Acordei com o balanço do navio, a luz do sol filtrando-se através da janela, indicando que já estávamos em alto-mar. A primeira coisa que percebi foi a sensação de frescor que vinha do mar, um contraste revigorante com o ar pesado da sala. Olhei para o relógio e vi que já se passara mais de duas horas desde que o navio zarpara. Levantei-me, estiquei os músculos e me vesti rapidamente.Decidi que era hora de explorar o navio. Ao sair do meu quarto, caminhei pelos corredores, admirando as paredes decoradas com mapas náuticos e fotos antigas da marinha francesa. O ambiente era calmo, com o som suave das ondas batendo contra o casco da embarcação.À medida que me aproximava da área de comando, percebi alguns marinheiros realizando manobras e verificando os instrumentos. Um deles, ao me avistar, acenou e se aproximou.
— Senhor Sergeyevich, espero que tenha descansado bem. — disse ele, com um sorriso. — O capitão gostaria de vê-lo antes de chegarmos ao nosso destino.
— Certo, onde posso encontrá-lo? — respondi, curioso.
— Siga-me, por favor.
O marinheiro me conduziu até a ponte do navio. O capitão, um homem de meia-idade com uma expressão séria, estava observando o horizonte através de um telescópio.
— Senhor Sergeyevich, bom vê-lo. — ele disse, colocando o telescópio de lado. — Temos informações de que o jantar que você mencionou com a irmã do mandante ocorrerá amanhã à noite. Precisamos planejar sua abordagem.
— Entendido, capitão. O que você sugere? — perguntei, focando no que era mais importante.
O capitão começou a traçar um plano enquanto eu ouvia atentamente. Ele explicou que teríamos um contato local, alguém que conhecia a irmã e poderia facilitar a introdução. Além disso, discutimos a necessidade de garantir que a operação pudesse ser realizada sem levantar suspeitas.
— Você terá que ser convincente, Sergeyevich. — ele advertiu, olhando nos meus olhos. — A vida de muitos depende do sucesso desta missão.
Assenti, ciente da gravidade da situação. A conversa continuou, e o capitão delineou os passos que eu precisaria seguir. Quando terminamos, eu sentia uma mistura de adrenalina e responsabilidade.Assim que deixei a ponte, fui até a área de descanso dos marinheiros, onde encontrei alguns deles jogando cartas. Juntei-me a eles por um tempo, tentando relaxar antes do que estava por vir. A camaradagem ajudou a aliviar a tensão crescente dentro de mim. Rimos, trocamos histórias e, por alguns momentos, consegui esquecer a missão que me aguardava.Eventualmente, o marinheiro que me acompanhou anteriormente entrou na sala e me chamou.
— Senhor, estamos quase chegando ao nosso destino. Prepare-se.
As palavras dele trouxeram de volta a realidade. Levantei-me, agradeci aos marinheiros pela companhia e fui em direção ao meu quarto para me preparar. Sabia que o que vinha a seguir exigiria toda a minha habilidade e foco. Ao olhar pela janela, vi o contorno da costa se aproximando, e uma onda de determinação me atravessou.O jantar com a irmã do mandante estava prestes a acontecer, e eu precisava estar pronto para qualquer coisa.
Com o coração acelerado, finalizei minha preparação, ajustando a gravata e conferindo o olhar no espelho. A imagem que via refletida era a de um homem confiante, mas por dentro, a ansiedade borbulhava. Sabia que a missão não se tratava apenas de um jantar; era uma questão de vida ou morte.
Assim que o navio ancorou, desci a escada até o cais, onde um carro me aguardava. O motorista, um francês de expressão neutra, fez uma breve saudação e me conduziu pelas ruas de Paris. A cidade pulsava com vida, e as luzes brilhantes refletiam o clima festivo da noite. Mas para mim, havia apenas um foco: a missão.Após alguns minutos, chegamos a um elegante restaurante no coração da cidade. O lugar estava repleto de pessoas, conversas animadas e risos ecoando por todo o ambiente. A atmosfera era perfeita para um encontro casual, mas eu sabia que meu objetivo era muito mais sombrio.Entrando no local, fui recebido pela anfitriã, uma mulher deslumbrante com longos cabelos escuros e uma presença magnética. Ela se apresentou como Elena, a irmã do mandante, e seu sorriso encantador me fez sentir um misto de fascínio e cautela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Laços de Sangue
RomansaMorgana e Beatriz Petrov, duas irmãs russas, separadas por brigas do passado. De um lado, Morgana, uma das melhores espiãs da KGB e do outro, Beatriz uma simples dona de cafeteria, mas por trás disso tudo as duas escondem segredos. Certo dias Mor...