12 Silêncio Quebrado

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Forever se aproximou e deu um abraço em Cellbit. O híbrido estava muito confuso e sentimental, fazia anos que Forever não o via assim. Aquela fraqueza, essa vulnerabilidade, não se parecia nenhum um pouco com Cellbit. Ele lembrava-se do tempo em que Cellbit era inabalável, sempre com uma resposta afiada e um olhar determinado.

— Seja forte... pensa pelo lado positivo, se ele for preso, ele vai voltar! — Forever tentou ser um bom irmão/amigo, mas sabia que essa ideia não trazia muito consolo.

Enquanto Cellbit procurava algumas coisas na sala de Cucurucho, ele descobriu que Roier tinha uma família. Ele entendeu como era ter alguém amado longe, sem a chance de visitar. Roier tinha filhos, e a ideia de ser separado deles doía mais em Cellbit do que ele queria admitir. Ele sabia que aquela separação poderia destruir Roier.

— Seja forte, no próximo mês nós vamos fugir — Forever abraçou Cellbit novamente. Cellbit ficou aliviado, sentindo um pouco de esperança brotar em meio ao desespero.

A tristeza foi indo embora aos poucos, levando consigo Forever, que deixou Cellbit sozinho em sua cela. A cela vazia de Cellbit era um reflexo de sua mente: um espaço cheio de sombras e memórias dolorosas. Seu último companheiro de cela foi morto por ele mesmo. Sem nenhum arrependimento, sem nenhuma pena, ele mal se importava com o que pensavam dele. Porém, a opinião de Roier era mais valiosa para ele do que ele queria admitir.

Cellbit se deitou na cama dura, olhando para o teto. Pensava em como Roier conseguia despertar nele sentimentos que ele acreditava estarem mortos. Ele sabia que precisava ser forte, não apenas por si mesmo, mas por Roier e pela promessa de fuga que Forever mencionava. As paredes frias da cela não eram suficientes para apagar a chama de determinação que começava a crescer novamente dentro dele.

12 Capitulo : Silêncio Quebrado

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