Lucas dirigiu até a periferia da cidade, onde o imponente armazém abandonado erguia-se como uma relíquia esquecida do passado. As paredes de tijolos desgastados e as janelas quebradas testemunhavam tempos mais prósperos. Ao estacionar o carro, Lucas sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O lugar exalava uma sensação de abandono e mistério, escondendo segredos há muito esquecidos.
Ele adentrou o armazém cautelosamente, cada passo ecoando pelo vasto espaço vazio. A escuridão era quase total, mas alguns raios de luz se infiltravam pelas frestas nas paredes e pelo teto danificado. O ar pesado e úmido tinha um cheiro de mofo e decadência. Paredes cobertas de grafites desbotados e detritos espalhados pelo chão contribuíam para o cenário desolador.
Conforme seus olhos se ajustavam à penumbra, Lucas percebeu detalhes sinistros que aumentavam a sensação de desconforto. Cadeiras viradas, caixas abertas e documentos espalhados pareciam indicar que alguém havia estado ali recentemente, mas saído às pressas. Aproximando-se de uma mesa de metal enferrujada no canto, Lucas encontrou papéis amarelados e sujos dispostos de forma desordenada.
Examinando os documentos com cuidado, ele encontrou uma carta parcialmente rasgada e manchada. A caligrafia trêmula e emocional sugeria que fora escrita em um momento de grande tensão: "Não posso perdoar o que aconteceu com minha irmã. Alguém tem que pagar por isso. Estou determinado a fazer justiça, custe o que custar."
As palavras ressoaram na mente de Lucas, deixando-o ainda mais confuso. Quem seria a pessoa mencionada? E quem seria a irmã? A ligação com o sequestro de Mariana não estava clara, mas a carta parecia indicar uma motivação pessoal por trás do crime. Ele guardou a carta no bolso, sentindo que poderia ser uma pista importante, mas decidiu não compartilhá-la com o grupo por enquanto.
Continuando a exploração, Lucas encontrou um canto com sinais de atividade recente: caixas abertas, ferramentas espalhadas e marcas de pneus no chão sugeriam que alguém havia estado ali. O silêncio era interrompido apenas pelos sons ocasionais de gotas de água caindo do teto, criando um ritmo sinistro que aumentava a tensão.
Lucas também encontrou um celular velho e quebrado no chão. Apesar de inutilizável, sabia que poderia conter dados importantes se conseguisse recuperá-los. Guardou o aparelho na mochila, planejando levá-lo a um técnico para extração de informações.
Apesar das pistas encontradas, o armazém estava vazio. Não havia sinais de Mariana ou dos sequestradores. Lucas começava a sentir a frustração se acumular, mas sabia que precisava de mais informações.
Subitamente, um ruído metálico ecoou pelo armazém, fazendo Lucas congelar no lugar. Ele se virou rapidamente, tentando localizar a origem do som. O coração disparado, batendo tão alto que ele podia ouvir em seus ouvidos. O silêncio voltou a reinar, mas foi breve. O som de passos pesados começou a ecoar pelo corredor, aumentando a tensão no ar.
Lucas se escondeu atrás de uma pilha de caixas, prendendo a respiração enquanto os passos se aproximavam. O som era irregular, como se a pessoa estivesse carregando algo pesado ou arrastando os pés. A tensão era palpável, cada segundo se arrastando como uma eternidade.
Os passos pararam abruptamente, e Lucas ouviu uma voz grave e rouca falando em um tom baixo. Não conseguia distinguir as palavras, mas a presença de alguém ali aumentava a urgência de sua missão. O suor escorria pela testa de Lucas, e ele se esforçava para manter a calma e o silêncio.
Após alguns minutos que pareceram horas, os passos se afastaram, e o silêncio voltou a reinar no armazém. Lucas esperou um pouco mais, certificando-se de que estava seguro para sair de seu esconderijo. Sentindo-se aliviado, mas ainda tenso, ele saiu devagar, atento a qualquer som ou movimento ao seu redor.
Enquanto caminhava em direção à saída, seu telefone vibrou novamente. Era uma mensagem do estranho: "Encontrou algo? Lembre-se, as pistas nem sempre são claras. Continue buscando e conecte os pontos. Não conte a ninguém sobre o que descobrir, pelo menos não ainda. Isso é maior do que parece."
Lucas respirou fundo, tentando processar tudo. O mistério estava se aprofundando, e ele sabia que precisaria ser cuidadoso. Saiu do armazém com uma sensação mista de frustração e determinação. As pistas estavam começando a aparecer, mas o caminho para resolver o sequestro de Mariana ainda estava longe de ser claro.
De volta a casa, Lucas decidiu analisar as pistas com mais calma. A carta e o celular quebrado poderiam conter respostas, mas ele precisava de tempo para descobrir como essas peças se encaixavam no quebra-cabeça maior. Enquanto isso, manteria seus achados em segredo, até que tivesse uma imagem mais clara do que realmente estava acontecendo.
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Amizade, Amor e Sequestro: Um Triângulo Cibernético
Ficção GeralLucas, um jovem de 19 anos, jamais imaginou que sua vida pacata mudaria drasticamente quando um estranho o adiciona a um grupo do WhatsApp. Subitamente, lucas se vê envolvido em um perigoso jogo de gato e rato, no qual sua ajuda é implorada para enc...