Capítulo 2

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    Sempre fui uma menina considerada quieta. Aquela que só sabia estudar, não ligava para festas e muito menos para meninos.

Meus pais eram superocupados, passei praticamente minha adolescência toda sozinha cuidando da minha irmã, então não tinha tempo para nada, a não ser estudar.

Aos 15 anos entrei no ensino médio. Nunca fui rodeada de amigas, contava nos dedos de uma mão quem realmente podia ser chamada assim, foram com elas que eu aprendi algumas coisas.

Eu ouvia suas histórias com os meninos de outras salas da escola e me sentia deslocada por nunca ter feito nada, eu com apenas 15 anos só tinha dado um beijo em um menino, e foi a pior experiência da minha vida.

Um dia, quando estávamos conversando no horário de recreio, uma das meninas soltou que um menino novato estava me olhando, ao olhar na sua direção meu coração acelerou. Não sabia como agir ou o que falar. Durante algumas conversas com as meninas descobri o seu nome: Carlos César, dois anos mais velho que eu.

Sempre o via me olhando, mas eu era tímida demais para começarmos uma conversa. E ficamos nessa durante os dois primeiros anos do ensino médio, sem trocar nenhuma palavra.

Mas, já no último ano, em uma festa de voltas aulas que alguns alunos faziam todos os anos, a gente se esparrou na mesa de bebidas. A princípio eu não sabia como me comportar em sua presença, então apenas o ouvia falar e respondia com alguns resmungos. Mas isso durou até apagarem as luzes do local, ele me chamou para dançar e, antes que eu falasse algo, ele segurou pela minha cintura e me levou para um canto um pouco afastado, onde ninguém nos veria.

Carlos me conduzia pela cintura em uma dança lenta, os nossos corpos estavam colados um ao outro, a sua respiração batia no meu pescoço e até hoje não sei descrever as sensações que o meu corpo sentia. O final da música chegou e com ela os nossos corpos se descolaram, ele me olhou e disse que me achava muito linda e que gostou de mim assim que seus olhos me viram, mas que não iria fazer nada até que eu falasse se poderia ou não. Ele beijou a minha bochecha e logo depois a minha testa, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sumiu no meio da multidão.

Aos poucos fomos nos envolvendo. O nosso primeiro beijo foi em frente a minha casa, apenas um selinho rápido, mas que fez o meu coração querer sair do corpo de tanta alegria. Com o passar do tempo, estávamos fazendo tudo juntos, desde ir e voltar da escola juntos até participar dos programas em família um do outro.

Era tudo novo para mim. Estava me descobrindo mulher, Carlos me fazia se sentir deseja, amada. Fui me permitindo sentir todas as sensações novas que ele me proporcionava.

No meu aniversário de 17 anos, ele pediu a minha mão aos meus pais, que o amavam como um filho. Começamos a namorar e alguns meses depois transamos pela primeira fez, não sabia muito o que fazer então deixei que Carlos comandasse tudo. Mesmo ele sendo carinhoso em todos os toques e falando repetidas vezes que me amava, que eu era linda, não me senti bem naquele momento.

Até que acabou e a única coisa que senti foi dor, e continuou pelo menos até a terceira vez que transamos. Sempre ouvia as minhas amigas falarem de como era bom, que ficavam com o corpo mole e gozavam horrores. Ouvia sobre as posições que mais sentiam prazer, os brinquedos sexuais e tudo relacionado ao prazer feminino.

Sempre ficava calada, ou falava muito pouco. Não sabia o que estava de errado comigo, e sentia muita vergonha para contar a alguém. Comecei a fazer o que as meninas falavam, mudava as posições, comprava óleos, tudo, e nada funcionava.

Nunca toquei meu corpo com outras intenções, as mãos que faziam minha pele se arrepiar nunca eram as minhas. Ouvia as minhas amigas, até as minhas primas e tias, falarem sobre a masturbação, mas sempre fugia do assunto. Me sentia completamente incomodada, e nunca soube o motivo.

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