No morro

02

Manuela🌸

Tava indo embora para casa com meu sapato na mão e minha bolsa no ombro, baile foi até divertido.

Sabe aquela sensação de que você tá sendo observado, já olhei tudo na minha volta e só vi um carro preto vindo na minha direção.

Rapaz deu nem outra, já sai correndo que nem maluca, o carro acelerou mais me acompanhando.

Eu já tava ofegante de tanto correr, quando o vidro do carro abaixou e aquela voz falou comigo eu gelei na hora.

Gb: Qual foi, maluca! Entra aí.-gritou destravando a porta do carro.

Eu encarei ele sem entender, apesar de já ter sido bem mais próxima dele, achei estranho ele oferecendo carona após passar o baile todo me encarando.

Manu: precisa não, já tô quase chegando.-falei com ele que riu da minha cara e olhou para a frente, tudo bem que eu tô chegando em todos os lugares menos na minha casa né.

Cansada de ter que andar esse morro todo eu entrei no carro e bati a porta, primeira coisa que eu senti foi o cheiro do perfume dele e de maconha.

Me ajeitei no banco e ele me encarou com uma sobrancelha arqueada, a gente costumava odiar esse silêncio que ficava, porém conforme o tempo vai passando você começa a perceber que tudo vai mudando também, as pessoas mudam e o que resta é apenas as memórias.

Gb: passei o baile todinho te palmeando e você nem aí para mim.-falou enquanto dirigia.

Manu: sério? Nem percebi acredita?.-qualquer um poderia perceber o sarcasmo na minha voz.

Gb: pode deixar na próxima eu faço questão de você perceber, manuzinha!.-falou e me encarou com aquela cara de cafajeste dele.

Quando ele foi trocar de marcha eu senti os dedos dele roçando na minha perna e foi automático o arrepio que me deu, me ajeitei um pouco desconfortável no banco e rezei para ele não perceber.

Manu: Pode deixar que no próximo eu faço questão de nem ir.-falei piscando para ele que gargalhou.-tá todo risonho você né, quero vê quando sua mulher vê você dando carona para as outras aí na rua.

Foi falar isso é o sorriso dele caiu na hora papo reto, nunca vi alguém perder a animação em tanto pouco tempo.

Graças a Deus ele já tava parando em frente a porta da minha casa, eu apenas agradeci a carona e saí batendo a porta do carro, ele não falou mais nada só saiu arrancando com o carro.

Doido

Destranquei o portão e já fui entrando em casa, joguei o salto ali perto da entrada e deixei a chave na mesinha.

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Sem revisão