Capítulo 7

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                            BRIELLE

            A figura que antes Brielle via como uma mulher linda de cabelos ruivos, avança com passos firmes e silenciosos, seus olhos brilhando intensamente no escuro. Ela é uma criatura monstruosa, com uma pelagem densa e musculosa. Seu rosto é uma mistura de fúria e controle, e suas garras são visíveis, afiadas como lâminas.

      Brielle olha para os lados a procura de um abrigo, temendo que a criatura não a reconhecesse. Porém, tudo que Hayle via era Sr. Alberto.O homem que a abusou diversas vezes, ele ergue os punhos de forma desajeitada, tentando lançar um soco. Hayle com um movimento ágil e preciso, esquiva-se facilmente. Com um movimento de suas garras, ela desvia o golpe e, com um giro rápido, acerta uma patada que faz o homem voar para o chão. Alberto se arrasta, tentando se levantar, mas seu corpo está pesado e descoordenado.

        Hayle se aproxima lentamente, suas garras estendidas. Ela parece estar se divertindo.Com um movimento rápido, ela se abaixa e coloca uma pata sobre o peito do homem, imobilizando-o. Ele olha para ela com os olhos arregalados, a consciência começando a clarear à medida que o pânico se instala.

           Alberto ficou imóvel, ofegante e com o olhar aterrorizado. Ela se ergue lentamente, observando-o com uma mistura de desdém e um sorriso no rosto. Arranca a cabeça dele,puxando-a pelos cabelos. Sangue se espalha por todo o chão,espirrando em Brielle. Um rosto aterroziado caiu no chão. Brielle começou a tremer, a criatura olhou para ela e caminhou em sua direção. Ela tentou se encolher,sem êxito. A criatura tocou o rosto dela com um carinho maternal, entretanto seu olhar era astuto.

           Por um momento o vento volta a soprar, e a gaiola entra em um profundo silêncio. A criatura se afasta e hayle em sua forma humana se aproxima de Brielle e a abraça.

       — Meu deus, você está bem?

   
      — Estou, que porra você é? — seus lábios ainda tremendo não transpareceu a raiva que estava sentindo.

      — Eu sou uma metamorfa, não precisa ter medo de mim, só levanta.


      — Achei que eles estivessem extintos.

     — Achou errado.

 
     Hayle puxou o braço de Brielle, ajudando ela a levantar. Estavam a poucos passos da porta de saída da gaiola, que dava diretamente ao castelo. Passando pela porta deixada aberta pelo Sr. Alberto, elas se depararam com corredores sombrios e labirínticos do castelo. O interior era um intrincado jogo de passagens,escadas e salas, todas adornadas com tapeçarias desbotadas e brasões antigos. As tochas nas paredes lançam uma luz tremeluzente que dança nas pedras frias.

       — Tem uma saída secreta por perto, quando eu era trazida para cá, eu acabei memorizando.

     — Esperta. — Disse Brielle que estava respirando pesadamente, a dor dos ferimentos recentes, deixou sua caminhada mais lenta. Porém, sua esperança estava aumentando sua determinação.

      Elas andam o mais rápido que conseguem por um corredor estreito, passando por portas de madeira reforçada e salas adornadas com móveis pesados e tapestries que balançam com o vento das janelas abertas. Elas evitam os guardas,que patrulham as áreas principais com lanternas, seus passos ecoando no chão de pedra.

       Hayle para de repente e sussurra.


     — Está é a ala das cozinhas. Podemos usar as passagens dos dutos para evitar os guardas.

      Elas entram na cozinha, um espaço vasto e escuro, com grandes lareiras e bancadas de pedra cobertas de utensílios e ingredientes esquecidos. O cheiro de comida velha e fumaça estava no ar. Hayle e Brielle se movem rapidamente, encontrando uma abertura no chão, coberta por um pesado tampo de pedra. Com um esforço, elas a levantam e descem para um túnel subterrâneo.

         O túnel é úmido e estreito, com paredes de pedra cobertas por musgo e fungos. O ambiente é abafado e o som da água pingando ecoa ao redor.O túnel se estende por um longo caminho antes de se bifurcar em uma bifurcação.

       — Há uma saída que leva para fora, além do fosso. — os conhecimentos que Hayle adquiriu durante as conversas com Sr. Alberto estavam valendo a pena.

    Elas seguem pelo túnel, seus passos reverberando nas paredes úmidas. A passagem se torna mais ampla e termina em uma pequena sala de pedra com uma única porta de ferro enferrujada. Hayle se aproxima da porta e, com um sorriso de alívio, retira do bolso a chave que pegou no quarto de Sr. Alberto. Abrindo a porta com facilidade, hayle se vira para Brielle estava com os olhos fechando de cansaço.

    — Finalmente, falta pouco. Aguenta Brielle, pelo amor de Deus.

      Brielle resmunga uma resposta abafada, se mantendo caminhando ao lado de Hayle.

          Elas atravessam a porta e encontram uma escada de pedra que leva até o nível do fosso. O fosso está vazio. A ponte levadiça que costumava cobrir a entrada principal está abaixada, provavelmente por conta de um problema mecânico.

        — Vamos ter que escalar.

       — Não consigo. — Brielle sussurra.

      Hayle colocou Brielle em suas costas e iniciou a escalada. Com bastante dificuldade, elas conseguem subir a tempo. Quando estão do lado de fora, elas se escondem atrás de uma pilha de pedras para esperar o momento certo.
A costela de Brielle arde com pontadas agudas, ela estava segurando o choro. Desistir não era mais uma opção, estavam tão longe e tão perto de reencontrar sua família.

       Enquanto o som dos guardas que patrulham o fosso se afasta, elas correm para a floresta próxima. O frio da noite e a umidade do solo não impedem sua determinação. Elas se escondem entre as árvores, seguindo um caminho seguro que Hayle conhece.

     O castelo fica para trás, uma silhueta distante que lentamente se dissolve na neblina da manhã. Hayle e Brielle seguem adiante, suas figuras desaparecendo na floresta enquanto o sol nasce, prometendo uma nova chance de recomeço.

     

Entre o trono e a arenaOnde histórias criam vida. Descubra agora