Capítulo 4

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Eu trai o meu noivo?

Era o que minha mente repetia diversas vezes desde da ligação com Simone durante a madrugada. Não pensava em mais nada a não ser isso. Eu não consegui dormir direito, sendo acordada pela sua voz na minha mente.

Já estava ficando louca.

Sentada na frente do computador em meu escritório em pleno domingo, recordo os minutos da ligação com Simone. Os seus suspiros, sua voz rouca e baixa...

— Minha nossa senhora, Soraya, se controla! — falo para mim mesma quando já sinto meu corpo reagir com os pensamentos.

Que merda está acontecendo comigo?

Eu nunca me relacionei com mulheres. Nunca senti esse formigamento estranhamente gostoso no meio das pernas com o meu noivo, como eu sinto todas as vezes que penso em Simone. Nunca senti isso no meu corpo por ninguém.

A forma de falar, o jeito que gesticula enquanto fala, tudo, literalmente tudo em Simone era atraente. Seus olhos eram... Ahhh! Me sentia inebriada só de encará-los, ipnotizada. Passaria horas apenas os admirando. Apenas a admirando.

— Porra! — esbravejo passando as mãos pelos cabelos, apoiando os cotovelos na mesa. — Foco, Soraya, foco!

O relatório de um dos inúmeros casos já não faz mais sentido para mim, então releio novamente. No segundo parágrafo meu celular vibra encima da mesa, minutos depois ele vibra novamente avisando da chegada de novas mensagens.

Suspiro retirando os olhos da tela do computador e pegando o celular. Pela barra de notificações vejo duas mensagens do César, meu noivo.

Fico alguns segundos apenas olhando para sua foto de perfil. Era uma foto que eu tirei dele nas montanhas de Cusco no Peru, no mesmo dia em que ele me pediu em casamento. As lembranças daquele dia me dominam, e não sei explicar a sensação que o meu corpo reage ao lembrá-las. É estranho. Totalmente estranho.

Desbloqueando o celular, entro no aplicativo de mensagens logo depois. Penso antes de entrar na conversa. Não sei o que esperar, ele demorou tanto tempo para me responder, demorou tanto tempo para me procurar.

As palavras que usamos um contra o outro resoam perfeitamente nos meus ouvidos.

Entro na conversa.

Carlos: Precisamos conversar.

Sério mesmo? Solto uma pequena risada.

Carlos: Buscarei você a noite para jantarmos. Por favor, esteja pronta às 20h.

Solto o celular encima da mesa novamente. Não o respondo. Na verdade, não sei nem o que responder. Passo minhas mãos pelo rosto soltando todo o ar dos meus pulmões, apoiando os braços na mesa escondo meu rosto entre eles logo depois.

Como um estalar de dedos, as meninas aparecem na minha mente. Pego novamente o celular e encaminho as duas mensagens do meu noivo para o nosso grupo e envio um ponto de interrogação no final. Começo a ruer as unhas, ansiosa por suas respostas.

Volto a analisar o relatório mais uma vez, mas sempre de olho no celular na esperança de alguma mensagem. Termino de ler o relatório e assim que me levanto da cadeira uma notificação chega. Desbloqueio rapidamente o aparelho, logo entrando na conversa.

Monique: Esse homem ainda existe? Meu pai amado.

Kariny: Monique!

Monique: O quê? Quer dizer que você sentia saudades do seu cunhadinho amado? Pela fé, né, Kariny?!

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⏰ Última atualização: Aug 26 ⏰

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