APROXIMADAMENTE UM ANO E MEIO ATRÁS
Kenya se direcionava agora ao espaço onde os outros soldados da competição estariam, depois de ser motivada pelo melhor amigo, e receber o lenço vermelho de pescoço como presente, o qual estava amarrado ao redor de sua garganta, porém discretamente colocado por dentro da gola de sua farda para não ficar exposto demais. Depois de ouvir o discurso incentivador de Vincent, a garota se sentia um pouco mais encorajada.
A desenhista entra na ala fechada onde os outros soldados se preparavam para competir. Alguns bebiam água, enquanto outros se alongavam, ou checavam suas armas. Outros apenas conversavam e interagiam, sendo alguns deles colegas já conhecidos entre si, provavelmente. Por fim, alguns simplesmente permaneciam sentados, guardando energias para quando começassem as provas.
Quando ela entra, um dos soldados a aborda, avisando:
-???: Ei! Tem que pegar um dos capacetes ali! — O rapaz aleatório indica apontando para uma estante, onde tinham capacetes militares de sobra — Falaram que é pra ter segurança nas provas e blá-blá-blá... Sabe como é, né?
Após a explicação dele, Kenya só afirma com a cabeça em entendimento, evitando falar, e vai pegar seu capacete. Ao vesti-lo em sua cabeça, percebe que ele cobria bastante. Não apenas cobria o topo de sua cabeça, como também tinha uma grande viseira transparente amarelada na frente para proteger o rosto inteiro.
A garota disfarçada se senta em um banco comprido presente em um dos cantos daquele espaço, e em seguida começa a aguardar em silêncio. Seu coração estava acelerado como nunca. Inevitavelmente, sentia como se constantemente tivesse que fugir de suspeitas, sendo que na realidade ninguém estava olhando para ela. Mas a sensação era essa.
Ela batia as palmas em suas coxas ritmicamente como se fossem um tamborzinho, como gesto de inquietude e ansiedade. Não demora para que se estendesse para outros gestos, como agarrar o tecido de sua calça com os dedos, morder as próprias unhas, morder a pele dos lábios e arrancar, e balançar um dos pés involuntariamente. Não conseguia parar quieta. E tudo isso só ia se ampliando, pelo fato de estar cercada de homens, enquanto ela estava ali como impostora.
-???: OPA! Tá nervoso, "cumpadi"?! — Diz um soldado que surge ao seu lado do nada falando aquilo com a voz elevada e em tom zombeteiro, estando de pé à sua direita, dando um tapa forte em seu ombro, de forma que Kenya soltasse uma curta arfada de susto — HAHAHAHAHA! Caaaalma, neném! — Diz com escárnio, em meio a risos — Desse jeito cê vai infartar e cair duro na linha de largada ainda! Olha que eu não sei fazer ressuscitação cardiopulmonar... E mesmo se eu soubesse eu não faria, senão perdia meu primeiro lugar na corrida por sua causa! AHAHAHAHAHAHA! — Ele continua fazendo piada, dando mais tapas no ombro de Vanderbright, mesmo com ela se encolhendo desconfortável e tensa com aquilo e sem realmente responder às brincadeiras.
-???: Ah, deixa ele quieto, James! — Um outro soldado surge para intervir, desaprovando a atitude do primeiro, enquanto toca o ombro dele para afastá-lo de Kenya — Todo mundo aqui vai tá em provação, não precisa provocar os outros justo agora!
-James: Ai, fica calmo, florzinhaaaa... — O dito James balança as mãos no ar cinicamente, provocando o colega, que cruza os braços, rangendo os dentes irritado e enfezado ao ser chamado daquele jeito — ... Eu tava só brincando aqui com meu parça! Não pode não, é...?
-???: BEM! Ele não me parece ser "seu parça", e muito menos parece estar achando graça das suas brincadeiras. Agora vê se não alopra, vai! — Exige, firmando a voz enquanto aponta para o colega irritante.
-James: Uuuuiiiii, tá booooom... — Ele recua dando passos em ré, com os braços erguidos em rendição enquanto profere aquilo com deboche — ... Já que eu tô incomodando, vou deixar a boneca conversar a sós com o cardíaco de plantão! — Estreita os olhos com um sorriso desdenhoso, referindo-se ao seu colega conhecido ao dizer "boneca", e então olhando para Kenya ao dizer "cardíaco de plantão". A seguir, James sai dali, se misturando entre outros colegas e deixando os dois.
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Terras do Karma
Fantasía(PLÁGIO É CRIME) (NÃO RECOMENDADA PARA MENORES DE 14 ANOS) Há muito tempo, as terras de Lumênara eram habitadas por um povo abençoado com a magia. Mas desde a Queda Espiritual, isso se tornou passado, e a magia deixou de existir. Apesar dis...