Reconciliation Roses•{Jikook}

04•Sincerity

Hellouuu!👋
Boa leitura!

🌹
•Jungkook•

Quando a confiança é quebrada, mesmo de uma maneira mínima, é difícil restaurá-la, porque o nosso coração foi feito para bombear o sangue e não sofrer. Hipocrisia da minha parte pensar assim, já que foi exatamente o que fiz. Graças aos meus erros, a lua de mel, que deveria ser incrível, está recheada de um clima completamente estranho. Não tentei resolver as coisas, o silêncio incomoda e por vezes parece pedir para ser quebrado, no entanto não sei como começar uma conversa com a Min Seo, mesmo depois de tantos anos de amizade.

Olho mais uma vez para o espelho da casa de banho e repito algumas palavras: — As coisas vão resolver-se para todos. — O brilho dos meus olhos não deixa mentir. Quem sou eu para dizer isto? Não consigo resolver nem pequenas coisas da minha vida, quem dirá das dos outros.

— Jungkook, já está pronto? — Min Seo grita do quarto e me tira do transe.

— Ainda não. Me dá só mais dois minutos, por favor. — Ela não responde, então suponho que tenha apenas aceitado a espera.

O espelho pareceu tornar-se o meu confidente. Sabe mais segredos meus do que qualquer outra pessoa. Duas das vantagens de desabafar com ele são o facto de ele não falar e assim não me conseguir julgar. — Vamos, Jeon, precisa ser um pouco maduro, não custa nada. — Lavo a cara com água fria e me sinto um pouco menos tenso.

— Temos de ir, a reserva foi feita para daqui a sete minutos e até chegarmos lá são quase vinte. — Sinto frieza no seu tom de voz.

— Já podemos ir. — Saio da casa de banho e lanço o olhar instantaneamente para o chão.

— Ótimo. — Murmura e num piscar de olhos ouço o barulho da porta do quarto ser aberta. Ela segue até o elevador e me apresso para que consiga entrar juntamente com ela. A porta ia fechar-se em milésimos de segundos se eu não fosse rápido o suficiente para colocar uma mão e assim seguir para dentro.

O espelho do elevador capta a minha atenção e até chegarmos ao andar desejado eu o encaro.

— Pedi para que a recepção chamasse um táxi, nos poupa tempo. — É curta e eu faço um pequeno esforço para compreender.

A viagem até o restaurante foi em completo silêncio, apenas as músicas que passavam na rádio e o cantarolar do taxista impediam que Seo tentasse atirar-me pela janela fora.

— Os jovens estão na cidade a alguns dias, certo? — Seo responde em concordância.

— Como sabe? — Pergunto.

— Sou taxista já há muitos anos e apesar da idade, a memória ainda está bastante boa. — Solta uma risada. — Lembrar-me-ia de caras tão únicas como as vossas. — O clima estranho dá agora lugar a uma imensa ternura vinda da sua parte. — Estão em lua de mel?

— Depende do que quiser pensar. — O senhor franze o cenho.

— Para si podemos dizer que estamos aqui como amigos, já para as nossas famílias, amigos e conhecidos estamos como recém casados. — Sou eu quem responde e não deixo de reparar na feição surpresa da Min Seo.

— Não vos consigo entender, jovens. — Abana a cabeça.

— É algo planeado, não existe amor algum entre nós. — O taxista fica ainda mais surpreso.

Seria ótimo que todos à nossa volta entendessem isso com uma explicação básica. Ter de fingir algo não somos nunca dá certo. Tentar manter uma postura diferente da que realmente queremos ter é algo impossível de fazer por muito tempo. Embora sejamos muito bons nisso, irá sempre haver um momento em que a mentira nos vai escapar por entre os dedos como se não fosse nada. Após sermos descobertos os problemas continuam, seremos olhados de lado, julgados e forçados a ouvir o quanto a nossa aldrabice prejudicou o próximo.