IV -Explorando

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Continuou a caminhada, conseguia sentir alguns olhares em si, era de se esperar, as pessoas ali eram muito desconfiadas.

-Inner?

-Oi?

- O que eu faço?

- Oxi, e eu que sei? Sei lá, chuta um portão e sai correndo, você teve coragem de pular um muro pra tá aqui e não sabe o que fazer?

- Eu não estava pensando nisso na hora, só queria sair de lá.

Da calçada onde estava era possível observar um pequeno tumulto ao redor de uma das mesas de um bar próximo dali.

Sakura olhava, o que estava acontecendo?

Já que estava ali, não custava nada dar uma olhada né?

-Hehe, Inner, acho que encontrei alguma coisa pra fazer.

- Fuxiqueira!

-Que? Vai me falar q você não quer saber?

Sem a resposta de Inner, a rosada se aproximou discreta não ficando muito perto pra não perceberem, mas nem muito longe pra não dar para escutar a conversa.

Observou que se tratava de duas pessoas jogando cartas, uma mulher de longos cabelos negros, que Sakura só conseguia enxergar somente suas costas, e um senhor sentado em frente á ela, com a pele bastante enrugada e cabelos rosas, mas tão claros que poderiam ser confundidos com branco.

contornando a roda que se formava ao redor deles, a rosada conseguiu finalmente observar o rosto da mulher, a reconhecendo imediatamente como a acompanhante que estava com sua mãe na noite passada.

Estava realmente curiosa sobre aquela mulher.

Parecia que era conhecida dentro do distrito, talvez alguém ali soubesse o nome dela afinal. 

Olhou ao redor e decidiu perguntar para uma senhora que estava um ouco mais afastada das demais pessoas.

-Senhora, com licença, conhece quem está jogando?

Com um risinho alegre ela se vira para a jovem.

-E quem aqui não?- As bochechas de Sakura ficam levemente rosadas. - Ha, minha jovem, não quis te constranger, são Kikio-san e o dono do bar, que a desafiou para uma aposta, é sua primeira vez fora de casa sozinha?

Ficando mais vermelha ainda a menina somente acena com a cabeça, agradeceu a senhora simpática, quando foi dar uma ultima olhada em Kikio, a encontrou já lhe encarando com aqueles incríveis olhos dourados.

Se retirou rapidamente dali, talvez ela devesse dar uma passadinha na aldeia, seria a primeira vez que sairia do distrito.  

Inner ia a guiando conforme suas memórias, se perdeu algumas vezes até encontrar o caminho certo.

Ao longe era possível já ver as escadas e o grande portal vermelho que separava a área comercial da residencial, o atravessou correndo, sentindo uma grande adrenalina em seu corpo.

Era sua primeira vez na área comercial, era ali que ficavam os famosos comércios de seu clã, e comércios se referiam aos festivais, bares, casas de aposta e aos bordéis.

Era ali que os visitantes ficava, já que só Harunos e seus convidados podiam passar pelos grandes portais, por conta de seus inúmeros e poderosos selos, liberados somente pelo sangue, que demarcavam o início das residências  e comércios mais comuns, era lá também que ficava o conselho do clã.

Correndo por entre as ruas, passando por becos, e faixadas lindamente decoradas, era realmente encantador, poderia ser comparada aos desenhos que assistis, lanternas de papel, guardas chuvas coloridos, e muitas luzes enfeitavam o local.

Até que parou em frente a enormes portões de concreto, quase totalmente cobertos por selos, não tinha porteiros ou guarita, mas a menina tinha certeza de que era vigiado.

Assim que encostou sua pequena mão na fria pedra, eles magicamente se abrindo, talvez reconhecendo sua genética, já tinha lido em pergaminhos que isso era possível, selos eram realmente incríveis, um dia, quem sabe dominaria sua arte.

Saindo de seus pensamentos e olhando para fora dos portões, conseguiu finalmente ter seu primeiro vislumbre da tão grandiosa Konoha.

Estava em meio a uma floresta, os raios solares passavam em meio aos galhos formando feixes de luz, finalmente, agora poderia finalmente explorar sua vila com seus próprios olhos, as moças do bordel falavam pra ela, contavam histórias incríveis de como a vila foi fundada, dos Senju, dos Uchiha, da Guerra que eles encerraram para poder criar a vila, e de como tudo foi acontecendo.

Sakura não tinha ideia de como elas sabiam de tanta coisa, mas sempre as escutava com muita atenção, afinal, as mulheres de lá lhe ensinavam muitas coisas, eram como uma grande família e elas eram suas irmãs mais velhas, algumas faziam até o papel de mães. 





Distrito Vermelho- Sakura HarunoOnde histórias criam vida. Descubra agora