(Pedro Tófani, 18 anos)
Domingo, 19 de junho de 2011– Eu já te avisei que não gostaria que esses objetos entrassem em nossa casa. — escuto a voz de Cristina revirando meu quarto enquanto tento ignorar sua existência me distraindo com qualquer besteira na minha escrivaninha. – Não te criei para consumir esse tipo de coisa, Pedro.
– Na verdade, você não me criou. — desafio permanecendo sem encarar sua imagem.
– Se eu entrar aqui novamente e encontrar mais alguma coisa nesse gênero, te coloco pra fora. — finaliza ignorando minha fala e saindo do quarto com alguns DVDs alugados e pôsteres ganhados de Malu.
Era a terceira vez nessa semana que minha mãe entrava no meu quarto para procurar qualquer item meu que, na cabeça dela, era relacionada à homossexualidade.
Uma vez ela encontrou o DVD de Brokeback Mountain e sabia do que o filme se tratava, a partir daí, qualquer material com o mínimo de conteúdo cultural, não entrava em casa sem ser escondido.
Eu imagino que a irritação dela seja maior devido ao fato de eu não entrar no padrão classe alta da família. Na cabeça dela, o que eu consumo "não é coisa que gente com o nosso sobrenome consome".
Talvez ela ache que eu sou um caso perdido, eu tô pouco me fudendo.
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– Eu preciso arrumar um jeito de sair de casa. — reclamo me sentando na mesa do refeitório, acompanhado de Renan e Malu.
– Todo dia a mesma história. — Malu ri, focada em sua refeição.
– Dessa vez é sério. Está cada vez mais complicado viver ali. — resmungo cansado.
– O que foi dessa vez? — Renan pergunta.
– Não tenho mais energia para as discussões com os meus pais. — começo sem graça. Eu não gostava muito de descontar minhas frustrações nas minhas amizades, então eu evitava comentar sobre os problemas que me incomodavam. – Mas vai ficar tudo bem, vou arrumar algum canto pra trabalhar para alugar um apartamento.
– Eu posso ver se a minha mãe consegue alguma vaga na empresa. — Renan diz sorrindo confortante para mim.
– Eu procuro alguns anúncios na internet. — Malu fala. – A gente te ajuda a passar por essa. — continua dando de ombros. – E você pode falar sobre o que quiser e quando quiser com a gente, sabe disso, não é?
– Sei. — respondo constrangido, finalizando o assunto.
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Braços de Amor | Pejão
FanfictionDentre tantas coincidências da vida, Pedro Tófani, um jovem de 18 anos que busca sua independência para realizar seus sonhos, encontra com João Vitor, que com seus meros 17 anos, precisou aprender a amadurecer cedo para se virar sozinho. À medida qu...