Capítulo 6 (Eddie)

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Às vezes, as pessoas perdem a noção do tempo. Elas continuam adiando aquela reunião familiar incômoda ou simplesmente remarcam o brunch que vinham evitando há meses. E então, a vida encontra as maneiras mais criativas de lembrá-las de que o amanhã não é uma garantia. Um encontro com a morte foi o que aproximou Maddie e Chim. Eddie sorriu enquanto observava pela janela do quarto Hen se preocupando com as estatísticas de Chim. Ele virou a cabeça para o lado e viu Maddie em seu próprio quarto. Ela estava cercada por sua família. Buck estava sentado em um canto, fazendo malabarismos com dois meninos loiros, enquanto seu irmão Daniel e sua cunhada Bethany conversavam com Maddie.

Eddie bateu e entrou na sala, a tempo de ouvir um pouco da conversa. "Daniel, por favor, convença-o a sair daqui." Maddie estava dizendo.

Daniel revirou os olhos castanhos e balançou a cabeça. "Você acha que eu não tentei? Eu até o subornei com as crianças e tudo."

Bethany sorriu para Eddie, e ele retribuiu o sorriso, enquanto Evan falava de seu assento. "Eu disse que não vou a lugar nenhum, vou ficar aqui com Maddie. Além disso, você já está um pouco apertado naquele quarto de hotel."

Daniel deu de ombros e estendeu a mão para Eddie. "Bem, obrigado por ajudar Evan a salvar Maddie, de novo." Ele se virou para seu irmão mais novo e suspirou. "Nós realmente precisamos ir e deixar Maddie descansar. E você deveria fazer o mesmo, Evan." Daniel falou com uma voz autoritária e deu a ele um olhar penetrante, e Evan se esquivou de seu olhar. Daniel soou como o médico que era, repreendendo um paciente teimoso.

Por fim, todos saíram, e Buck arrastou suas despedidas, relutante em ir embora. Eddie se encostou na parede, perto da janela do quarto, observando Buck enquanto ele andava de um lado para o outro. "Você ficou aqui com ela esse tempo todo? Você precisa trocar de roupa." Eddie provocou.

Algo sombrio cruzou os olhos de Buck que deixou Eddie em alerta máximo de repente. Eddie esperou Buck falar. "Não consegui voltar para casa." Ele admitiu, balançando a cabeça. "Tentei ir pegar algumas coisas e dormir um pouco, mas... Aquele lugar é um lembrete de como Doug escorregou bem debaixo do meu nariz e chegou até ela."

Eddie podia ver a dor nos olhos de Buck. Ele não estava satisfeito com o fato de Doug ter conseguido entrar na vida deles dessa forma e deixar uma marca persistente mesmo depois de morrer. Ele queria estender a mão, passar pelas costas de Buck e fazer tudo desaparecer. Eddie imaginou que isso era impossível, um tipo de mágica que só existia em contos de fadas. Mas ele poderia ajudar de outras maneiras. "Tudo bem, pegue suas coisas."

"Eddie, eu disse que não vou voltar para casa."

"Eu sei." Eddie respondeu. "Você vai para casa comigo."

"Não. Você não pode..."

"Oh, não foi um convite, Sr. Buckley. Foi uma declaração." Eddie disse, firmemente, e então sorriu. "Christopher sente sua falta."

Eddie se sentiu um pouco sujo, seguindo o exemplo de Daniel e usando seu filho como moeda de troca. Mas ele também queria ficar de olho em Buck, e sabia que era altruísta demais para permitir que Eddie se preocupasse com ele sem outro pretexto. Christopher não se importaria em ser o motivo de Buck passar a noite, ele na verdade estava implorando para Eddie convidar Buck, desde que lhe disseram que a irmã de Buck estava ferida e no hospital. Nas palavras de Chris, ele queria estar lá para acalmar Buck, do jeito que o acalmou durante o terremoto. Se ao menos o garoto soubesse o quanto Chris era o que impedia Buck de entrar em uma espiral de preocupação com sua irmã.

Buck olhou para os pés, enquanto pisava no chão. "Tem... Tem certeza, Eddie?"

"Olha, você fede e precisa mesmo trocar de roupa. E precisa de um lugar apropriado para descansar que não seja uma cadeira de hospital. Vamos." Ele se virou e nem olhou por cima do ombro para verificar se Buck estava seguindo. Ele sabia que faria isso.

Se 'Eu te amo' fosse uma promessaOnde histórias criam vida. Descubra agora