Até você - Urridalgo

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Sabina Hidalgo

Apesar dos apesares, toda pessoa tem sentimentos pelos outros e acabam se apegando, com a convivência, até em quem te faz mau. E esse era meu lado idiota, eu amava meu pai, mesmo ele me batendo por chegar tarde as vezes, mesmo ele me mantendo trancada no quarto quando eu o respondia, mesmo ele me fazendo chorar litros e brincar com meus sentimentos, me tratando de forma agressiva.
E minha madrasta, Yubiy, no começo parecia ser diferente do meu pai, mas ele fazia a cabeça de todo mundo quando queria, ela nunca fez nada concreto contra mim e eu, não fazia questão dela, não tínhamos muita troca de conversas e convivência dentro de casa, ela era uma putinha e todos sabiam disso.

Com o falecimento de meus responsáveis, eu teria de me mudar a Los Angeles, para ficar com minha madrinha, tenho contato com ela, mas não muito.
Essa foi a única coisa que meu pai não mudou desde que ele pode alterar seu testamento, respeitando a ordem de minha mãe, a qual sinto falta.
Ela desapareceu um pouco depois que meu pai assumiu Yubiy e tenho certeza que tem dedo dela nessa história. Não creio a morte de minha mãe, mas talvez um sumiço planejado para que ela não atrapalhasse o relacionamento dela de cota com meu pai.

Mas como havia dito, estou indo a Los Angeles, viver com minha madrinha, pode ser que seja bom eu não ficar no México, assim não tenho mais nada de meu pai e mesmo assim, não tenho tantos contatos assim com colegas. Não saia de casa, apenas escola, escola e escola. Mas isso não quer dizer que eu seja santinha também, na primeira oportunidade tentava dar o fora de casa.
Meus pensamentos estavam aereos, quando vi a mensagem pendente em meu celular

Estava na frente do aeroporto procurando alguém que estava me fazendo de contato, escutei um assovio e olhei, o garoto estava apontando para mim, fazendo dois homens virem e pegarem minha mala, o segui e o garoto sem paciência ou educação mandou eu entrar.

- Sou Sabina Hidalgo

- Eu sei quem você é - ele diz e respirou fundo - Noah Urrea, filho da Wendy, seja bem vinda em Los Angeles e blá blá blá - ele falou com um tom irônico - Vamos Robson, para casa. - disse fazendo o motorista dar partida no carro e fechando a portinha de compartilhamento, nos isolando no banco de trás-

- Obrigada por vir me buscar, Noah.

- Se eu não viesse, minha mãe me mataria, rum.

Bufei sabendo que a viagem seria chata e estressante se aquele garoto continuasse com a sua ignorância. Quando chegamos a aquelas vilas de mansões o carro parou, me fazendo arregalar os olhos, fui abrir a porta quando Noah me puxou

- Robson é pago para abrir portas

- Eu consigo me virar e encostar numa maçaneta.

Falei o ignorando e saindo do carrro, tentando colocar meu melhor sorriso para finalmente rever minha madrinha, ela estava na grande porta de casa e quando a vi, apertei meus passos indo até ela.

Nos abraçamos fortemente, a última vez que eu a vi foi quando mama desapareceu, ela foi para ficar um pouco comigo, sabendo o jeito que meu pai era.

- Que saudade filha! Como está grande, tão linda.

- Também estava com saudades, madrinha. Obrigada por me acolher.

- Não tinha como honrar sua mãe, menos que com isso. Como foi sua viagem? Noah te recebeu bem?

- Foi calma e cansativa, podemos dizer que seu filho só não esta acostumado com a ideia de receber as pessoas, mas tudo bem

Ela revirou seus olhos em tom brincalhão e me puxou para dentro, quase me entupindo de comidas italianas, como bons italianos eles eram.
Depois da refeição, Noah se retirou, não voltando ao resto da noite.
Antes de dormir, Wendy passou no quarto em que eu ficaria

- Noah não dormirá em casa? - perguntei curiosa-

- A não, meu bem. Ele tem sua cobertura no centro da cidade com seus seguranças. Um dia te levo para conhecer lá. Irá amar!

Agradeci a ela e desejamos boa noite.
apaguei a luz do meu mais novo quarto e adormeci ao meio das cobertas.

Acordei com batidas na porta e Wendy estava me chamando para tomar café da manhã

- Só irei me aprontar e vou para cozinha madrinha - disse com o rosto para fora da porta-

- Não não, vamos logo, se não fico com um mau humor do cão! Todo mundo ja viu alguém de pijama Saby.

Corei e deixei com que ela me puxasse até a sala de jantar.

Noah Urrea

- Aquela ragazza, tenho certeza que me trará problemas!

- Se acalme Noah! Conheceu ela ontem e não passou nem 3 horas com ela, ela parece ser uma boa pessoa - Meu irmão disse após nos sentarmos na sala-

- Essa não é a questão Josh.

Respirei fundo e achei melhor deixar aquele assunto de lado.

- Robson, irei até a casa de minha mãe em 5 minutos, arrume o carro - ordenei e subi as escadas, escovei meu dente e coloquei uma roupa descente para     sair -

Entrei no carro e fiquei concentrado em alguns assuntos da boate, entrei na casa de Dona Wendy vendo ela e a menina tomando café da manhã e engasgando sozinha ao me ver

- Sei que sou lindo Sabina, mas não precisa engasgar - ri e a menina revirar os olhos disfarçadamente -

Wendy deu uma risadinha e se desculpou em voz baixa a Sabina. Me deixando sem entender nada. A menina estava em meu lugar, parei atrás da mesma e fiquei batendo o pé

- Esse é meu lugar, garota. - falei em um rosando vendo minha mãe fazer um olhar armado para mim, dei de ombros vendo Sabina se levantar com seu mini pijama aparecendo parte da bunda e sentar em uma cadeira distante-

- Poderia levar Saby para conhecer Any, não é?

- Não se preocupe com isso madrinha!

- Faço questão que Noah te leve, não é filho? - concordei para não criar intriga e quando a garota acabou foi se trocar, deixando apenas eu e minha mãe na mesa- Deixe de ser chato, Noah!

- Não estou sendo chato mãe, mas ela precisa seguir firme, estou errado?

- Está muito errado Noah, você sabe, o pai dela morreu agora, ela sofria com ele, mas amava ele, por mim, seja mais educado com ela filho.

Concordei e beijei sua testa, esperei com que a mulher descesse e entramos no carro.

- Sei que não começamos muito bem, Sabina, mas seja bem vinda.

- Não precisa der dó de mim por Wendy garoto. Eu consegui escutar ela pedindo um pouco mais de piedade de você e não faça nada por ela ao meu respeito, ficar sozinha é o que eu mais preciso.

- Pare de ser ingrata e agradeça por estar aqui. Fiquei sabendo que nem sua mãe te aguentou e foi embora.