Capítulo 6

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                             BRIELLE

        

      A luz suave da manhã filtrava-se através da pequena janela da cela dela,criando um padrão de sombras que dançavam sobre as paredes. Brielle acordou com um sobressalto,seu corpo ainda pesado e atordoado. Ela tentou se levantar, mas a dor pulsava em sua cabeça e no lado esquerdo do corpo, onde foi apunhalada. Durante os dias em que passou desacordada, foi curada por vários enfermeiros da realeza.

      Do seu lado na cela, a mulher ruiva de cabelos curtos estava sentada no chão. Ela parecia estar concentrada em um papel que lia,mas ao ouvir os resmungos de Brielle, levantou os olhos com uma expressão preocupada.

     — Você está acordada! — disse a mulher, colocando o papel de lado e se aproximando da grade. — Que alívio! Eu estava começando a me preocupar, achei que tivesse perdido minha companheira de cela.

     Brielle tentou sorrir, mas a dor era forte demais. Ela só conseguiu emitir um gemido suave.

     — O que aconteceu? — sua voz estava fraca e rouca.

     — Você simplesmente foi magnífica, menina. Mandou ver e deixou todos de queixo caído. Quem diria que esse corpo pequeno seria capaz de ser tão forte.

      Ela tentou se lembrar dos eventos anteriores, mas a memória estava nebulosa.

    — Você estava me vendo? O que aconteceu? — ela insistiu.

    — Você não lutou com o velho, logo depois tudo virou uma grande fumaça de areia e como uma fênix ressurgiu e correu em direção aos assassinos. Você matou um deles e o outro foi impedido de te matar.

   Brielle olhou para ela com uma expressão confusa.

   — E por que ele não me matou?

  — Você é uma das queridinhas do Sr. Alberto, ele não deixaria que vc morresse.

     Ouvir esse nome fez com que ela vomitasse pelo chão da cela. Não estava com nada em sua barriga, sua garganta rasgou com o esforço. Porém, nada seria tão ruim quanto as noites em que fora obrigada a se deitar com Sr. Alberto. O rei, como uma oferta de melhora nas apostas das lutas, liberou as escondidas que os nobres do castelo escolhessem a do seu gosto e poderiam usar as hospedagem do castelo para se satisfazerem.

    — Qual é seu nome querida?

   — Brielle e o seu?

   — Hayle. Não é fácil ser uma de nós, mas você não pode abaixar a guarda aqui. Nunca.

   Brielle piscou, um pouco desconfiada,mas as palavras de Hayle pareciam sincera.

  — O primeiro homem que me abusou foi muito estúpido também, além de um nojento desgraçado, dizia que eu era linda, que amava meu cabelo vermelho. Quando finalizava, gemia o nome da mulher dele. É neles que eu penso quando mato, queria ter a oportunidade de fazer isso.

       A boca de Brielle está aberta, olhando perplexa para ela, incapaz de dizer qualquer palavra que fosse reconfortante. Nenhuma dor pode ser medida e nem comparada. Cada um de nós temos as mesmas experiências com intensidades diferentes.

   — O meu, veio me ver duas vezes e me levou para o quarto dele no castelo e pedia para eu.. você sabe.. — sem olhar para Hayle continuou — O gosto dele nunca mais irá sair da minha boca.

     Lágrimas brotaram de seus olhos escorrendo em seu rosto. A imagem de uma menina virgem e feliz em seu vilarejo, onde sua família era seu porto seguro a inundou. Nunca imaginou que um bastardo iria tirar sua virgindade. Que teria nojo de qualquer homem que a tocasse. Sempre imaginou que viveria um romance igual Romeu e Julieta, onde teria um homem tão apaixonado capaz de morrer por ela.

Entre o trono e a arenaOnde histórias criam vida. Descubra agora