Nishimura estava lendo um livro que gostava muito. "Assombrando Adeline" era como uma terapia, seus pensamentos se formavam à base de cada palavra daquelas páginas, se sentia aliviado por ter pensamentos e gostos estranhos e ainda sim não deixar que aquilo se tornasse externo e virasse alguém tão ruim.
Riki se desconcentrou por um momento, sentindo uma vibração vir dos lençóis, era seu celular tocando.
Ele se levantou e olhou para o nome de quem estava ligando, e lá estava:
"Yang Jungwon".- Alô?
- Riki!! Me encontra na pracinha que fica perto da nossa escola, é urgente!
- Quê?? Ah, 'tá bom.
O mesmo desligou o telefone, vestiu uma jaqueta xadrez e colocou uma calça larga, saiu correndo de casa, sem ideias do que poderia ter acontecido.
[QT]
Yang estava sentado no banco de uma árvore de cerejeira, quando avistou Riki de longe, fez sinal para que fosse mais rápido, o fazendo correr mais.
- Ah.. - Riki estava ofegante por ter feito muita força - Eu juro que se não for nada sério, eu te mato.... - Foi interrompido por uma única frase de Yang.
- O Sunoo está namorando uma garota.
Riki sentiu seu coração doer como se tivesse sido atingido por uma grande pedra, sentiu sua boca estar seca, olhou para os olhos de Yang, tentou disfarçar sua reação, já que para ambos, era apenas uma admiração comum.
- É? Caramba, que legal.. Fico feliz por eles - Era difícil conversar por sentir sua boca sem quaisquer vestígios de saliva.
- Você não 'tá bravo ou triste? Pensei que o fato que ele 'tava namorando ia te incomodar, já que você se inspira muito nele.
- Quê? Não. O Sunoo é só uma inspiração, não é meu crush. Nem entendi o que isso tem a ver comigo.
Riki estava confuso porque estava se sentindo daquela maneira, desde sempre viu Sunoo com outros olhos, nada romântico, mas aquilo não parecia amor, aquilo doía muito.
- Eita. 'Tá grosso hoje, hein.
Riki se sentou ao lado de Jungwon, sentia vontade de chorar, mas ainda sentia uma imensa raiva sobre a tal garota. Nishimura pensara que era o efeito de estar lendo muita coisa do tipo, se recusava a acreditar que voltaria a amar alguém depois de sua última paixão.
- Qual é o nome dessa garota?
- Sooha.
Aquele nome ecoava sob sua mente vazia, seu ódio por aquela garota crescia cada vez mais quando se lembrava que naquele momento ambos estariam juntos.
- Ei, aquele não é seu motorista? - Apontou para um homem semelhante andando pelo lugar. - Não era para ele estar trabalhando?
- Ah, minha mãe demitiu ele depois que soube que foi ele que levou você para casa.
- E depois você ainda diz que eu não incomodo. - Resmungou.
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Era 20:33 da noite, Riki ainda estava pensando naquela maldita garota, mas ainda se recusava a pensar que sentia algo por Sunoo, mas sentia algo como obsessão. Apenas tentou se confortar pensando que era ciúmes de amizade, por mais que aquilo parecia afetivo demais.
Se passaram alguns minutos, e o garoto ainda estava irritado com tudo aquilo, não podia encontrar alguma solução nem mesmo na internet, apenas números de psicólogos, que tipo de problema é isto que ele precisa de psicólogos?
Resolveu voltar a ler seu livro favorito, por mais que de primeira parecia que estava apenas passando o olho pelas palavras, sem compreender quaisquer coisas.
"Eu a terei porque ela é a primeira coisa que me fez sentir algo bom em tanto tempo, e eu fiquei obcecado em mantê-la. Eu não tenho muitas coisas boas na minha vida, e eu não me importo se isso me torna egoísta por querer segurá-las."
- É sério mesmo que a primeira coisa que eu leio é isso? Eu deveria me preocupar, ou me confortar por me parecer com um assassino maluco e obsessivo?
Fechou a página com uma força imediata, esfregando a testa até os cabelos, estava tão nervoso que poderia sair fumaça de sua cabeça.
- Tá. Eu devo procurar uma psicóloga ou aceitar que eu devo ser igual aquele protagonista de merda?
Começou a girar em sua cadeira, às vezes chorando, às vezes espancando as paredes, não sabia lidar com algo que nunca havia sentido na vida, aquilo era coisa de livros tóxicos, como o da própria Addie.
Em uma brecha que teve, se recordou do segurança de Sunoo, e pensou em procurar por ele para saber mais sobre a vigilância dentro da família do outro.
- Não.. Isso é tóxico pra caramba. - Deu mais algumas voltas na cadeira - Mas pensando bem... Talvez eu deveria tentar, 'né?
Se levantou da cadeira e saiu de casa, esbarrando em quaisquer objetos ou pessoas que estivessem perto, Riki caminhara ao mesmo lugar da praça, por sorte, naquele dia as lojas fechavam às 10 horas da noite, e então rezava para que o segurança fosse um rapaz bêbado que fosse com frequência em bares.
Dito e feito, avistou o segurança, mas o mesmo estava em uma loja técnica, os olhos de Riki brilharam só de pensar que ele era profissional em câmeras de segurança e todo tipo de perseguição em si.
- Ei! - Gritou no meio da rua, chamando a atenção de todos ao redor, menos o segurança, queria enfiar sua própria cabeça no meio do chão. Saiu correndo em direção ao homem e o cutucou - Moço!
- Oi? Perdão, estava ocupado aqui.
- Me ajuda, por favor! Não sei se você ainda se lembra de mim, mas eu preciso saber como era seu trabalho dentro da família Kim - Falava em uma velocidade rápida, típico de uma pessoa nervosa.
- Quê? Ah garoto, se apaixonou muito cedo pela nova namorada do S...
O mesmo foi cortado com um grande batuque na mesa, Riki se exaltou com a mudança de assunto e resolveu dar um soco na mesa, dando um racho na perna da madeira.
- Vai me ajudar, ou vai querer ser igual essa sua mesa podre?
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Atrás Da Vigia - Sunki
FanfictionKim Sunoo era o menino mais popular do colégio, seu irmão da mesma idade, Yang Jungwon, conhece um menino chamado Nishimura Riki, que por acaso admirava Kim. Com o tempo em que o trio se aproxima, Riki desenvolve uma paixão um quanto possesiva por S...