CAPÍTULO 8

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Rabbit

Uma semana depois...

O vento sopra nossos cabelos enquanto a vejo apontando a
arma pelo canto do meu olho. “Hora do chá.” Ela aponta a arma
para o para-brisa. “Hora do chá,” anuncia, em um tom diferente e balança a cabeça, exasperada.

“Querida?” Pergunto. Suas mãos caem sobre seus joelhos e a
arma azul descansa em seu colo.

Seu lábio inferior está fazendo beicinho. Está pintado de rosa
claro, seu batom favorito guardado em seu bolso. O vento sopra sua massa de cachos dourados, uma faixa preta é a única coisa que o mantém preso no lugar. Ela está usando um vestido azul limpo, suas meias listradas em preto e branco e as suas botas de cano alto.

Linda.

“Não decidi o que dizer à Lagarta quando chegarmos a ele.
Não consigo decidir como dizer o que quero.” Ela olha para mim e
seus ombros caem. Seu dedo acaricia a gravura em sua arma.
“Quero dizer isso, 'Hora do chá’,” antes de matá-lo, porque está na minha arma e acho que soa tão bem. Porque eu amo chá.” Seu
rosto fica triste. “Mas apenas Earl Grey; nenhum outro.”

Meu peito aperta. Ela sempre disse isso quando éramos
crianças. E ficaria realmente brava se alguém ao seu redor tentasse beber qualquer outra coisa, que não fosse Earl Grey, ou sequer pensar em servir outro a ela. Se ousassem beber chá preto, ela ficaria totalmente fora do controle.

“Experimente comigo,” digo, e seu rosto se ilumina. Dolly
desloca-se no assento e aponta a arma para o meu rosto. Eu sorrio.

“Hora do chá,” ela diz. “Hora do chá.” Depois de me oferecer
cinco maneiras diferentes de dizer isso, ela pergunta, “Então?”

“Número um, querida. Está perfeita.”

“Sim!” Vibra vitoriosa, e volta a sua posição em seu assento. “Hora do chá,” diz, tentando parecer ameaçadora. Ela não faz um bom trabalho. É muito bonita para isso. Um anjo caído...
corrompido por mim, agente do próprio diabo.

O encaixe perfeito.

Dolly abaixa a arma, exatamente quando passamos pela
placa que diz: Amarillo. No momento em que atingimos os limites da cidade, sinto o sangue nas minhas veias aquecer e minha carne começa a contrair. O cheiro de haxixe enche o meu nariz, apesar de não haver nenhum presente. Só de pensar naquele filho da puta me faz sentir o cheiro dele, ouvir o seu grunhido por trás de mim. Olho para Dolly, que está agora escovando o cabelo esfarrapado da cabeça danificada de sua boneca, cantando baixinho. Pergunto-me o que o gordo fodido fez com ela quando fui embora. Ainda posso ouvir suas palavras ecoarem naquela noite. Quero os dois juntos. Eu quero ter os dois ao mesmo tempo.

Tio Lester, o gordo de merda que gostava de estuprar
crianças em pares, o gênero não era um problema. Bem, o filho da puta irá realizar o seu desejo.

Estamos dirigindo por um tempo para alcançar a casa
escondida da Lagarta. A lagarta, que recebeu esse nome no País das Maravilhas por causa do seu amor ao haxixe que fumava em seu precioso cachimbo.

Dolly treinou muito na semana passada. E ela é um
espetáculo. Atingia os seus alvos com perfeita precisão, cortando-os com veneno no seu coração.

Mortal perfeição.

Nunca estive tão excitado como fiquei observando sua luta.
Não sei como farei para me conter, ao vê-la matar de verdade.

Especialmente este fodido pedófilo, e quaisquer outros
pervertidos que ele tenha protegido.

“Quanto tempo agora, Rabbit?” Pergunta Dolly do banco do
passageiro. Vejo nossa saída logo à frente e entramos na estrada de terra discreta.

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⏰ Última atualização: Aug 05 ⏰

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