Naquela olimpíada

Ela é linda

Simone: Quem é você?

Número desconhecido: Sou eu, linda.

Simone: Rebeca?

Não pode ser. Como ela teria conseguido meu número? Fico rindo, impossível ser ela.

Rebeca: Sim, sou eu. Gostaria de te convidar para conhecer Paris comigo. As meninas preferem ficar concentradas e eu não queria ir sozinha. Aceita?

Meu Deus, é ela. O que eu faço? Eu quero ir? Depois de minutos olhando para a tela, eu decido.

Simone: Claro, vamos sim.

De repente, o ânimo que até então tinha se esvaziado de mim volta. Dou um salto da cama e procuro uma roupa, mas não consigo gostar de nada. Decido ir de jeans mesmo e com um tênis, parecia algo confortável. Me maquio mais do que o habitual, confesso, e passo cinco borrifadas a mais de perfume. Eu estava nervosa? Porque ela nem era minha amiga, ela era apenas... Rebeca.

Desço as escadas e a vejo... De repente, fico sem ar e percebo que segurei a respiração por alguns segundos. Meu Deus, como ela é linda! Juro, ela parece um quadro renascentista.

Rebeca: Oi, linda. Estava ansiosa te esperando.

Simone: Olá. Cadê as outras pessoas da sua comissão? Ninguém vai?

Rebeca: Será somente nós duas... espero que não se importe.

Simone: N-não, tudo bem.

Rebeca estende sua mão para mim e diz "vamos". Fico meio relutante de aceitar, mas mesmo assim aceito. Enquanto exploramos as ruas de Paris, Rebeca me conta sua história de vida. Essa mulher é incrivelmente guerreira. Meia hora depois, eu estava abrindo minha vida inteira para ela, algo que não costuma acontecer, pois sou bem reservada, mas ela me passa tanta segurança.

Simone: E foi isso... ele terminou comigo.

Rebeca: Que babaca. Me desculpe, Simone, mas você merece alguém melhor.

De repente, o tempo parece congelar. Meus olhos não conseguem desviar dos dela. Ela segura minha mão, e me deixo perder naquele olhar... E, em frente à Torre Eiffel, ela me beija.