VENENOSA. (Camren)

Destaque

Lauren Jauregui

Após a mensagem afrontosa que consegui receber e não demorei nada para entender que se tratava de quem estava cometendo os crimes. Fiz Normani se enfiar no escritório de sua casa junto comigo, apenas para tentar localizar de onde a mensagem tinha sido enviada.

-Lauren, não tem nada, é como se o chip pela qual a mensagem foi enviada, tivesse sido descartado, nem registro de cadastro no chip, não tem. -Normani falou se encostando na cadeira, me mostrando que não havia nada e dando a entender que já não havia mais o que ser feito em relação a aquilo.

-Essa pessoa está brincando com a minha cara. Olha a ironia nas palavras, sabe que estou atrás e que não tenho nada. -Falei batendo na cadeira com uma força exagerada, suspirando.-Desculpa.

-Lauren. Tenha calma. Faz apenas algumas semanas que iniciamos o caso.-Normani falou se levantando enquanto já desligava seu computador.-Nos iremos conseguir alguma coisa, não se preocupa com isso.

-Eu já vou, tudo bem? Preciso pensar.-Falei, ela assentiu, abracei ela e deixei um beijo em seu rosto, antes de virar e ir embora.

Quando cheguei ao lado de fora da casa, entrei no carro e fui direto para meu apartamento, chegando para tomar um longo banho e me deitar na cama após perceber que nem fome estava sentindo.

E mesmo com a mente repleta de tantas informações e a agonia me sufocando, eu consegui dormir pelo cansaço que havia me ganhado.

..

Quase uma semana havia se passado, e minha cabeça estava turbilhando de coisas.

Consegui levar Bernardo ao médico junto a Keana e após alguns exames durante essa semana e junto a todas as informações necessárias, conseguimos ter a certeza que o menino tem sim, autismo. Leve, comparado a alguns, e de certa forma, nós já sabíamos, apenas esperávamos a confirmação necessária para ter a certeza.

Acaba que o excesso de trabalho e as preocupações com o menino que não estava acostumado com tantos exames , foi estressante e cansativo. Não me dando tempo e nem espaço para pensar em mais nada.

-Sentiu minha falta ?-Ouvi a voz de Verônica me chamar atenção, me fazendo erguer o rosto pra ver a mulher fardada a minha frente. Que logo me fez rir e me levantar apenas para a cumprimentar.

Verônica também era minha amiga a anos, cresceu junto comigo e Normani durante todo esse tempo. E estava afastada devido a férias e descanso que tomou pra si, aparentemente retornando nesse momento, já que já utilizava o fardamento de sua posição.

-Voltou rápido , e fico feliz por isso, por que preciso de você pra algumas coisas.-Falei olhando pra mulher que revirava os olhos.

-Nos vamos é sair hoje, e então , amanhã, conversamos sobre o que você precisa de mim. Combinado ? -Ela falou já animada, neguei com a cabeça.

-Não mesmo, Verônica. Eu recebi uma informação e depois de manhã provavelmente um crime irá acontecer, eu preciso encontrar algo que me leve até antes disso acontecer. Não quero distrações.-Falei respirando fundo, ela negou com a cabeça.

-Lauren, você não tem horário de serviço hoje à noite. Que diferença vai fazer, não é como se fosse passar a noite toda conseguindo milhões de coisas, não vai.-Verônica falou, bufei ainda negando com a cabeça e já me sentando em minha cadeira.-Me diz uma coisa... Normani estava me contando que você saiu da sua seca infinita pós divórcio. Verdade ?

-Vocês de fato não tem o que fazer mesmo né ? Pra tanta importância.-Falei revirando os olhos vendo Verônica sorrir.

-Normani me disse que ela é bem bonita. Quero conhecer a mulher que te tirou desse buraco sem fundo que tu te mete.-Verônica falou dando de ombros, se referindo a Camila, que de imediato veio em mente, mulher a qual eu já não via a dias.

-Sim, ela é muito bonita.-Falei concordando com aquele fato incontestável.-Mas acho que ela não teve muito interesse..Normani já havia comentado comigo que ela só tem interesse em sexo casual, ela tem meu número, não me liga e nem nada, é super gente boa e uma mulher de conseguir arrancar os fios de cabelo de qualquer um, espetacular.. mas.. parece firme de querer estar sozinha e nenhum apego constante.. parece tão misteriosa, e isso só me deixa curiosa por ela, mais e mais. Camila de uma certa forma, é.. sufocante.. mais boa.. entende ?

-Não.-Verônica falou sorrindo enquanto negava com a cabeça.-Por que você não liga pra ela ?

-Não quero ficar forçando nada.-Falei de forma honesta.-Fora que me sentiria culpada de fazer mais alguém esperar tanta atenção de mim, e na hora não ter o retorno que deseja. Eu mesma me decepcionaria comigo mesma.

-Lauren, pare de ser tão bunda mole, vai ver ela espera alguma atitude sua. -Verônica falou me encarando.-Deveria convidar ela pra jantar, aí você vai entender se ela só quer sexo com você mesmo.. quem só quer sexo, não aceitaria sair a um encontro, então tente..

-Tudo bem. Me dê um minuto, por favor.-Falei pensando melhor, vendo Verônica sorrir e sair de minha sala, me deixando sozinha enquanto pensava mais um pouco antes de abrir o número de Camila e pensar durante alguns segundos antes de só apertar e esperar que ela atendesse.

Algumas chamadas eu escutei antes de ouvir um barulho ao fundo e a voz de Camila falando com alguém, como se estivesse distraída ou ocupada.

-Olá, alô ? Quem é ?-Ela perguntava praticamente em um automático.

-Deveria me sentir ofendida por não ter meu número salvo em seu celular ?-Perguntei fingindo chateação.

-Deveria. Você é importante o suficiente pra ter até emojis em seu nome.-Ela falou sorrindo , reconhecendo minha voz. -Pensei que não me ligaria mais.

-Posso perguntar o por que não me liga também ?-Perguntei dando de ombros como se ela pudesse me olhar.

-Você é uma mulher muito ocupada Lauren, acaba que surge o incomodo e receio de te atrapalhar. -Ela falou de forma rápida.

-Pois saiba que eu te liguei, com a intenção de querer ver você.-Falei sorrindo sozinha.-Gostaria de te chamar para jantar, Camila.

-Você pode hoje? Terei que viajar a trabalho amanhã à tarde.-Camila falou, respirei fundo lembrando da saída com Verônica, que teria que ser remarcada.

-Hoje está perfeito.-Falei um pouco mais animada.-Te busco às 20h.

Em poucos segundos, encerramos a ligação e eu fiquei olhando para a tela do celular um pouco pensativa, me tocando que de fato, eu sentia falta das jogadas boas da mulher.

Sabendo e tendo em mente, que hoje eu teria que largar de mão todo meu foco, para dar atenção total a mulher que com certeza conseguia tirar meus pés do chão, me levar a órbita que tirava totalmente meu foco de tudo e de qualquer coisa.

Isso sim, é um perigo.