Capítulo 4

11 6 22
                                    

                             BRIELLE

    
        A respiração de Brielle estava ofegante, o medo penetrando em suas veias. O suor que  pingava de seu rosto,entrava na sua boca seca. Suas pernas estavam fracas, se esforçava para dar o próximo passo, correr estava longe de ser a melhor opção. Não podia perder agora,tinha que retornar para sua família. Os treinamentos seriam testados. Que os deuses a ajudassem. Sentiu suas pernas ficarem quentes e percebeu que tinha mijado em si mesma.
     
       Com a adaga azul cintilando em sua mão, percebendo que os dois homens estavam parados a encarando. Ela parou.  Seus olhos eram como brasas,focados nos homens que estavam a cercando. Ambos trajavam túnicas pretas com máscaras nos rostos e empunhavam espadas longas.

     O primeiro homem avançou com um movimento rápido, sua espada cortando o ar com um zumbido sinistro. Ela se esquivou habilmente, quase torcendo seu pé esquerdo, grunhiu em reprovação, deslizando para o lado e retaliando com um golpe preciso de sua adaga. A lâmina azul deixou um rastro de luz no ar quando se encontrou com a espada do oponente, faiscando em um choque metálico.

       Enquanto isso,o segundo homem flanqueava pela direita, tentando aproveitar a distração causada pelo primeiro ataque. Ela girou sobre si mesma, sua adaga fluindo em movimentos graciosos, a memória muscular ajudando mesmo estando quase sem forças. Conseguiu bloquear o golpe dele, aproveitando a inércia do ataque, ela deu um chute rápido com sua perna boa,acertando em cheio o estômago do homem, ela o fez recuar momentaneamente.

      O primeiro homem não desistindo,atacando novamente com uma série de golpes rápido e pesados. Obrigando ela a recuar, apesar de se mover com agilidade, não foi suficiente para desviar de um golpe que acertou sua costela. Foi de raspão, mas a ardência a deixou desnorteada. Ele não parou, desferiu mais uma vez arrancando pedaço da pele do braço dela. Ela gritou de dor, se agachou e esperou que a lâmina cortasse sua cabeça.

     O calor do sol e do seu corpo,tirou um pouco da angústia dos cortes, depois iria cuidar disso. Ela levantou o olhar frio e determinado para os dois, que riam de escárnio dela e estavam totalmente inebriados com o público batendo palmas e gritando seus nomes. Às vezes, a ganância de ser o melhor, te torna o pior naquilo que se propôs a fazer.

      Ela ficou ali por um momento, respirando profundamente, observando os homens cantarem vitória contra ela. De costas, eles até pareciam homens normais. Com um movimento rápido, ela lançou sua adaga na direção de um deles. A lâmina girou pelo ar e cravou - se profundamente em seu pescoço, jorrando sangue no rosto de seu companheiro. Um grito ecoou da arquibancada e o homem caiu de joelhos, sua espada escapando de seus dedos.

    Seu único adversário agora recuava instintivamente, incerto de qual seria seu próximo movimento. O público rugia em aprovação, incentivando ele a acabar com a vida dela ali para que todos ganhassem suas apostas. Então,ela o viu correndo em sua direção, tentou levantar e fugir. Porém,seus pés estavam desobedecendo suas ordens. Ele não usou sua lâmina, mas com suas mãos golpeou com um ganho certeiro o queixo de dela, fazendo-a oscilar por um instante antes de seu corpo finalmente cederem.

      A areia estava macia onde ela caiu no chão, seus sentidos girando enquanto a luz brilhante do sol parecia distante e difusa. Ela tentou se levantar,mas seus músculos se recusaram a obedecer. A visão embaçada e os sons distorcidos da plateia ecoavam ao longe, como se estivesse sob a água.

      Finalmente,o cansaço e a dor venceram, e Brielle se entregou a escuridão. Seu corpo caiu de lado, inerte, enquanto os carcereiros entravam apressadamente para retirá-la da gaiola. O público, dividido entre aplausos e silêncio absoluto,reconhecia a intensidade do confronto que acabaram de testemunhar.

       

     
     
     

Entre o trono e a arenaOnde histórias criam vida. Descubra agora