Alguns dias haviam se passado e eu não fui chamada atenção pelo acontecido na mesa nove. Minha sorte era que Geovane não estava no restaurante naquele momento. Papai tinha apresentado uma melhora, minha mãe estava organizando as coisas para levá-lo ao médico no dia seguinte. Ele teria uma consulta de retorno, o mesmo tinha feito alguns exames semanas atrás.
- Bom dia!
Falei contente ao chegar na cozinha e não me deparar com o nojento.
- Bom diaa! Amanheceu alegrinha hoje..
- Papai anda bem melhor, isso me deixa mais tranquila..
- Ai que coisa boa! E eu tenho uma novidade!!
- O que foi?
Perguntei baixo.
- Geovane foi viajar.. ouvi das cozinheiras que vai passar três dias fora!
- Meu Deus! Isso é maravilhoso..
Sussurrei comemorando, aquilo me deixava tão aliviada. Eu vivia sobre pressão quando ele estava por perto, fora os assédios que sofria dele. Eu sentia repulsa só de vê-lo em meus pensamentos.
- Vou varrer lá fora! Tô tão feliz que nem me incomodo se tiver muito serviço!
Ela riu com o que eu disse e me entregou uma vassoura. E foi o que eu fiz, vari todo o restaurante, limpei as mesas, troquei as toalhas, fiz até um frufru com os guardanapos, parecia que eu estava no céu de tanta paz que estava aquele lugar.
- Calma.. você sabe que alegria de pobre dura pouco!
- Vira essa boca pra lá Léo!
Leo era o rapaz ajudava a descarregar os materiais que chegavam, ele não trabalhava todos os dias, só aparecia quando tinha algo pra fazer. E ele estava justamente descarregando as compras que haviam chegado.
- Você está linda hoje!
Ele disse chegando mais perto de mim, já havíamos conversado mil vezes sobre aquilo, expliquei pra ele que eu não podia me envolver com ninguém por conta do que estava acontecendo na minha vida e ele até que foi compressivo, mas não deixou de ser como era. Eu o tinha como amigo, mas ele ainda tinha esperança de eu aceitar seu pedido de namoro.
- Obrigada.. agora vai descarregar o caminhão!
Respondi apontando com o cabo da vassoura o caminhão que estava lá na rua.
Não demorou muito para que os clientes começassem a chegar e fazer pedidos. Me dividi com ingrid para conseguirmos atender todas as mesas, o dia estava sendo tão corrido que quando fui parar para almoçar já eram quase duas da tarde.
- Já terminou de comer? Tô morrendo de fome!
Acabei indo almoçar primeiro e Ingrid ficou sozinha no atendimento.
- Já! Vai lá! Pode deixar comigo!
Ela correu para dentro da cozinha e eu troquei de avental e touca, me olhei no pequeno espelho e vi que minhas olheiras estavam um pouco aparente, passei uma água no rosto e corri para fora.
Fiquei parada perto da porta olhando o movimento e bem atenta caso alguém me chamasse. Olhava para a rua a direita, tinha uma placa de frente ao restaurante que apontava para lá, caso seguissemos ela iríamos nos deparar com a grande mineradora que ficava a uns cinco quilômetros dali.
Fui tirada dos meus devaneios quando um grande carro preto parou em frente a placa. De lá saiu um velho baixinho que abriu a porta traseira, vi quando um homem desceu do carro. Estreitei um pouco os olhos e era o bendito homem ignorante daquela discussão. Olhei para o relógio e tinham exatamente cinco minutos que Ingrid tinha ido almoçar, era eu que iria atendê-lo. Mas que inferno!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apaixonada pelo Comendador
FanficJosé Alfredo, ganancioso, tem uma mina em Roraima. Acostumado a ter tudo com facilidade, todos ao seus pés, se encontra desafiado quando seu filho mais velho deseja assumir todos os negócios sem ao menos esperar a morte do pai. Isis, jovem, batalhad...