III- Interior

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Sakura acordou com o sol aquecendo seu rosto, olhando para a parede pode perceber o vento esvoaçando as cortinas carmesim que faziam parte da decoração de seu quarto, infelizmente estavam abertas juntamente com as janelas, o que fazia o vento frio de junho entrar e incomodar sua pele coberta apenas por seu pijama.

Hoje seria um dia frio, teria que se preparar.

Se levantou, andou até o banheiro que tinha em seu quarto, subiu no banquinho que tinha na frente da pia para que pudesse lavar as mão sem precisar de ajuda e se olhou no espelho, a garota que estava refletindo estava com uma expressão sombria, como alguém minutos antes de ser desenganado por uma doença terminal por seu médico de anos.

Mesmo quase não se reconhecendo o interior da garotinha a recorda de quem era, aliviada por se reconhecer, coloca no rosto uma expressão surpresa, nunca tinha parado para realmente se olhar, em sua opinião não era feia, era até que charmosa, seus cabelos rosa combinavam contigo. 

- Claro que combina, seu cabelo sempre foi lindo.

-Que?

-Seu não, nosso né, já que eu também sou você.

O sentimento de desespero era terrível, aquela voz estava na sua mente, ecoava por todos os lados.

Por mais estranho que fosse, era uma voz calma, melodiosa e feminina, parecia de alguém da sua idade.

- Lógico que eu tenho sua idade sua tonta, eu sou você.

- Eu? Como assim eu?

- Sua eu interior bobinha, sua mente, seus pensamentos, uma parte da sua consciência.

- C-como?

- Eu também não sei, não sei se sua consciência se separou, acho que não, é como se você tivesse me criado, talvez em algum descontrole, sou como alguém que sabe tudo o que você pensa, talvez algum sentimento que tenha sido reprimido.

- E você sou eu?

- Sim.

- Você também é a Sakura.

- Sou.

- Então você pode ser a Inner?

- Só se você for a Outer!

- Tudo bem, acho que posso lidar com isso.

Ainda meio atordoada, mas de alguma forma confortável, Sakura lavou seu rosto, olhou novamente no espelho mas agora dando um sorrisinho, fez suas necessidades e voltou para o quarto.

Aproveitou que estava um pouco mais disposta e observou o que poderia fazer, tinha alguns livros que queria ler, também fazia tempo que não jogava nada, mas seria chato jogar sozinha.

Andou até a caixa em que guardava os livros e pergaminhos que tinha, começou a procurar algo que lhe chamasse a atenção.

Depois de algum tempo procurando e não encontrando nada, o tédio lhe assola de novo.

O vento na janela começou a ficar mais forte, ainda era de manhã e ela não tinha comido nada, deixaria as coisas extras que pegou daquela vez para ocasiões mais desesperadoras, agora ela poderia aproveitar que estava só e ir até a cozinha pegar algo, e talvez ver o movimento da rua, sua intuição dizia que algo iria chamar sua atenção.

Abriu a porta do quarto ainda com cautela, nunca deixaria de ter cautela.

Andou com passos leves até a entrada da cozinha, era uma cozinha bonita, tinha uma grande bancada de mármore que serviria de mesa, onde se eles fossem uma família unida, fariam as refeições.

Abriu a geladeira e procurou algo que já estivesse preparado, não encontrou nada, olhando um pouco mais abaixo na geladeira viu uma bandeja de ovos que poderia preparar rapidamente.

Pegou uma frigideira e foi até o fogão, quebrou três ovos na frigideira e depois de prontos os devorou.

Com a barriga agora cheia e a mente vazia, começou a se sentir entediada.

Andou em silêncio pela casa a procura de algo que poderia fazer, novamente em seu quarto e começou a observar a janela, não achou nada de novo, algumas pessoas andavam um pouco longe dali, afinal não 'podiam chegar muito perto da casa já que seus pais tinham proibido.

Uma vontade de sair daquela casa a atingiu.

- Acho que seria bom dar uma volta.

-Concordo, mais toma cuidado, você sabe bem como aqui é.

- Tem razão. 

Andou ate sua cama e se abaixou, puxou de baixo da cama uma caixa onde guardava as coisas que considerava importante, pegou um canivete que escondia ali desde que havia o encontrado perdido nas coisas velhas de seu pai.

Escondeu novamente a caixa e foi trocar a roupa que estava, colocou uma calça larga com vários bolsos preta, e um moletom com touca.

Conferiu uma ultima vez se não tinha nada fora do lugar e foi para a janela de seu quarto, a pulou, caindo ao lado da arvore de cerejeira que tinha lá.

Andou com calma até até os fundos do bordel e escalou o muro, aproveitando de alguns tijolos soltos.

Agora do lado de fora começou a caminhar pela área comercial, podia ver as pessoas vivendo tranquilamente suas vidas

Algumas fazendo compras, outras com cadeiras nas calçadas observando o movimento, algums estava em bares jogando cartas ou sinuca, sempre apostando.

Caminhando devagar e tentando não chamar a atenção, Sakura observava com curiosidade tudo á sua volta, não era a primeira vez que saia do bordel, mas era a primeira que podia ir sem se preocupar em cumprir as tarefas que seus pais e as outras garotas lhe pediam para fazer.

Não precisava fazer nenhuma compra nem consertar algo. Estala simplesmente caminhando.

Passando pelo distrito comercial, onde ficava alguns mercados e lojas, todo que os moradores precisavam, ficava o a "área vip", era onde ficavam os melhores casinos e bordéis de konoha, era lá que ficava um dos bordeis de seus pais.

To be continuem...



Distrito Vermelho- Sakura HarunoOnde histórias criam vida. Descubra agora