Leave Me - CHEOLSOO

Bônus;

Joshua nunca se sentiu tão feliz na vida como agora, onde todos aqueles problemas que atormentavam sua cabeça finalmente acabaram, um por um. A ansiedade que carregava nos ombros, a insegurança sobre seu futuro e o medo do julgamento alheio desapareceram gradualmente, deixando espaço apenas para uma paz e felicidade que ele nunca imaginou ser possível.

Desde aquela mensagem, Jisoo sabia que uma conversa séria com o seu pai seria inevitável. E quando finalmente se sentaram para conversar, ambos foram sinceros de uma maneira que nunca tinham sido antes. O pai, com todas as suas reservas e preocupações, ouviu o filho com atenção e coração aberto pela primeira vez. Hong, por sua vez, expôs seus sentimentos, suas dúvidas e seu amor pelo Choi. No final de tudo, a compreensão mútua prevaleceu. O pai do rapaz, mesmo com suas dúvidas e preocupações, conseguiu ver a seriedade e a profundidade do relacionamento entre seu filho e Seungcheol.

Mas embora o pai de Joshua aceitasse Seungcheol, ainda havia uma leve rixa entre eles, um resquício da proteção paterna que sempre teve por seu filho. A proteção paterna falava mais alto, e a preocupação com o futuro do filho também era constante. Contudo, ele aceitava, e isso bastava para Jisoo. O esforço do pai para ver além de suas preocupações e enxergar o amor genuíno que unia os dois jovens era um grande passo para todos.

Agora, o moreno estava em paz. A aceitação do mais velho proporcionou-lhe uma sensação de alívio e segurança que ele nunca havia experimentado antes. Ele podia ser ele mesmo, sem medo ou vergonha. E essa nova confiança refletia-se em sua vida diária. Na escola, ele não escondia mais seu relacionamento. Caminhavam juntos pelos corredores de mãos dadas, trocavam olhares carinhosos e aproveitavam os momentos de recreio para estar próximos, sem se importar com os olhares e os julgamentos alheios. Claro, alguns alunos ainda murmuravam, lançando olhares críticos, mas ele não ligava. Jisoo estava feliz e sabia que seu amado também estava.

Por agora, ambos estavam na sala de aula, como todos os dias, já que eram duplas. Seungcheol anotava em seu caderno os assuntos que o professor dizia, focado, o que era um grande avanço, já que ele se sentia meio ameaçado pelo intelecto maior do namorado. Era raro ver o Choi tão concentrado já que geralmente ele se distraía com facilidade, mas hoje parecia diferente. Era como se estivesse determinado a provar a si mesmo que podia acompanhar o ritmo acadêmico do amado, sem ficar para trás.

Por outro lado, Jisoo só faltava roer todas as unhas de ansiedade. Nem na aula estava conseguindo prestar atenção. Seu olhar vagava pela sala, passando pelas janelas, pelos colegas e, ocasionalmente, voltando-se para o namorado ao seu lado. A mente do presidente estava a mil, inquieta com pensamentos que não conseguia controlar. Hoje era o aniversário do Seungcheol, e isso só o deixava mais nervoso porque não sabia o que dar para ele. Era a primeira vez que iria comemor o aniversário dele, e queria que tudo fosse perfeito.

Jisoo amava quando as coisas saíam com perfeição.

Mas de todas as perguntas que rodavam sua cabeça, uma coisa ele sabia: o mais velho não gostava de festas de aniversário. Jeonghan havia contado isso, mencionando que Seungcheol preferia algo mais íntimo e pessoal, longe das multidões e do barulho. Isso deveria ter aliviado um pouco a pressão, mas, na verdade, apenas aumentou sua ansiedade. Queria que o presente fosse especial, significativo, algo que mostrasse o quanto se importava e conhecia o namorado. Mas a cada ideia que surgia, ele descartava rapidamente, achando-a inadequada ou insuficiente.

Seus dedos tamborilavam na mesa, uma tentativa nervosa de dissipar a inquietação. O professor falava sobre algum tema importante, mas tudo parecia um borrão indistinto em sua mente. Ele precisava se concentrar, sabia disso. Mas a pressão para fazer tudo certo, para agradar Seungcheol, estava quase o sufocando. Sentia-se culpado por não conseguir prestar atenção na aula, por deixar que sua ansiedade tomasse conta. Tentava focar no caderno à sua frente, mas os pensamentos intrusivos continuavam a invadir sua mente, desviando sua atenção.