Capítulo 15

108 11 9
                                    

– Taehyung... nós precisamos conversar... — Jungkook disse, completamente desconsertado. 

– Eita, pelo seu semblante, deve ser sério. Sente aí, já estou curioso.

– Pois bem, eu estive pensando sobre o que temos passado juntos ultimamente... não sei muito bem como me expressar... mas gostaria muito de saber quais são seus planos ou intenções comigo... conosco... quer dizer... eu sei muito pouco de você...

– Eu já compreendi e esperava que alguma hora isso aconteceria, essa conversa. 

– Então?

– Então que é complicado, Jungkook. O problema não é você, eu juro. Sou eu. Estou muito ocupado com a banda, a faculdade e algumas questões familiares que eu realmente não quero te involver, nem lidar com mais responsabilidades. Por mim, esta nossa situação está boa como está, sabe? Nós nos vemos, conversamos, nem sempre precisamos ficar,  juntamos nossos amigos e é isso... 

Jungkook estava atônito, não sabia se havia compreendido todas as palavras corretamente ou se tinha alucinado todo o diálogo em sua mente. "Por mim, esta nossa situação está boa como está" foram as palavras que se repetiam em sua mente. 

– Você vai pedir alguma coisa?

Será possível que ele seja tão insensível? O Jeon pensou.

– Não... eu estou com dor no estômago, não deveria ter saído de casa assim... mas precisava conversar com você. Desculpe, Taehyung. — O Jeon disse já se preparando para partir. — E, por favor, me dê um pouco de espaço, sim?

– Eu não lhe dou espaço?

– Não! Quero dizer, sim! Você dá, mas eu preciso de uns dias sem contato. Eu te procuro quando processar tudo o que ouvi.

Jungkook adentrou o primeiro táxi que encontrou, mesmo com pouco dinheiro nos bolsos, só queria ir embora logo. Se iria gastar com um café e lanche caros, podia pagar pelo seu conforto para que chegasse mais rápido em sua casa.

Ele subiu as escadas correndo assim que chegou, o que atraiu a curiosidade de seus pais, que menos de meia hora atrás tinham visto o filho sair.

A mãe bateu em sua porta, mas ele não queria assunto com ninguém. Precisava do silêncio do seu quarto para que pudesse escutar o barulho em sua mente. Era muito barulho. Tanto barulho que poderia jurar ouvir os batimentos cardíacos em sua cabeça. O ar em seu quarto parecia rarefeito, seu peito doía ao tentar respirar. O que estava acontecendo?

Na faculdade, descreveu os sintomas para sua amiga de Psicologia, uma intercambista com "cara simpática", como Jeon costumava dizer. 

– O que eu acho? — Ela riu levemente. — Ah, meu amigo, não tenho dúvidas que o senhorito teve uma bela crise de ansiedade. 

– É... vocês de Psicologia sempre dizem isso, é tudo culpa da ansiedade, assim como tudo no mundo é virose né?

- Não é assim e você sabe que não gosto quando diz isso. Psicologia é muito importante e não é só ansiedade, loucura, diagnósticos... às vezes, muitas vezes, é ter com quem conversar, ter apoio, se organizar, tomar decisões, ajustar habilidades...

– Eu sei, me desculpe.

– Está tudo bem, meu amigo. Mas olhe, eu acho muito importante que você busque ajuda de um profissional e a nossa amizade seja apenas amizade, e não uma terapia gratuita com a amiga não formada, certo?

– Certo! Obrigado por me ouvir e por estar comigo hoje. Minha omma já estava oferecendo a oportunidade de fazer terapia e acho que é isso mesmo que farei. Nos vemos no final de semana na casa do Namjoon hyung?

- Certamente! Vai ser bom demais para você. Se priorize sempre, não aceite nunca menos do que você sabe que merece. Nunca é pedir demais e você é um docinho, Jungkook-ah! Confie, vai melhorar. Nos vemos por aí e na casa do Namjoon.

– Aliás... você e Hoseok...?

- Somos amigos! Homens e mulheres podem ser apenas amigos, Jungkook.

– Sim, com certeza. O raio de luz mais brilhante do dia, não é mesmo? — Ironizou, recebendo um tapinha e uma pequena e confiante risada de sua velha amiga Anne.

Nas aulas, Jungkook só pensava no Kim. Sentia formigas o expulsando de sua cadeira, mas tentava permanecer imóvel e relativamente atento no que a professora velha dizia com sua voz baixa. Ao voltar para casa, sem sentir a sua implacável fome, procurou sua mãe para pedir que ajudasse a encontrar e marcar uma consulta psicanalítica.

Na mesma semana, o Jeon pôde passar pela sua primeira consulta, uma entrevista com um senhor magro e tranquilo, que muito provavelmente poderia quebrar em uma forte ventania. Após responder a famosa pergunta "O que o traz aqui e como acredita que posso ajuda-lo?" com toda a sua situação com o Guitarrista, recebeu um profundo suspiro do profissional, que facilmente alugou um condomínio extenso de triplex em sua mente. Aquilo parecia promissor para o jovem estudante, que ao longo de suas sessões, via-se cada vez menos preocupado com o Guitarrista e, sem sequer se dar conta, seis anos se passaram sem nenhum contato.


-'ღ'- 

Olá, amores!

Espero que tenham tido um ótimo final de semana e boas férias.

Semana que vêm volto às aulas, mas dei uma boa adiantada nos capítulos, e nossa história está perto do fim. Quero ouvir vocês! O que acharam e o que esperam dos próximos capítulos? Algum pedido especial?

Se cuidem, fiquem com Deus e em breve 'tô de volta, hein!

Twitter(X): laura_mazevedo

IG: laura.mmazevedo

Beijocas!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 04 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Dance Floor [Kth + Jjk]Onde histórias criam vida. Descubra agora