O Demônio Do Desejo

Capítulo 6

— Vamos Lya, oque você quer saber ? — seu rosto ficou surpreso, a conhece tem um tempo já, ela deveria saber que eu a conheço muito bem.

  Lya — É que hoje mais cedo quando estávamos falando daquele homem, eu só fiquei curiosa se alguma vez você já se apaixonou, só isso. — Eu acabo soltando uma risada sincera.

— Olha, você sabe a vida que eu tinha antes de vir para cá, era realmente difícil encontrar alguém decente, mas alguns anos atrás eu conheci alguém. Ele era muito doce, me ajudava sempre que eu precisava mas ele acabou sendo levado daquela vila, então nunca mais o vi, depois disso não quis conhecer mais ninguém. — ela me olha magoada, mas assenti.

Lya — Nossa Thyri você é totalmente diferente de mim mesmo, eu conheci um cara maravilhoso ontem, ele passou pela livraria, ele era simplesmente incrível.

— Você deveria me apresentar alguém assim um dia desses, invés de me jogar para desconhecidos.

Lya — Você tem toda razão, aliás está tudo uma delícia. — ela ri e se serve mais uma vez.

  Depois de algumas horas conversando e rindo, acabamos com a garrafa de vinho, Lya se despende e vai embora, hoje foi realmente divertido, fazia tempo que não passávamos um tempo assim.

  Estou tão cansada, mas antes de ir para meu quarto tomar um banho passo para ver a Ceci antes, assim que cheguei em casa mais cedo preparei seus remédios, mas ela não oa tomou ainda.

  — Ceci você não pode deixar os remédios aqui em cima, deveria tomá-los, vamos anda. — A levanto e pego o chá de ervas que preparei, mas a Ceci não acorda.

  — Vamos Ceci, acorda por favor você precisas tomar isso. — ela continua sem resposta, começo a ficar desesperada.

  Começo a agitar a Ceci com esperanças que ela acorde e que isso tudo seja apenas uma brincadeira de mal gosto, mas nada de nenhum resposta.

  Tento sentir sua respiração, mas não sinto nada, então sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto, novamente perdi alguém que eu amava, eu achei que eu iria embora primeiro que ela, não tinha me preparado para peder a Ceci tão cedo.

  Ela era a minha última família, tudo oque havia me restado, fujo dos meus pensamentos e vou atrás de ajuda, nosso vizinho é médico então corro para sua casa.

  Chegando lá as luzes por sorte ainda estão acesas, bato na porta logo em seguida e o senhor atende a porta rapidamente.

  — Previsa vir, a Ceci... ela... — Não consigo terminar a frase, então apenas volto as pressas para casa e o médio me acompanha.

  Ele me segue até em casa e entra comigo no quarto dela, ele checa seus sinais vitais e si confirma o que eu já sabia, Ceci tinha partido.

°°°

O meu último ano de vida foi solitário, eu deveria ter me preparado para aquilo quando ela adoeceu, mas prefiri acreditar que ela iria melhorar e voltaria ser aquela mulher sorridente.

  Eu gosto de pensar que ela estava feliz quando se foi, por como a nossa vida estava, que não morreu em um lugar qualquer, fico feliz de ter proporcionado isso para ela.

  Mas ainda estou passando pelo luto, não saio muito mais de casa e não tenho ânimo para continuar meus estudos, quase todas as noites sinto uma dor muito forte no meu coração, essa dor vem acompanhada de lágrimas.

  Gostaria de poder ver a Lya pela última vez, mas preciso criar coragem para encará-la sem chorar, sei que o meu tempo viva está acabando, a presença dele está voltando e a cada dia mais pesada e sufocante.

  Eu espero que a morte não seja dolorosa e que eu não sofra tanto assim, tenho medo do que ele fará comigo quando eu for com ele, afinal ele é um demônio, ela não poderia me matar de novo, não é ?

  Escuto um forte trovão, oque acaba me tirando dos meus pensamentos, vou até a varanda do meu quarto onde dá para ver todo o jardim, está tudo sendo clareado pelas luzes dos relâmpagos.

  E oque eu mais temia, apareceu, lá estava ele, em pé no meu jardim, ele não mudou nada, a sua forma alta assustadora ainda é a mesmo, vejo ele se aproximando da minha casa, tudo escurece de novo e ele some.

  Escuto o barulho da minha porta, antes fechada agora está totalmente aberta, quando me viro, vejo ele atrás de mim com um grande sorriso, minha respiração está pesada e o meu coração acelerado.

Hakon — Não sentiu saudades, feiticeira ? — Ele me encara de cima a baixo, agora com um olhar malicioso.

Hakon — Vejo que você mudou muito des da última vez que nos vimos, a boa vida a favoreceu afinal. — ele diz se aproximando cada vez mais.

— Você não veio um pouco cedo ? tenho certeza que eu tinha alguns dias ainda. — falo com a voz trêmula.

Hakon — Parece que você errou a contagem, feiticeira tola. — ele fala zombando de mim.

Hakon — Os seus 5 anos já se passaram e eu vim buscar oque me pertence. — ele agora parece muito maior e assustador, não consigo respirar, sinto meu coração explodindo.

  Eu respiro fundo e então tento aceitar o meu final, mas antes de morrer, preciso saber oque eu tanto temo.

— Você vai me torturar quando me levar não é ? — ele ri da minha dúvida.

Hakon — Humana ingênua, você não será torturada, á não ser que me peça. — ele soa inteiramente malicioso, sua expressão me tira o fôlego, não como se eu tivesse muito agora.

  Ele agora está á alguns centímetros de mim, perto suficiente para sentir a sua respiração, sinto que ele pode escutar meu coração batendo agora.

  Então ele estende a sua mão para mim, eu esito segurar sua mão de volta, mas ele parece estar paciente em me esperar, retribuo e então seguro sua mão, sinto uma calam enorme, minha ansiedade e o meu medo se esvaindo.

  Então escuto um barulho, parece que algo caiu atrás de mim, estou relutante em olhar oque pode ter sido, mas crio coragem e me viro finalmente.