Capítulo 10 (Eddie)

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O bipe constante das máquinas o embalava noite adentro. Eddie lutou para manter os olhos abertos, mas acabou adormecendo. Ele deve ter ficado inconsciente por apenas alguns minutos, antes de acordar sobressaltado. Por trás de suas pálpebras fechadas, tudo o que ele conseguia ver era Chris ajoelhado em sangue, Buck imóvel no chão, enquanto mais e mais sangue jorrava. Os médicos disseram a Maddie que Buck teve sorte de ter sido encontrado tão logo após sua queda. Eddie estremeceu ao pensar que ninguém encontraria Buck a tempo. Também lhe doía saber que Chris tinha sido quem o encontrou. Em um mundo perfeito, ele teria sido capaz de proteger seu filho da visão de pesadelo de ver seu professor favorito sangrando no chão.

Seus pensamentos voltaram para Shannon. Felizmente, ela já tinha saído de casa quando Eddie voltou com Christopher, então eles puderam se lavar. Ele agradeceu silenciosamente. Chris estava inquieto e se recusou a ir para a cama, até que Eddie prometeu a Carla que o levaria ao hospital para ver Buck logo de manhã. Eddie o levaria para a escola antes do próximo turno. Buck passou muito tempo em cirurgia, mas agora estava estável e em coma induzido.

Alguém bateu na porta, e ele olhou por cima do ombro. A princípio, ele não reconheceu o homem, embora seu rosto fosse vagamente familiar. "Ei, Eddie. Temos que parar de nos encontrar assim..." Ele falou, observando o homem deitado na cama do hospital, e finalmente fez sentido.

"Você está me dizendo. Como vai, Daniel?" Ele se levantou, oferecendo seu assento ao lado de Buck para o irmão mais velho Buckley.

"Exausto." Ele balançou a cabeça. "Tive um dia caótico em São Francisco, e quando Maddie ligou..." Ele suspirou e sentou-se, folheando papéis que Eddie supôs serem os arquivos médicos de Buck.

"Algo preocupante nos exames dele?" Eddie se perguntou, circulando a cama e se inclinando contra a janela, cruzando os braços na frente do peito, os olhos em Buck.

"Ele perdeu muito sangue. Teve uma concussão feia, mas felizmente não partiu o crânio." Daniel estremeceu. "Estou começando a pensar que LA está tentando matar minha família."

Eddie soltou uma risada amarga. "Tecnicamente, Maddie foi atacada pelo ex, que é da Pensilvânia. E Buck, bem... ele é apenas desajeitado."

Daniel riu disso. "Ah, todos nós achamos que ele superaria isso. Mas acho que Evan ainda é meio criança ali. E falo isso da melhor maneira possível. Acho que é por isso que ele é tão bom com crianças."

Eddie mordeu o lábio inferior, vendo uma chance de ter alguma ideia do passado de Buck, e aproveitou. "Acho que faz sentido que ele seja um professor então. Mesmo que você e Maddie tenham ido para a área médica."

"Nem sempre foi assim. Quer dizer, Evan nunca demonstrou interesse em trabalhar como médico ou enfermeiro, mas ele nem sempre soube que queria trabalhar com crianças. Ele fez um pouco de tudo, honestamente. Ele trabalhou em um bar no México, fez teste para os SEALs, ele até foi instrutor de surfe."

Eddie ficou surpreso com essa nova informação. Ele sabia que o emprego de Buck como professor era recente, e que ele tinha outros empregos estranhos antes. Mas trabalhar no México, fazer um teste para os SEALs? Isso foi um choque, ele não ia mentir. "Os SEALs da Marinha?"

"Sim. Ele nunca fala muito sobre aquela época." Daniel admitiu.

"Muito envergonhado por não ter entrado?", Eddie provocou.

"Não, na verdade ele entrou." Daniel gesticulou em direção a Eddie, com uma expressão afetuosa. "E eles disseram a ele que ele tinha potencial para se tornar um dos melhores soldados deles, mas Evan não conseguia desligar suas emoções. O pensamento de ter que matar alguém, mesmo que em serviço... Era demais para ele."

Se 'Eu te amo' fosse uma promessaOnde histórias criam vida. Descubra agora