O grito da vingança

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Depois de brincar bastante com o Samy eu o deixo no quintal e vou para a cozinha onde encontro Tommy preparando o almoço, ele me olha e sorri.

- Logo estará pronto, - ele avisa. - pode se sentir à vontade, se quiser alguma fruta tem nessa cesta ao lado na mesa. - ele aponta e volta a focar na comida.

- O cheiro está maravilhoso Tommy - elogio pegando uma maçã.

- Tommy além de hacker é um ótimo cozinheiro! - Nathan diz vindo em direção da minha mesa. - Ele é o que chamamos de gênio.

- Chefe, vai me deixar sem graça! - Tommy diz ficando vermelho.

Sorrimos juntos e então sinto que hoje pode ser uma tarde tranquila, o Tommy está muito focado mas não deixa de sorrir, solta alguns xingamentos quando se queima o que me surpreende um pouco, Nathan está nos olhando e então abaixa a cabeça por uns segundos com um sorriso no rosto.

- Parece que está conquistando meus rapazes aos poucos, senhorita Yandra, por um momento achei que trazer a senhorita não seria uma escolha sábia. - ele diz e eu o olho.

- Bom, você não teve muita escolha já que fui vendida para você! - fao num tom firme, mas logo Nathan solta uma risada.

- Tem razão, seu pai não me deu outra alternativa!

Ficamos em silêncio por um tempo até o Tommy dizer que a comida estava pronta, ele me serviu a comida e uma limonada e se sentou à nossa frente.

- Deixarei vocês comerem, bom almoço! - Nathan diz se levantando e saindo da cozinha.

- Não precisa levar ele sempre a sério, apesar de ser severo, o nosso chefe é um cara legal! - Tommy diz pegando um pouco de limonada para ele.

- Seu cabelo está ficando grande - falo e então Tommy tenta esconder seu sorriso tímido.

- Está de olho em mim, senhorita? - ele diz brincando e fico com vergonha e desvio o olhar.

- Não viaja! - falo e então ele dá uma boa gargalhada.

- Estou deixando crescer mais, gostou? - ele diz mexendo em seu cabelo.

- Está ficando lindo, não que não fosse antes! - falo tomando um pouco do suco.

- Eu vou viajar, preciso ver uma pessoa, então ficarei fora por alguns dias. - ele informa e não consigo esconder meu desânimo. - Sabe, praticamente cresci nessa casa, não tive tempo extra como os outros, o Nathan pega pesado as vezes. - ele diz sorrindo de canto.

- Sentirei sua falta, você é o único que anima essa casa e... - paro de falar quando ele me olha. - Bom, deixe pra lá! - Falo por fim.

- Você é uma pessoa interessante, senhorita - ele comenta, olho para ele arqueando uma sobrancelha. - Sabrynne - ele corrige - desculpe, força do hábito.

Depois que almoçamos, ajudo Tommy a lavar as vasilhas, ele brinca jogando um pouco de água em mim e eu faço o mesmo, rimos juntos e logo percebo que já está ficando escuro. Decidi sair um pouco com Samy para o jardim, enquanto ele corre pelo longo quintal me sento em um banco próximo para olhar o pequeno rio que tinha alí. Começa a dar uma chuva leve e então eu sorrio fechando os olhos, escuto um barulho de passos e abro meus olhos olhando para a direita.

- Desculpa, não sabia que tinha alguém aqui - Johnny diz dando meia volta.

- fica - peço e ele para me olhar.

- Não quero incomodar, e prefiro ficar sozinho se não se importar.

Respiro fundo e me levanto, ando em direção a saída do jardim e assovio para Samy, que vem correndo em minha direção.

- Então boa noite! - falo e ele me puxa pelo braço respirando fundo.

- Ficar perto de você o tempo todo está sendo frustrante, você tem uma certa maneira de atrair problemas, - ele faz uma pausa me olhando - Essa sensação... - ele fala, mas não completa a frase. Em vez disso, se aproxima ainda mais de mim.

- Johnny... - falo seu nome baixo e ele me olha e depois olha para meus lábios, e então ele me beija, um beijo intenso que dura alguns minutos, e então ele para e se afasta.

- Desculpa, - ele diz assustado com o que acabou de fazer. - eu não devia... Não sei o que deu em mim. - ele tenta explicar e então o beijo de volta, ele hesita por um momento mas deixa o clima tomar conta.

Depois que paramos de nos beijar ficamos um pouco alí juntos, ele suspira e olha para a mansão.

- Preciso ir, - ele diz voltando seu olhar para mim - Vamos manter isso apenas entre nós, não sei o que aconteceu comigo, estou um pouco confuso.

- Está tudo bem! - falo sorrindo.

- Você é intrigante, - ele diz um pouco ofegante e se afasta de mim. - uma boba, mas é interessante.

Ele sai sorrindo, pela primeira vez vejo um sorriso em seu rosto, fico ali escorada no tronco da árvore pensando no que acabou de acontecer e não consigo esconder meu sorriso, Samy senta em minha frente e me olha.

- O que acha Samy? - pergunto e ele late. - Acho que minha vida aqui vai ser bem interessante, não acha?

Samy late e eu sorrio passando a mão em sua cabeça, depois entramos e fomos para a cozinha preparar um lanche. Depois de preparar meu lanche, faço mais um e ando pelo corredor a procura do Tommy, ele sempre foi cuidadoso levando lanches para mim mesmo sem ser obrigado a isso, sinto algo vindo em minha direção e desvio rapidamente sem deixar os pratos caírem no chão. Samy começa a latir e corre atrás da pessoa que atirou a flecha, coloco os pratos em cima de uma mesinha e vou correndo atrás da pessoa misteriosa, " tava bom demais para ser verdade" penso irritada.
Assim que chego a ver Samy caído do lado esquerdo do corredor, vou até ele para verificar se não está morto, por sorte não; levanto-me e olho para a pessoa à minha frente.

- Você é realmente esperta!

- O que você quer? - falo ficando mais irritada e não deixando a guarda baixa.

- Sabe, para alguém que foi forçada a ter habilidades de espionagem estou decepcionado!

A pessoa à minha frente me olha e então começa a mirar novamente em mim.

- Vou ser claro com você gatinha... - ele começa e então percebo que a pessoa a minha frente não é ninguém menos que Ravy, o único que me chama assim. - Ou você sai do meu caminho, ou eu...

- Ou o que? - escuto a voz de Johnny atrás dele. - tente machucá-la e eu mato você!

Ouve-se um silêncio, com Johnny colocando uma faca no pescoço de Ravy, ele fica em silêncio por um tempo até que ele sorri.

- Johnny, que bom te ver! - Ravy diz a debochar - como vai o Edie?

Por um momento, fiquei assustada e Johnny também pareceu preocupado.

- O que foi que você fez? Seu maldito - Johnny pergunta furioso.

- Eu não fiz nada, ou será que fiz? - Ravy pergunta e então eu e o Johnny vai correndo até o quarto de Edie.

Chegando no quarto de Edie abro a porta de uma vez procurando por ele e fico em choque com o que vejo, Johnny chega logo atrás de mim, ficando sem saber o que fazer ele olha novamente para onde Ravy estava parado minutos antes, mas não o encontra mais. Corro até Edie que está caído no chão sem vida.
Caminho cambaleando e tropeçando nas minhas próprias pernas, antes que eu caia de joelhos Johnny me pega e abraça-me forte.

- Edie... - falo aos soluços. E Johnny faz o possível para se manter forte ao meu lado.

Não demora muito até que o Tommy e o Nathan chegue, estavam cheios de sangue, eles olham a cena e nos vê de joelhos no Chão.

- Johnny, leve Aylla para fora! - Nathan ordena.

- Venha Aylla - Johnny chama-me, me ajudando a levantar e me tirando do quarto do Edie.

- Tommy, olhe imediatamente as câmeras de segurança! E tente achar o Josh, ele saiu correndo atrás do Ravy.

- Sim senhor! - Tommy sai.

Nathan olha para o Edie e não consegue manter as lágrimas, acaricia o cabelo dele e então dá um grito de dor pela perda do enteado.

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