11.

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No campo de batalha tumultuado, Rhaegar lutava com a intensidade de um furacão. O chão estava coberto de destroços e a fumaça das explosões tornava o ambiente opaco e hostil. Alguns corpos espalhados, enquanto a Targaryen sorria grandiosa.

Com sua espada empunhada, Rhaegar avançava com precisão letal, cortando e bloqueando os ataques que vinham de todos os lados. A batalha parecia interminável, e a resistência dos inimigos não dava trégua. Ela sentia Daemon a alguns metros dela, também ocupado com os inimigos. Em um movimento rápido, ela  desviou de um golpe, mas foi incapaz de evitar totalmente o ataque de um oponente que conseguiu atingir suas costas, a lâmina rasgou suas costas.

O ferimento a fez estremecer, e a dor foi aguda e imediata. Ela revirou o golpe cortando a cabeça do inimigo. Seus olhos desfocaram por alguns instantes com a dor se espalhando por seu corpo. Enquanto tentava manter a compostura, seus pensamentos fugiram do campo de batalha.

Ela segurou firme o cabo de sua espada, mas não pode evitar sua mente sair daquela batalha. Ela imaginou o rosto de sua esposa, Alyssane, com seu olhar gentil e encorajador. Ou até mesmo o olhar frio e indiferente. Também havia poucos momentos onde ela parecia gostar da presença de Rhaegar. O pensamento dela, sereno e distante, era um contraste reconfortante com a brutalidade ao seu redor.

— Princesa? — um dos homens da frota Valaryon a tirou de seu transe

Ela pareceu voltar a realidade, o sangue molhando suas costas. Ela então ergueu os ombros tentando se manter firme.  O desejo de voltar para ela e proteger o que mais amava deu-lhe uma motivação renovada. Com a dor persistente nas costas, Rhaegar continuou a lutar, determinado a sobreviver.

No acampamento após a vitória sobre a Triarquia, Daemon andava de um lado para o outro ao ver Rhaegar estendida em uma cama, coberta com um manto de lã. A tenda ao redor deles estava iluminada por lanternas de óleo, suas chamas lançando sombras tremeluzentes que dançavam nas paredes de tecido. A atmosfera estava carregada com o cheiro de poeira, sangue e o aroma medicinal dos tratamentos para ferimentos.

— Meu príncipe, creio que logo a princesa estará bem. — um dos homens disse em um tom baixo, tentando não causar a ira do Targaryen

— Eu acho bom que isso aconteça. — Daemon praticamente rosnou para o pobre homem, que se encolheu e saiu da tenda

Rhaegar estava em um estado de exaustão e dor. O ferimento em suas costas, um corte profundo e inflamatório, não parecia estar cicatrizando como esperado. As feridas estavam infectadas, e a dor constante parecia ter sua própria vida, pulsando e se retorcendo a cada movimento. Ela havia sido tratada com urgência, mas o desconforto persistia.

Em um momento de alucinação, Rhaegar via uma figura que se destacava entre as sombras. Era Alyssane, mas não como a lembrava. Ela estava distante, seus olhos pareciam tristes e seu semblante marcado por uma expressão de desapontamento e preocupação. Ela tentava estender a mão para ela, mas ela se distanciava sempre que Rhaegar fazia um movimento, como se estivesse além de seu alcance.

Sua mente oscilava entre momentos de clareza e confusão. Rhaegar se lembrava de momentos passados com Alyssane, de como ela havia demonstrado um cuidado terno mesmo quando suas interações eram tensas. O contraste entre esses momentos de paz e a dor desesperadora que sentia agora era quase insuportável. A imagem dela se tornava uma âncora em sua mente, um lembrete do que ela havia deixado para trás e do que esperava retornar.

Algo havia mudado, alguma coisa ao menos estava mudando em Rhaegar. Quando a febre a deixou e a Targaryen pode pensar com clareza, ela percebeu que a única coisa que tinha sido suportável durante os dias foi cada lembrança e memória vivida de Alyssane.

Chamas Ardentes • Rhaegar Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora