Distância - Parte I

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Yanluo não conseguia tirar a imagem da deusa lua de sua mente

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Yanluo não conseguia tirar a imagem da deusa lua de sua mente. Dia após dia, finalizando suas atribuições, ele escapava para os jardins do Palácio da Noite a fim de contemplá-la. Muitas vezes, tinha apenas o vislumbre do seu rosto triste de alguma das janelas, outras ela não aparecia de nenhuma forma. Mas, quando tinha a sorte de vê-la à beira do lago das estrelas, ficava por longo tempo admirando sua beleza etérea lembrando-se sempre da advertência de Yue Lao que ela estava ciente da sua presença, mas nunca lhe expulsara ou chamara sua atenção.

Em muitos momentos ele quis se aproximar. Queria ouvir o som da sua voz. Mas sempre que reunia coragem para ir até ela, esta morria no momento em que seus olhos a contemplavam, então ele se encolhia atrás de uma árvore ou sentava-se atrás de um muro para observá-la de longe, calando seus anseios, julgando-se indigno de aparecer em sua presença.

— Engolindo pólvora de novo? — indagou Yue Lao quando ele retornou em um dos dias que ela não apareceu.

Não respondeu, fingindo que o velho não estava falando com ele, olhou para os lados fazendo uma careta e cruzou os braços.

— Outra vez no Palácio da Noite?

— Tem vinho aí? — Ignorou a pergunta, largando-se do lado oposto da mesa.

— É o período do recolhimento, ela não vai aparecer por algum tempo — explicou mesmo que não tenha pedido. Usando sua magia, fez aparecer três jarras de vinho diante dele.

Yanluo não disse nada, desatando o nó do tecido que cobria a jarra e tomando um grande gole. Sabia que o velho era contra suas visitas aos nove céus, não apenas por causa das demais divindades, sempre de olho na deusa lua, mas por ela própria. Tinha a impressão que ele sabia algo e não estava contando.

— Ouça garoto, o seu destino não está ligado a ela, quanto antes desistir melhor para você — advertiu. — Se quiser, posso tentar encontrar uma companheira para você, embora vá levar mais tempo do que sua paciência provavelmente deseje esperar.

— Não estou interessado — dispensou tomando mais um generoso gole do vinho. — Você pensa demais, velhote, só estou curioso com ela, nada mais.

— Não me tome por idiota — resmungou irritado. — Quem você pensa que está enganando? Ainda assim, falo sério quando mando desistir. A deusa lua não pode sentir nada.

— O que quer dizer? — Fez uma careta. — Ela parece muito triste para alguém insensível.

— Bem, ela não sabe que está triste, duvido muito que sequer entenda o que é tristeza ou solidão — suspirou. — Os nove céus tiraram os sentimentos dela há muito tempo. Essa é uma história muito comprida, garoto.

Após muito insistir, Yue Lao acabou lhe contando sobre a calamidade de Taiyan e a profecia da queda dos mundos. Se Yanluo precisava de mais um motivo para odiar a corte celestial, ali estava ele. Queria ir até ela e ensinar-lhe os sentimentos, devolver aquilo que foi tirado dela, algo como ele seria capaz disso?

三生三世 生死劫 [Amor Eterno - Calamidade de Vida e Morte]Onde histórias criam vida. Descubra agora