Descoberta

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Lauren Jauregui

-Veja aqui, recebemos as imagens de câmeras próximas, e notamos que esse homem vai e volta três vezes pelo mesmo local.-John falou olhando algumas imagens comigo.

Neguei com a cabeça não levando aquilo em consideração. Minha intuição indicava que aquilo não era nada demais.

-Não acho que devemos considerar. Um culpado que teve tanta preocupação em fechar todas as câmeras próximas, jamais passaria em uma câmera funcionando tão exposto assim, tranquilo com rosto aparecendo e mãos ao bolso.-Falei respirando fundo.-Pode ser apenas uma coincidência. Porém irei pedir para o pessoal ampliar o rosto desse rapaz e procurar o reconhecimento facial dele pelos registros.

-Bem, eu estarei viajando essa semana, qualquer atualização você me liga ?-Ele perguntou, assenti cruzando minhas mãos por cima da mesa.

-Claro. Boa viagem.-Falei, ele assentiu e logo saiu de minha sala, me deixando sozinha com a atenção sobre a tela que estava congelada por enquanto.

Após alguns minutos, ouvi batidas em minha porta e logo vi Keana aparecer com a feição neutra, me olhando aos olhos, e pela fresta da porta, conseguindo me fazer ver o nosso filho que estava em uma cadeira olhando para tudo ao redor, parecia cansado.

-Já já estarei indo. É sobre isso?-Perguntei me referindo a levar Bernardo comigo.

-Não, na verdade vim saber se está ok ele ir pra casa comigo. Você tem muita coisa pra fazer e eu já estou indo.-Ela falou. Pressionei os lábios durante alguns segundos pensando sobre aquilo, pois queria ficar com o garoto, mais sabia que precisava revisar todas aquelas imagens o quanto antes.-Não irei jogar isso em sua cara, Lauren. Não se preocupe.. o garoto está com fome, e cansado, você sabe que ele deve estar louco pra ficar no quarto jogando vídeo game enquanto come pizza. Hoje é sábado..

Sábado era o dia a qual eu e Keana disponibilizamos como dia do lixo para o garoto, assim ele poderia comer o que bem entendesse, até que se desse por satisfeito e assim jogar seus jogos até um pouco mais tarde que o habitual.

-Tudo bem. Mais ele dorme amanhã comigo, ok?-Perguntei, ela ficou alguns segundos a pensar, mais logo assentiu e sem falar mais nada, saiu da minha sala, fechando a porta.

Me levantei com rapidez e fui até a porta, abrindo e caminhando até o menino que me encarou com um sorriso.

-Você vai com a mamãe pra casa. Tá bom?-Perguntei vendo ele assentir tranquilo.-Aproveite o jantar rapazsinho, e não esqueça de escovar os dentes antes de dormir.

-Jamais mommy.-Ele disse, peguei em suas mãos e dei um beijo nas palmas, vendo ele sorrir e me abraçar.

-Te amo infinito.-Falei beijando sua testa e logo me levantando quando Keana retornou com sua bolsa e chave do carro na mão.

-Te amo mommy.-Ele falou pegando na mão de Keana, enquanto me dava tchau com a outra e caminhava ao lado da mulher para fora da delegacia.

Respirei fundo, caminhando até minha sala de volta e me fechando na mesma. Com apenas o notebook e uma garrafa de café como minha companhia.

Passei horas repetindo e revendo coisas, analisando os detalhes e anotando lugares que estavam em minha visão pra que eu pudesse ir e tentar mais imagens expansivas.

Abri novamente o relatório das vítimas e analisei o caso de cada um, reparando nos detalhes tão semelhantes entre eles.

Ronald Gomez

Homem de 46 anos, nascido no Canadá e crescido em Nova York desde os 6 anos de idade quando veio com seus pais atrás de oportunidades melhores. O pai costumava bater na mãe e recebeu diversas denúncias por isso.
Ronald entrou para o conjunto militar quando estava saindo da adolescência e passou anos afastado, 3 anos depois ele recebeu quatro denúncias de assédio e agressão à mulheres, aonde 2 tinha apenas 21 e 23 anos e a outra, a denúncia foi feita pela mãe, já que a filha era apenas uma adolescente de 14 anos.
Ronald não levou nada mais que uma noite na prisão e serviços comunitários.

Acabei sorrindo por puro sarcasmo ao ler aquilo novamente, percebendo o quanto as coisas eram injustas. Também li no relatório, que ele conseguiu provar sua "inocência" ao declarar que nenhuma havia provas contra ele.

Pesquisando um pouco sobre as vítimas do homem, reparei que duas semanas após a denúncia da jovem de 14 anos, a mesma sumiu e foi dada como desaparecida. Franzi o cenho e percebi o quanto aquilo era suspeito, procurando mais sobre a jovem de 14 anos, que agora já era uma moça formada e trabalhadora.

"Emilly"

Fiz uma anotação mental de procurar por Emilly e tentar descobrir um pouco mais sobre as pessoas próximas ao homem que um dia mexeu com a menina. Repensando tudo que passava pela minha cabeça, apenas pra que eu não machucasse ninguém de forma psicológica, com assuntos delicados.

Ronald havia sido morto da forma mais bruta de todas, havia sido um poucos homens a ter o genital decepado, o que me fez notar no relatório de outra vítima.

Mark Gonzales.

Homem de 44 anos, com mais de 15 denúncias, além de abusos, incluía também tráficos e assassinatos. Chegou a ficar preso por apenas 8 anos, mais conseguiu fugir após organizar isso com outros detentos. E foi encontrado morto com 2 meses depois.

O que era curioso no caso dele, é que quando encontraram o homem morto, havia roupas de criança no local, e o local estava no nome de um de seus comparsas, indicando que ele utilizava o local para abusar de crianças.

Reparando as fotos da perícia, consegui reparar nos detalhes, em uma das roupas infantis mostrava na manga a bandeira de Cuba. E não apenas isso, haviam correntes e vários objetos que indicavam sequestro das possíveis crianças.

Olhei e revi várias vezes o relatório do homem, pra que eu tentasse ver o nome das crianças a qual passaram pelo ocorrido, e se estavam vivas, mais não tinha nada além da quantidade de crianças, que indicava 8 crianças registradas por sequestro e abuso, e aonde apenas 1, foi a óbito.

VENENOSA. (Camren) Where stories live. Discover now