Fôlego ❤️‍🔥

446 56 5
                                    





Após almoçar com seus pais, ela se sentou na varanda de casa. O dia estava agradável, e há tempos não tomava sol na varanda. Pegou um livro afim de se distrair.

Sua mãe havia regado as plantas do jardim, e isso trazia a ela uma sensação boa, um cheiro agradável de terra molhada.

Pensando na noite anterior, o quanto fora difícil pegar no sono, naquele momento não queria pensar na Valentina. Sabia que essa farsa com ela não duraria muito, por isso se segurava para manter sua sanidade mental. E, com sorte, ainda faria Fabricia desencantar dela. Por falar nisso, realmente percebeu que na faculdade e na praia, a ruiva apesar de se aproximar vez ou outra, não implicou mais com ela, isso deveria ser obra com certeza da Valentina. Mas, ainda não comemoraria esse fato, afinal, a garota fez ela perder o emprego, do que mais seria capaz?!

Fabricia... O nome ecoava em sua mente como um alarme. O que ela pretendia? Amava mesmo Valentina a ponto de achar que ela só seria feliz se estivessem juntas? Afinal, o amor não é abrir mão apenas para ver a pessoa feliz? Era essa a ideia de amor que ela tinha na cabeça, por isso queria estar longe disso, as pessoas eram egoístas demais! Fabricia deveria deixá-la ir, já que a amava, deveria querer vê-la feliz certo? Ela já lutou, não deu certo, deveria seguir em frente. Mas conhecendo a peça, talvez ela jamais desistiria.

Luiza ponderou sobre esta frase, era quase um paradoxo. Mas se encaixava bem o suficiente para lhe desconcertar. Será que todo aquele "trabalho" era à toa?

-Ei, Luiza. Você está legal? – estava tão distraída que não vira o rapaz se sentar ao seu lado.

-Ah. Oi João – disse mais desanimada do que pretendia.

-É. Você não está legal. Brigou com a Valen? – perguntou com curiosidade.

A garota o encarou. – Não – retrucou seriamente. – Por que?

-Você pareceu estar triste – ele se explicou. – Que outro motivo poderia ser?

-Não – ela suspirou, pedindo a Deus paciência. – Nós estamos bem, estamos nos entendendo e nos respeitando, o que é incrível – disse observando o chão- E, eu não estou triste, apenas abatida. Estou um pouco cansada, e não querendo ser grosseira – ela ergueu a sobrancelha. – Pode me deixar sozinha? Não estou muito à vontade para conversar... Se é que me entende.

-Sem problema – disse ele por sua vez, lhe dando um rápido beijo no rosto, antes de sair.

Luiza ficou sem ação, olhando para o lugar de onde João saia. Ela balançou a cabeça negativamente. Havia coisas, que, definitivamente, ela nunca poderia compreender. Ela poderia fazer uma lista. Gigantesca.

Estaria João em sã consciência? A morena não tinha certeza...

E Fabricia?

E Valentina?

Pensando nela, ela poderia fazer uma lista interminável de perguntas sem respostas... Valentina era, certamente, o ponto central de suas indagações.

**

Luiza acordou assustada, levantou os olhos para a janela, estava escurecendo e chovendo. Nem aparentava ser o mesmo domingo de sol daquela manhã. Olhou nervosamente para o lado para constatar com alívio que ninguém se encontrava ao seu lado.

"Definitivamente estou pirando" pensou enquanto, um tanto quanto tremente, andava ao encontro do banheiro.

-Você está péssima – murmurou olhando-se no espelho.

Paixão em jogo - A apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora