Sentia as minhas mãos suarem frio, juntamente com a minha nuca. Um frio na barriga se estalou quando a porta do consultório abriu e uma mulher saiu de lá com um sorriso imenso.
— Soraya Thronicke? — a recepcionista, ruiva com algumas tatuagens nos braços e sorridente, me chama. Me levanto e caminho em sua direção. — Você já pode entra.
Era agora. Não poderia fugir mais. Aperto firme a bolsa em minhas mãos e dou alguns passos até a porta, de cabeça baixa entro na sala.
— Bom dia! — uma voz rouca ecoa no recinto e eu levanto o olhar, me deparando com uma mulher de pele branca, quase leitosa, seus cabelos eram pretos como a noite e seus olhos eram castanhos, quase pretos. A vergonha aumenta ainda mais em meu corpo e eu não consigo falar nada. — Soraya Thronicke, certo? — fala novamente, parecendo olhar através de mim.
Seus olhos eram lindos, muito lindos!
— O‐Olá, bom dia! — é impossível não gaguejar diante do seu olhar sobre mim. — Sim, está certo.
Sorriu, não sei se foi para ser cordial ou pela a minha vergonha estampada no meu rosto. Ela aponta para que eu sente na cadeira em sua frente e pega uma pasta em cima da mesa, faz algumas anotações e me olha novamente.
— Bom, sou a Dr. Simone Tebet, psicóloga e terapeuta sexual para mulheres e gostaria de saber o que te trouxe aqui, Srta. Thronicke.
Merda. Nem eu sei o que estou fazendo aqui, vim praticamente obrigada pela minha irmã e minha prima. Respiro fundo. Vamos lá Soraya, é só uma consulta normal.
— Não precisa se sentir envergonhada, Srta. Thronicke. Estou aqui para lhe ajudar e achar o problema, mas, para isso, preciso que você colabore comigo e fale o que está acontecendo. — a Dra. fala calma, cruzando as mãos em cima da mesa e mantendo o seu olhar no meu rosto.
Minhas mãos suadas molham a barra do meu vestido, merda de nervosismo! Respiro fundo antes de olhá-la nos olhos, mas só piora a situação ficar a olhando. Ela é muito bonita, seu rosto, seu cabelo, seu queixo furado, os seus olhos...
Ela percebe que fiquei ainda mais nervosa e desvia o olhar, sorrindo. Abaixo a cabeça e respiro fundo mais um vez, vamos lá Soraya, é só falar!
— Bom... Não é nada de mais.
— Você não estaria aqui se não fosse nada de mais.
Verdade, ela tem um ponto. Mas me sinto tão estranha falando desse assunto, e para piorar com uma pessoa que nunca vi na minha vida. Eu a encaro novamente e desvio o meu olhar pela sala, vejo um sofá-cama no canto da sala — Por que caralhos ela teria um sofá-cama em seu escritório? —, o local era enorme com várias estantes de livros e quadros.
Sei que estou demorando a falar, pois ela começa a batucar a caneta na mesa, quando volto o meu olhar para o seu ela me incentiva a falar, apenas com o olhar.
— Eu não sinto prazer na hora do sexo.
Um sorrisinho de lado ilumina seu rosto e só então percebo o que eu disse. Em voz alta.
Puta que pariu.
Meu rosto todo esquenta e sei que estou parecendo um tomate.
— Isso é algo normal que podemos tratar, Soraya. Posso te chamar assim?
— Humrum.
Ela sorri e me sinto ainda mais envergonhada, começa a escrever novamente na pasta e se encosta na cadeira assim que termina, seus cabelos pretos ficam esparramados pelo estofado e pelo seus ombros. É como uma obra de arte.
— Bom, Soraya, para te ajudar eu preciso fazer algumas perguntas. São simples, e com isso eu irei conseguir saber o que está acontecendo com você. — ela brinca com a caneta entre os dedos e se inclina novamente para frente, colocando a franja do cabelo para trás com uma mão. Tudo isso passa em câmera lenta diante dos meus olhos.
— Você é casada, namora? Ou algo assim?
Merda, chegou onde eu menos queria que essa conversa chegasse. Não sei nem como responder.
— Hum, eu sou noiva... Na verdade, acho que ainda sou, não sei mais.
— Como assim "não sabe"? — ela dá um sorrisinho me olhando.
— A três dias tivemos uma briga por conta desse meu... "problema", ele não me responde mais e nem atende as minhas ligações. Então não sei se ainda sou comprometida.
— Certo. — ela anota mais alguns coisa e forço minha visão para tentar ler algo, mas ela está um pouco longe e sua letra não ajuda muito. — Ele é o seu primeiro relacionamento?
— Sim. Nos conhecemos na escola, quando eu tinha 17 anos, e estamos até hoje, ou estávamos...
Sinto uma dorzinha no peito.
— Mas precisamos saber o que está acontecendo com você, isso agora não importa. Você perdeu a virgindade com ele?
— Sim.
Ela começa a mexer no Macbook e o silêncio toma conta da sala, apenas o som dos seus dedos nas teclas do aparelho é ouvidas.
— Soraya, você sente dor na hora da relação?
— Não. Na verdade, não sinto nada.
Sua expressão é de pensamento. Não consigo deixar minhas mãos quietas, mexo no vestido, na alça da bolsa, em qualquer coisa que estar perto de mim.
Estou confessando tudo isso pela primeira vez, Kariny e Monique sabem pouquíssimas coisas, e só por que elas me perguntaram até eu não conseguir mais mentir.
A Dr. me analisa com o braço apoiado na mesa com a mão cobrindo a boca e a outra no mouse, seus olhos descem do meu rosto para a o meu busto, que estão bastante evidente por causa do decote do vestido.
Me sinto mais envergonhada, desde quando eu pisei nessa sala. Ela percebe e se vira novamente para o Macbook, mas logo se vira para mim novamente e faz uma pergunta que me faz procurar qualquer buraco para colocar a cabeça de tão envergonhada:
— Você já se masturbou, Soraya?
Eu não sei o que responder ou como responder, ela percebe a confusão na minha mente e começa a falar novamente.
— Isso é normal, Soraya, não precisa ter vergonha. É normal entre as mulheres se dar prazer, e tem vários benefícios como: o alívio do estresse, a melhoria do libido, previne a incontinência urinária, fortalece o sistema imunológico, trás a sensação de bem estar e também pode melhorar a relação a dois. Além, é lógico, de você se conhecer, de saber os seus gostos e preferências.
Ela fala tão calmamente como se tivesse falando do clima, apenas balanço a cabeça, fingindo entender tudo.
— Não, eu nunca fiz isso. — respondo bem baixinho.
— Então, eu quero que você se masturbe.
[...]
Olá, gente! Apareci com o primeiro capítulo e espero que vocês gostem desse novo universo, qualquer coisa estarei no Twitter (suhtebet), lá estarei soltando alguns spoiler, tanto dessa fic quanto da outra e avisando quando sairá capítulos novos. Quero saber o que vocês acharam também, então quero muitos comentários, viu?!
Amo vocês, gostosas!! 💗
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Terapia Sexual - Simoraya
FanfictionComo você reagiria se tivesse que ir a um terapeuta sexual? Soraya Thronicke, uma advogada renomada do Mato Grosso do Sul, fica sem saída quando sua irmã, Kariny Thronicke, e sua prima, Monique Vieira, a obriga a marcar uma consulta com um terapeut...