”
Acho engraçado como Samantha se esforça para parecer uma garota rebelde, quando na verdade é simplesmente perfeita. Enquanto eu, me esforço para ser perfeita aos olhos dos meus pais, mas sempre sou vista como algo quebrado.
Sinceramente, eu mataria para ter a mesma relação que Samantha tem com seus pais. Egoísta, eu sei.
— Não acredito que riscou o carro do Jordan com uma tesoura de ponta. — Samantha disse boquiaberta assim que lhe contei sobre o ocorrido da semana passada. — Isso é… loucura, Cady. Até para você.
— O idiota mereceu, olha só o que ele me mandou. — mostrei as mensagens dele para ela e a vi balançar a cabeça negativamente.
— Que babaca. — Samantha disse com repulsa explícita. — Mesmo assim, não acho que vandalizar o carro dele resolva alguma coisa.
Reviro os olhos. Amo Samantha, mas nosso senso de justiça é completamente distinto.
— De qualquer forma, já está feito. — falei por fim.
— Foi até Santa Mônica sozinha só para fazer isso? — Samantha balançou a cabeça em negação outra vez.
— Eu não estava sozinha. — sussurrei olhando para os lados.
Acho que posso contar esse pequeno detalhe à ela. Eli Moskowitz não é tão ruim quanto aparenta, e conhecendo Samantha como a conheço, acho que ela concorda comigo.
— E estava com quem, hein? — ela estreitou os olhos em minha direção enquanto sussurrava de volta.
Por estarmos sentadas nas espreguiçadeiras, mais afastadas dos outros, posso relaxar um pouco ao lhe contar sobre minha companhia inusitada.
— Eli Moskowitz.
— Quem é Eli Mosk… espera, é o garoto do lábio esquisito. — Samantha quase gritou, me fazendo colocar as mãos sobre sua boca, sujando meus dedos com seu gloss.
— Fala baixo, Sam! Quer que a vizinhança inteira ouça você? — tirei minhas mãos de seu rosto enquanto as limpava em meu biquíni verde água.
— Desculpa, mas eu não esperava você saindo com… ele. — ela fez uma careta estranha ao mencioná-lo, fazendo com que eu me questionasse internamente se contar a ela fora uma boa ideia.
