O Demônio Do Desejo

Capítulo 2

  Não sinto as minhas costelas doerem mais, parece que fizeram um curativo em mim e eu estou em uma casa estranha, não me parece nada familiar, não sei onde eu estou.

Quando me levanto vejo Ceci ao meu lado, parecia muito cansada, quando tempo eu fiquei apagada ?

  Parece que eu estou em um hospital, mas menor e sem pacientes, está totalmente vazio, minha roubas estão dobradas em cima da cômoda ao meu lado.

Ceci — Oh pequena, vejo que você acordou! Fiquei tão preocupada com você.

— Onde eu estou ? a quanto tempo eu estou aqui ? — estou tão agoniada de estar ao lado da Ceci agora, não seu como contá-la oque aconteceu.

Ceci — Estamos na casa de uma amiga, ela ofereceu um lugar até você melhorar e ela é enfermeira. Você apenas dormiu por dois dias. — ela parece aflita agora, seu filho desapareceu faz 3 dias.

  — Eu tenho algo para te contar. — olho para ela séria e ela entende a importância do assunto.

— Quando eu fui atacada, eu estava tentando proteger um rapaz que estava tentando ser atacado. — ela me olha ficando cada vez mais aflita, não sabe oque a espera.

— O rapaz, era seu filho Ceci. Tentei ajudar ele, mas o vampiro me arremessou contra a parede e acabei desmaiando, não sei por que ele não me matou também, imaginei que ele achou que eu já estava morta, eu realmente sinto muito. — Ceci estava devastada, completamente paralisada com oque acabei de contar para ela.

— Eu estava procurando ajuda para pegá-lo do beco em que estávamos, mas acabei desmaiando antes de te contar. — lágrimas começar á escorrer pelo meu rosto, mas Ceci  apenas emcara meus machucados.

Ceci — Thyri enquanto você estava inconsciente, acharam o corpo do meu filho, ele estava irreconhecível, fiquei tão arrasada com a notícia, mas não imaginava que você esteve com ele quando foi morto, eu sinto muito por você ter passado por isso também, eu agradeço por tentar ajudá-lo. — ela sorri gentilmente com um olhar vazio, dá mais um último sorriso de despedida,  e sai do quarto onde estou.

Como assim irreconhecível ? seu rosto estava intacto, agora que eu me lembro, aquele demônio o levou de lá e parece que depois devolveu pro mesmo lugar, oque ele tá tramando ??

Consigo ouvir ela soluçando pelo corredor, queria perguntar mais sobre seu filho, só que eu não quero fazer ela sofrer ainda mais, mas me preocupo agora em sair desse lugar, pego minhas coisas, verifico se está tudo lá e me visto.

Saio do quarto procurando a Ceci para me despedir, mesmo não tento um lugar para morar, não posso ficar às custas dos outros aqui, e ainda mais de alguém que eu não conheço.

  Viro a direita em um corredor onde as luzes estão piscando, parece assustador e o ar está pesado novamente, mas diferente de 3 dias atrás.

  Acabo levanto um susto quando uma mulher segura meu ombro chamando a minha atenção.

**** — Você deve ser a menina da Ceci, parece que está melhor. Está procurando ela ? — ela parecia ser uma boa pessoa.

— Estou melhor sim, queria agradecer você por ter cuidado de mim, pode me dizer onde a Ceci está ?

  Ela aponta para uma porta amarelo que está um pouco longe de mim, agradeço a ela com um pequeno acesso e vou em direção à porta.

  A sala é apenas um dormitório, tinha várias beliches, e alguns brinquedos em cima de cada cama, parece que aqui é um orfanato também.

  Ceci esta em pé do lado da janela, parece que já se acalmou, vou me despedir e seguir meu caminho.

  — Eu preciso ir agora, queria me despedir antes de sair. — ela me olha com um sorriso novamente.

Ceci — Certo, cuide-se por favor eu não quero perder você também. — seus olho se enchem de lágrimas e ela vem para me abraçar.

  Com tudo resolvido, já estou nas ruas novamente, não sei como cou me alimentar agora, eu estou faminta.

  Entro em uma loja de troca, vejo se tem algo que eu possa trocar por dinheiro ou algum pão, mas não encontro nada, será outro dia sem comer.

  Volto pra região que costumo ficar, e passo por um grupo de anões, eles são ladrões por natureza, pegam tudo que acham que tem valor.

  Acelero o passo para poder chegar no bairro onde fico, ver se tenho alguma sorte com conhecidos. Eu sai do hospital cedo, então tenho um dia inteiro pela frente.

 
°°°

Não consigui comer nada o dia inteiro, sinto muito fome, por sorte não roubaram o meu cobertor que deixo escondido atrás de uma casa, está ficando mais frio que o normal.

  Assim que me sinto confortável acabo adormecendo, tinha mais algumas pessoas ao meu redor em seus colchões, alguns com um pouco mais de sorte tinham suas barracas.

  Eu só possuía meu pequeno cobertor de quando eu era adolescente, tive que trocar quase todas as minhas coisas por dinheiro.

  Estou com tanta fome que prefiro dormir para me esquecer dessa dor, eu queria que tudo isso fosse diferente, que a minha vida fosse diferente.

Estou quase dormindo, já está muito tarde, quando escuto uma agitação na barraca ao lado, é o velho senhor, todos aqui o acham maluco, então tento ignorar.

Ele começa a fazer ainda mais barulho e gritar, parece estar conversando com alguém.

***** — Eu faço outro sacrifício eu prometo, não me leve agora, eu te imploro ! — fico acordada ouvindo e velho louco.

**** — Chega de sacrifícios, já chegou o fim do nosso acordo, agora levarei você comigo. — fico assustanda ao ouvir a voz de outro homem com ele, e essa voz é familiar.

***** — NÃO EU TE IMPLORO, NÃO ME LEVE PRO INFERNO COM VOCÊ. — Eu estou realmente ficando muito assustada.

**** — Já chega desse barulho todo ! — o velho desmaia mas eu o vejo carregando o homem em seu ombro igual fez com o filho da Ceci.

Mas o corpo do velho ainda está lá no chão, aquela é a sua alma ? era o mesmo demônio, com os mesmos traços, ele sai da barraca e me encara.

Estava com um sorriso assustador, sabia que eu tinha escutado tudo, então sussurrou.

**** — Até logo. — ouvi uma doce risada, como se ele não fosse uma criatura cruel e assustadora.

  Depois do que vi eu não consigo mais dormir, fico encarando a barraca daquele senhor, qual será o acordo que ele fez, que sacrifício ele estava falando.

  Então decido me levantar e matar essa curiosidade de vez.