A noite estava silenciosa quando Ayra chegou à propriedade de seu tio Albert, acompanhada apenas por Rubi, que carregava um discreto sorriso nos lábios. A mansão estava iluminada, e Ayra sabia que Albert, acreditando em sua suposta vitória, estaria se deliciando com a ideia de que havia se livrado de qualquer ameaça. Para ele, Ayra não passava de uma memória trágica do passado.Ela entrou pelos fundos, aproveitando-se de seu pequeno grupo de infiltradores. Os passos eram leves e silenciosos, e em questão de minutos, Ayra já estava na cozinha, observando os preparativos para o jantar de Albert. Com a faca de combate em mãos, ela deu o primeiro sinal para Rubi, que desapareceu entre os corredores, disfarçada de uma criada qualquer.
Quando finalmente adentrou a sala de jantar, Albert estava sozinho à mesa, com um sorriso de satisfação, segurando uma taça de vinho. Ao erguer o olhar, sua expressão mudou de satisfação para puro choque.
-Ayra... como? ele mal conseguiu formular a pergunta, os olhos arregalados e a mão trêmula.
Ayra se aproximou, calmamente, como se estivesse apenas visitando um parente querido, com um sorriso cortante e os olhos cheios de desprezo.
-Surpreso em me ver, tio? Eu tinha certeza de que ia gostar desse "reencontro".Albert se recompôs, largando a taça de vinho e tentando retomar o controle da situação.
-Eu te subestimei, Ayra. Mas você não vai sair daqui viva. Eu ainda tenho a vantagem.Antes que ele pudesse terminar, Ayra sacou a faca que antes teria pego, e a apontou diretamente para ele, calando-o instantaneamente.
-Não adianta. Seus homens já foram tratados. Eu vim sozinha, e você vai me ouvir até o final, disse ela, dando um passo mais perto, até quase encostar a lâmina em sua garganta.Com a ponta da faca próxima, Ayra começou a falar, revelando detalhes que o deixaram ainda mais perturbado. Ela sabia das traições, do passado obscuro dele com seus pais, e como ele havia manipulado tudo para tomar o controle da fortuna da família.
-Você sempre quis tudo, não é, Albert? Dinheiro, poder, respeito. E quando percebeu que meus pais não iam te dar o que queria, achou mais fácil matá-los e roubar a herança.
Ele tentou disfarçar o medo, mas o suor em sua testa o denunciava.
-Isso não muda nada. Você ainda é só uma criança - ele resmungou, com os olhos vidrados na faca.Ayra riu, uma risada fria e calculada. - Criança? Talvez. Mas uma criança com um exército. E uma criança que, diferentemente de você, sabe o que fazer para proteger o que é dela.
Albert, em um último ato desesperado,
levantou-se da cadeira e tentou puxar uma lâmina escondida sob a mesa. Mas Ayra foi mais rápida, imobilizando-o e o forçando a cair de joelhos. Com os olhos cheios de raiva, ela sussurrou ao seu ouvido:
- Essa é sua última chance, Albert. Eu posso acabar com você agora, ou você pode me dizer tudo o que eu preciso saber sobre a sua organização.Ele, sem saída, começou a gaguejar detalhes sobre suas operações e contatos, tudo para salvar a própria pele. Mas Ayra, ao final, suspirou como se estivesse entediada, e com um último olhar de desprezo, deu o veredito.
- Boa tentativa, tio, mas sua utilidade acabou.
Com um movimento rápido, Ayra acertou o golpe final, cortando seu pescoço. Albert caiu no chão, incapaz de acreditar que sua própria sobrinha o havia superado. Ela se levantou, olhando para o corpo imóvel, e ajeitou a faca em sua cintura, chamando Rubi com um simples gesto.
- Rubi, limpe isso e deixe um recado para quem quer que ache o corpo. Algo simples, como "Nunca subestime a pequena Ayra."
Rubi sorriu e começou a arrumar a cena, enquanto Ayra se dirigia calmamente para a saída. Aquele era só o começo de sua vingança. Ela sabia que muitos ainda tentariam barrar seu caminho, mas nada a deteria de consolidar seu poder. Ayra estava finalmente pronta para enfrentar todos os que ousasse cruzar seu caminho.
Com o sangue de Albert ainda fresco em sua mente, Ayra não se permitiu descansar. Sua próxima parada era o quartel-general da organização de assassinos que ele havia comandado. Ela sabia que o poder de Albert não residia apenas na fortuna que ele havia roubado de sua família, mas também em uma vasta rede de assassinos e informantes que ele usava para se manter intocável. Tomar o controle dessa organização seria essencial para consolidar seu poder e neutralizar qualquer ameaça remanescente.
Rubi, que acompanhava Ayra como uma sombra leal, se adiantou para sondar o terreno antes de sua chegada. O prédio era discreto, quase imperceptível em uma rua aparentemente tranquila, mas Ayra conhecia bem os segredos que escondia. Com a ajuda de seu pequeno exército de infiltradores, Ayra conseguiu identificar a localização exata de cada sentinela, de cada guarda oculto, e até mesmo das armadilhas preparadas para intrusos.
Assim que entrou no prédio, Ayra enfrentou resistência de alguns dos homens de Albert, mas sua determinação e habilidade foram implacáveis. Um a um, os assassinos leais ao seu tio caíam, ou se rendiam ao perceber que lutar contra Ayra seria inútil. Ela os subjugava com uma mistura de força e astúcia, deixando claro que agora ela era a nova líder.
No final da noite, Ayra havia conquistado a lealdade da maioria dos membros da organização, impondo um novo reinado de respeito e temor. Quando o silêncio finalmente caiu sobre o local, ela subiu ao escritório central, onde descansava uma única poltrona que outrora fora de Albert. Sentando-se nela, Ayra sentiu o peso de sua vitória e a realização de que, após tanto sofrimento, ela havia tomado de volta o que era seu por direito.
Com um último olhar para Rubi, ela sorriu e disse:
Isso é só o começo. Eles verão do que sou capaz.
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Um Assassinato Perfeito
Novela Juvenil☆primeira história☆ ☆fiz no tédio☆ • Ayra era uma garotinha que tinha seus dias felizes até seu aniversário. Ela não sabia que nesse dia sua vida iria mudar completamente. •"[...]Desde de pequena não entendi o meu propósito de ter vindo a este mundo...