Poesia em História

O Rei Alaranjado

Enquanto andava pelas ruas, avistei outro gato, alaranjado e rajado.

O encarei, olhei e analisei, logo me comparei.

Vi que de tudo melhor ele tinha, afagos e carícias, alguém que o ame, alguém que o alimente e cuide bem.

Me lembrei, da antiga dona que já amei e do antigo sofá que arranhei.

O encarei, olhei e analisei, logo me comparei.

Por que ele é um rei? E eu sou só um plebeu à espera de uma chance de ouro, novamente.

Percebi que o rajado havia me olhado, o encarei, olhei e analisei, logo me comparei e o disse "Como pode, você ser um rei?" o rei alaranjado respondeu "Ó meu plebeu, somos mais semelhantes do que espera, sou convicto de sua complacência" o encarei e logo pensei, disse-lhe "Como pode? Eu um plebeu e você um rei" o rei se compadeceu e respondeu "Eu sou um gato como você, a única diferença é o poder; também já tive dona e também estive largado, abandonado" o encarei chocado e o perguntei "Como pode? Você um rei, antes largado e abandonado à noite escandalosa" o rei riu e sua raiva tornou-se conspícua, respondendo-me "plebeu, você e eu não somos diferentes como pensa, sei que é inteligente, então pense".

Pensei, percebi, olhei e vi que o rei alaranjado era tão semelhante quanto eu, ambos somos plebeus só me faltou voar, para que, finalmente, pudesse ao meu reino chegar. O encarei, olhei e analisei, logo não me comparei. Disse-lhe, finalmente percebendo o erro que vinha cometendo "plebeu alaranjado, percebi que finalmente, só seguimos caminhos diferentes" o gato alaranjado sorriu e se compadeceu de tamanha inteligência perceptível, e logo respondeu "Ó meu plebeu, você finalmente percebeu e agora se compadeceu" ele logo deu um aceno de cabeça, ainda compreendido e expressando seu sorriso.

Ele andou de forma inesperada e sumiu caminhando pelas mesmas vielas que frequentava, ainda sorrindo e orgulhoso do conhecimento conscientizado que havia espalhado, logo avistei a dona do plebeu alaranjado, percebendo assim, que ele era um plebeu tanto quanto eu. Sorri conscientemente e segui em frente, um caminho ainda diferente e percebi, que o poder não interessava e sim, apenas o classificava.