CAPÍTULO 3

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Eduarda

Acabei o primeiro episódio da série e, antes de engatar no próximo, olho para os lados e vejo como Vincenzo está dormindo com uma expressão tranquila. Quando menos percebi, o estava observando mais a fundo.

Ele é, realmente, um homem muito bonito. Sua aparência é jovial, sua beleza é realçada pelos cabelos loiros e o rosto emoldurado por uma barba bem feita. Não me importaria de me apaixonar por alguém como ele. Mas agora foco, por que isso já está ficando estranho, afinal ele é somente um desconhecido na poltrona ao lado e não posso me dar ao luxo de acabar com o coração ferido.

Como foi da última vez que acabei destinando meus sentimentos a alguém que não merecia, simplesmente por eu não atender às expectativas da família dele. Me humilhei tentando lutar pelo relacionamento, mas como dizia minha mãe "nem todos conseguem enxergar a beleza do amor, procuram somente o status social e os bens materiais para engrandecer a si mesmos".

Foi um ano extremamente difícil para mim e para meu pai que sempre esteve ao meu lado. Porém, agora são novos caminhos e oportunidades e cada coisa tem o seu tempo para acontecer, não posso me apressar.

Tento ocupar meus pensamentos com as coisas que preciso fazer assim que desembarcar e já planejar alguns passeios. Começo a fazer uma pequena lista com os principais itens:

1. Ir para o Palazzo Porta Romana;

2. Acomodar meus pertences no quarto;

3. Almoço com o diretor-chefe da empresa no Al Mercato Steaks Burgers (preciso dar um jeito de encontrar esse local);

4. Tarde livre para conhecer as dependências da empresa Belle foto.

Isso já parece o suficiente para o primeiro dia. A cada instante que se passa dentro desse avião o nervosismo e a expectativa tornam-se maiores e sei que darei tudo de mim para orgulhar, principalmente, meu pai e a Rachel. É incrível como nossos planos podem mudar com uma simples ligação.

Há quase três semanas atrás eu não imaginava estar fazendo minha primeira viagem de avião – sozinha e muito menos a trabalho – para um lugar fora dos meus costumes. Garanto que ainda estaria pensando na possibilidade de ir trabalhar na mesma empresa que meu pai e sem nenhuma perspectiva do que fazer logo em seguida. Às vezes é preciso um empurrão para acordarmos para a vida.

Então, cá estou eu, com a cara e a coragem. Deveria ter praticado mais meu italiano, imagino a vergonha vindo aí!

O sono chegou para mim também, vou aproveitar para relaxar, porque ainda falta um bom tempo para chegarmos.

Primavera na ItáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora