Bunny

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Eu estava saindo da loja de conveniência com as sacolas de alimentos nas mãos, enquanto o vento frio da noite de Busan batia contra meu rosto

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Eu estava saindo da loja de conveniência com as sacolas de alimentos nas mãos, enquanto o vento frio da noite de Busan batia contra meu rosto. Olhei para trás uma última vez, vendo dois senhores ainda conversando perto da entrada. As palavras deles ecoavam na minha mente, me deixando inquieto.

"Não seja tão curioso... È un percorso senza ritorno... existem segredos lá. Cuidado com a casa ao lado, Park..."

Um arrepio subiu pela minha espinha, mas sacudi a cabeça, tentando afastar aquela sensação incômoda. Apressando o passo, voltei para casa. As luzes da rua eram fracas, lançando sombras longas e sinistras pelo caminho.

Ao chegar, encontrei minha mãe organizando algumas coisas na cozinha. Ela me deu um sorriso acolhedor, mas seus olhos refletiam cansaço.

— Jimin, querido, conseguiu tudo?

— Sim, mãe. Trouxe tudo que pediu.

Entreguei as sacolas e observei enquanto ela as colocava na bancada. Meu pai desceu as escadas segurando algumas caixas, lançando-me um olhar preocupado.

— Tudo bem, filho?

Assenti, tentando parecer despreocupado.

— Sim, só estou um pouco cansado.

Depois de ajudar meus pais a organizarem o restante das coisas, subi para o meu quarto. A casa finalmente começava a parecer um lar. Meu quarto era o último no corredor, um lugar onde eu podia encontrar um pouco de paz. Fechei a porta e me joguei na cama, exausto. Mas minha mente continuava voltando à conversa dos senhores na loja.

"A casa ao lado... um homem misterioso... neon... vampiro? Que besteira. Mas por que isso está me incomodando tanto?"

Suspirei, fechando os olhos e tentando acalmar meus pensamentos. Mas a curiosidade me consumia. Eu precisava saber mais sobre essa casa e seu morador misterioso.

Na manhã seguinte, acordei com o sol entrando pela janela. Levantei-me e me espreguicei, sentindo o peso das caixas que carreguei no dia anterior. Mais uma vez, a casa vizinha ocupava meus pensamentos. Não entendia o motivo, mas algo lá me intrigava.

Fui direto para o banheiro tomar um banho gelado e fazer minha higiene. Depois, enrolei a toalha na cintura e fui ao closet escolher uma roupa.

Meu quarto era bem espaçoso e moderno, com uma cama de casal, uma TV de 70 polegadas, um closet grande e um banheiro com uma pia de mármore, um espelho enorme, um chuveiro perfeito e uma banheira média. Tudo em tons de cinza e branco. Para mim, era perfeito.

Peguei uma camiseta leve e um par de shorts, pronto para enfrentar o calor do dia.

Desci as escadas e encontrei meus pais tomando café na cozinha.

— Bom dia, filho. Dormiu bem?

— Dormi bem, obrigado. — Sorri.

Peguei uma maçã da fruteira e mordi, sentindo o suco doce explodir na minha boca. Após o café da manhã, saí pela porta da frente, decidido a explorar a vizinhança.

Minha casa era bem grande e agradável, com três andares. Meus avós a construíram espaçosa, pois diziam que não gostavam de ficar sozinhos. O primeiro andar abrigava a cozinha, a sala, lavabos e um quarto que era da minha tia-avó cadeirante. Ela faleceu quando eu era pequeno, e o quarto no andar de baixo a deixava mais confortável.

No segundo andar, temos cinco quartos e um banheiro para visitas. Eu e meus irmãos ocupamos três dos quartos, deixando os outros dois para visitas. O terceiro andar é o sótão, onde guardamos coisas que não usamos. Ele é bem claro, mas confesso que tenho um pouco de medo de lá...

Reformamos toda a casa antes de nos mudarmos. Ela já estava bem velha desde que meus avós faleceram. Agora, com a reforma, ficou como eu sempre sonhei.

Na frente da casa, temos um jardim com rosas brancas e vermelhas, orquídeas e minhas flores favoritas: peônias. No quintal, há um gramado verde, algumas flores, uma cerejeira e trepadeiras de sombra que florescem na primavera. É tudo muito bonito — borboletas sobrevoam as flores, abelhas pousam nelas, passarinhos cantam, e temos uma pequena "cachoeira" que desemboca em um lago de pedras, onde animais se refrescam.

Como eu adoro a primavera!

Enquanto caminhava, mergulhado em pensamentos, nem percebi o sorriso no meu rosto. Foi quando senti algo bater contra meus pés.

Olhei para baixo e sorri.

Era um coelhinho branco de olhos vermelhos. Ele parecia atento aos meus movimentos. Me abaixei para acariciá-lo, e ele aceitou o carinho, abaixando as orelhinhas.

Aproveitando a oportunidade, o peguei no colo e continuei fazendo carinho.

— Olá, amiguinho... Está perdido? Será que você fugiu? — Olhei ao redor, procurando alguém na rua, mas não havia ninguém.

"Será que meus irmãos deixariam eu ficar com você? Você é tão bonitinho...", pensei.

— Onde será que você mora, huh? — perguntei, enquanto ele olhava fixamente para a frente.

Segui o olhar dele e me deparei com a casa vizinha — aquela sobre a qual ouvi na loja de conveniência. Era uma casa antiga, com janelas empoeiradas e uma fachada que precisava de reparos. Uma cerca de ferro forjado rodeava a propriedade, e o jardim estava tomado por ervas daninhas, com árvores que pareciam não ser podadas há anos.

"Que coisa mais macabra", pensei.

Sacudi a cabeça, voltando minha atenção ao coelhinho, e decidi que ficaria com ele. Entrei em casa e encontrei meus irmãos na sala, assistindo TV. Ji-Hyun me olhou com um sorriso malicioso.

— Então, mano, foi investigar a vida dos vizinhos gatinhos?

Revirei os olhos, tentando parecer indiferente.

— Para de encher o saco, Jihyun, deixa o Jimin. — Nayeon disse, me defendendo, ou assim pensei.

— Acha mesmo que, se o Jimin quisesse um dos garotos, ele só daria uma olhada? Do jeito que ele é, já teria laçado um gatinho! — Ela riu, e Ji-Hyun a acompanhou.

Minha família já sabe que sou gay. Me assumi há dois anos, e todos me apoiaram. Quando tive meu primeiro namorado, ele foi bem recebido por todos. Mas o relacionamento acabou no ano passado por causa de traição.

Descobrir uma traição... dói.

Dói 'pra um caralho.

Sofrer por amor machuca.

Amar machuca.

Muito...

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Desculpem qualquer erro ortográfico 💜

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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