Eastside

Four

Dia 2 - 1

- Pegou tudo? - Namjoon pergunta após trancar a porta do quarto de hotel. Jimin concorda segurando ambas mochilas.
- Vou deixar as chaves na frente, me espera no carro?

- Claro, vou apenas passar na máquina de salgadinhos antes! - avisa quando os dois tomam caminhos opostos. Jimin deixa as mochilas no carro antes de seguir para máquina de lanches.

A noite anterior foi tranquila para o castanho, mas o loiro não estava se sentindo totalmente tranquilo. A conversa sobre fazer as coisas do jeito certo haviam atrapalhado o sono de Jimin e embora soubesse que não estava fazendo nada errado, ele parou para pensar.

Já na máquina ele compra cinco pacotes de salgadinhos variados, apenas pelo fato de que ambos não tem muita comida, e por não estarem super bem localizados está preocupado que o próximo hotel de beira de estrada não seja muito perto quando precisarem fazer uma segunda parada.

- Desculpa a demora, teve um que ficou preso - avisa ao mais velho entrando no carro, jogando os pacotes de salgadinhos sobre suas pernas. Namjoon sorri da forma que o outro atira os salgadinhos com certo desleixo, mas não se importa com isso, apenas acha fofo.

- Vamos parar em um lugar pra tomar café? Estou faminto - Jimin assente a fala do castanho.

- Posso usar seu celular pra procurar um lugar

- Fica a vontade - diz sem tirar o olho da estrada. O loiro pega o celular de Namjoon e navega pela tela não se demorando para encontrar um restaurante que fica a dez quilômetros de distância de onde estão.

- Dez quilômetros é longe? - questiona pensativo.

- De carro não, a pé, sim. Tem um restaurante a dez quilômetros?

- Uhum

- Tudo bem, consigo aguentar, abre um salgadinho?

- Claro! - Jimin recolhe os pacotes em seu colo, os organizando.
- Churrasco, queijo, alho e cebola, tradicional e camarão, o que vai querer?

- Nossa, são vários sabores - o castanho murmura pensando, ainda olhando para o caminho a frente.
- Camarão parece inovador

- Okay! - o loiro sorri e deixando os pacotes não escolhidos a deriva no carro, abre o pacote sabor camarão.
- Aqui - estende dois salgadinhos na direção dos lábios do outro, Namjoon acha fofo ele querer alimenta-lo.

E não é que ele não consiga comer, ele dirige bem com uma mão só, mas agora que Jimin começou a dar a comida na boca dele, não pretende deixá-lo saber que ele consegue.

.

2014 - Janeiro

- Você vai ficar bem lá?

- É claro, olha meu tamanho! - comentou Namjoon ao perceber o olhar preocupado do outro. Jimin se sentiu sem amparo. Passous os dez dias que se seguiram a notícia se sentindo péssimo, mesmo que o outro fizesse de tudo para melhorar a situação.

Eles passaram os dez dias se encontrando todos os dias, fizeram várias coisas diferentes e aproveitaram bastante para um olho mal treinado que os vissem de longe.

O mais novo só queria mais tempo, e por uns dias culpou e até mesmo amaldiçoou o pai do de cabelos pretos. Não que ele tivesse dito a Namjoon, mas em sua mente sozinho em seu quarto ele xingou muito o pai do amigo.

- Você é muito alto... - murmurou com a voz embargada, abraçando o corpo esbelto do outro. Não esperava que fosse um abraço longo, mas não queria deixá-lo ir, mesmo que ele não estivesse indo embora para sempre.

- Eu preciso ir, Jimin... - avisou com um pesar no coração. Ele não queria ir mas depois de uns anos lutando contra a tirania do pai, decidiu apenas abaixar a cabeça e aceitar, pelo menos até conseguir seu próprio dinheiro e assim sumir para sempre.

O menor se afastou dele e olhou com os olhos marejados na direção do outro. Agora de cabelos cortados e já vestindo a farda do exército. Se encararam por quase um minuto, antes de Namjoon caminhar para fora do jardim da frente da casa de Jimin.

- Você vai me escrever uma vez por semana, certo?

- Certo! - respondeu sorrindo, não queria deixá-lo mais triste então se absteve de chorar.

- Você promete?

- Eu prometo! - Namjoon, solidificou a certeza no coração do menor que sorria entre lágrimas enquanto assistia o melhor amigo se afastar e entrar num carro que já o esperava.

Enquanto observava Namjoon seguir dentro do carro, até o automóvel ficar pequeno e entrar numa bifurcação, Jimin estava apertando com força o pequeno embrulho que o outro trouxe para si. Ele ficou tão mal, mesmo sabendo que ia acontecer, que não abriu na frente do mais velho.

"Use todos os dias"

Recordava das palavras de Namjoon quando entregou, antes de ficarem sem fala pelos minutos seguintes antes da real despedida.

Ali na grama verde do jardim de sua mãe, Jimin abriu o embrulho e encontrou uma pulseira, com uma pedra igual a do colar que deu a Namjoon e dentro da pedra uma flor de cerejeira, de apenas quatro pétalas. E enquanto o tempo mudava e ficava mais frio, suas lágrimas caíram serenas em sincronia com o flocos de neve sobre seu corpo.