No dia seguinte, Jimin não sabia como se sentir com a notícia que Jungkook havia dado sobre não estar presente no colégio.
Primeiro, o bolsista sentiu alívio. Não precisaria se sentir ansioso por não saber o que o filho do prefeito poderia fazer consigo. Depois, quando viu o sorriso aterrorizante de Namjoon para si, sentiu medo.
Se Jungkook não estava ali, não haveria ninguém para o proteger.
Mesmo com a promessa da proteção em troca de sua obediência, Jimin não conseguiu se sentir seguro pelos corredores. De volta à antiga rotina, tentou ao máximo não cruzar o caminho dos valentões e passar despercebido. Fez sua refeição na última cabine do banheiro e achou que tinha saído imune quando o sinal tocou, mas sua felicidade durou pouco, quando virou a esquina dos portões e viu os colegas de Jeon.
Namjoon parecia disposto a descontar todos os dias de frustração acumulada em seu corpo, autorizando seus companheiros a fazerem o mesmo.
Tinha sido a pior surra que o garoto com manchas em sua pele havia levado. Jimin chorou, gritou e implorou para que parassem. Pediu até mesmo aos céus que fosse o presidente estudantil com seu canne, ao invés daquela tortura feita por monstros.
Mas eles só pararam quando o Kim recebeu uma ligação, o lembrando de um compromisso.
Jimin se sentiu triste. Sentiu raiva de Jungkook por ter o enganado e sentiu ódio de si mesmo por ter acreditado que com o moreno seria diferente.
Do outro lado da cidade, depois de acompanhar o pai em uma reunião com políticos e agentes que programavam as próximas propagandas eleitorais de seu mandato, Jungkook sentiu um pressentimento ruim quando pensou em Jimin.
Não conteve o impulso de sair com seu carro, na intenção de buscar seu novo brinquedo que pelo horário deveria estar saindo da escola. Entretanto, uma inquietude inédita o atingiu quando não o encontrou.
Não gostava que o fizessem esperar, mas ainda sim esperou por quinze minutos. Até sacar o telefone de seu bolso e ligar para o número que havia salvado carinhosamente como “porquinho”.
— Onde você está? — Foi curto, grosso e impaciente, franzindo o cenho quando ouviu um soluço do outro lado da linha.
— V-você… m-mentiu! — Acusou, movido pelo desespero e pela dor. Jimin queria sumir e se esconder em um buraco para sempre.
Jungkook piscou, sem entender a reação. O choro se intensificou.
— Do que você está falando, idiota?
— M-mentiroso! Disse que eles não iriam me machucar… s-se eu te obedecesse! — Gritou, injustiçado. O Park não sabia de onde tinha tirado tanta coragem para o ofender em voz alta. E Jungkook não gostou muito da reação.
Mal humorado, bufou quando se deu conta do que poderia ter acontecido. Desligou o celular e rondou pelas proximidades, à procura do nerd com sardas, cabelo oleoso e marcas de vitiligo com desenhos cor de rosa.
O encontrou encolhido contra a parede de um beco não muito longe dali. Estacionou o carro sem qualquer cerimônia no meio da rua e caminhou até Jimin, prendendo a respiração ao ver o estado do rosto antes bonito e gordo.
— Quem mais além de Namjoon? — Questionou sério. Jimin estava com a cabeça tampada pelo moletom sujo de terra e sangue seco, mas se encolheu com o tom amedrontador. Nem quando foi repreendido por desobedecer Jeon, a voz tinha soado tão sem misericórdia.
Não quis responder. Um pouco de si ainda achava que o moreno estava se fazendo de cínico.
— Eu te fiz uma pergunta, Jimin. — Relembrou, cruzando os braços.
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THE BIGGEST NIGHTMARE
FanfictionPara Jungkook, o amor era controle, poder, dor e obsessão. E infelizmente para Jimin, quando o homem o viu foi amor a primeira vista.