𝑲𝒆𝒆𝒑 𝒚𝒐𝒖𝒓 𝒄𝒂𝒓𝒅𝒔 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆 𝒕𝒐 𝒚𝒐𝒖𝒓 𝒄𝒉𝒆𝒔𝒕

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A paixão mais pura. Nikola realmente havia encontrado a sua?

Destinado era a pessoa que seu lobo interior buscava desesperadamente, alguém único e singular que te fazia se sentir completo. Normalmente percebia-se no cheiro, toque, na forma como seu estômago virava ternamente quando se estavam juntos. Era a maneira como o mundo ganhava cor e vida apenas com a presença do outro. Mas, o destino não obrigava a fazer nada. Não era um controle. Apenas uma ligação.

Muitos acabavam nunca encontrando seus destinados, e os que encontravam poderiam passar a vida inteira tentando. Por outro lado, Nikola, aos vinte e seis anos, poderia se considerar muitíssimo abençoado.

Era Beelzebub. Nikola sabia que era.

Ele não conseguia explicar exatamente como sabia... apenas sentia. Sentia em seu cheiro, na forma como toda a sua razão parecia desvanecer ou no calor que percorria a corrente sanguínea cada vez que se aproximavam.

Tratava-se de amor a primeira vista? Não, parecia muito mais primitivo do que isso. Era estranho o quão fortemente seu lobo reagiu a Beelzebub, como se seus instintos e seu coração estivessem berrando que aquele ômega era dele. Por que outra razão ele havia passado a vida inteira sem se importar com romance, para que então alguém que ele encontrou totalmente por acaso naquela mesma manhã passasse a dominar todos os seus pensamentos?

Mas aquele garoto parecia desprovido de emoções, tão frio, distante e inacessível e, de forma estranhamente bizarra, completamente inconsciente da ligação entre os dois. Talvez, somente talvez, fosse possível fazer o ômega ficar interessado tanto quanto ele próprio.

Era bom saber que Beelzebub parecia uma pessoa muito controlada; não fumava, não bebia, não se envolvia em brigas e sequer se arriscaria a participar de jogos de azar. Pelo que parecia, ele não estava fazendo nada além de ficar sentado no bar, mexendo no celular o tempo todo, provavelmente se perguntando como diabos acabou naquela situação.

ㅡ Beelzebub! ㅡ O ômega levantou a cabeça, franzindo a testa ao ver o cientista se aproximando com um enorme sorriso no rosto.

ㅡ Nikola, onde caralhos você est-

ㅡ Desculpe ter sumido de repente, mas você tem que vir comigo! Tenho uma coisa para te mostrar. ㅡ O ômega mal teve tempo para processar o que estava acontecendo. Ele estava de pé, sendo puxado pelo pulso com facilidade entre o mar de corpos até os elevadores, antes mesmo de conseguir entender o que Nikola estava fazendo.

Beelzebub cambaleou um pouco devido ao puxão repentino; não gostava muito de se sentir controlado por alguém, mas no momento pouco importava. Sua mente travou por um momento com a mão larga e grande ao redor de seu pulso.

ㅡ Ei, onde você está me levando!? ㅡ Aquele toque em específico o deixou estranhamente perturbado, não que ele fosse admitir.

ㅡ Tem algo muito bonito lá em cima, você vai ver. E confie em mim, não vai se arrepender. ㅡ Não era uma sugestão, e Beelzebub poderia ter facilmente se livrado do aperto, mas escolheu não fazer isso. Não, ele ficou mais aborrecido ao perceber que o alfa tinha capturado toda a sua atenção sem esforço.

Não era bom. Ele tinha que se controlar.

ㅡ Por acaso você me sequestrou? ㅡ A pergunta foi feita sem qualquer emoção.

ㅡ "Sequestro" parece um pouco exagerado, não acha? A palavra implica que eu usei da força bruta para trazê-lo comigo, o que não foi o caso. ㅡ Sua mão soltou do pulso do ômega, mas não antes de roçar seus dedos na pele delicada. Beelzebub sentiu uma estranha sensação de perda quando a quente mão do cientista se desprendeu, mas permaneceu quieto.

𝐆𝐋𝐀𝐃 𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐀𝐌𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora