Prólogo

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Estávamos no avião retornando para Tailândia. Meu corpo estava exausto como se eu tivesse corrido uma maratona, minha cabeça doía por tantos pensamentos que cruzavam minha mente nas últimas 24 horas. Tudo que eu conseguia pensar era na mulher menor que estava dormindo ao meu lado, com seu rosto enterrado em meu pescoço e suas mãos entrelaçadas a minha. Tudo se resumia a ela.

Yoko era para mim o presente mais bonito que a vida poderia ter me dado. Ela era tudo aquilo que eu pedi ao universo nos meus momentos mais difíceis. Mas agora que eu havia à encontrado, eu tinha medo de perdê-la, medo que alguém a tirasse de mim, ou pior, que ela fosse embora como tantas outras pessoas foram. E por isso eu tentei durante todos esses meses esconder meus sentimentos por ela, sufoca-lós dentro de mim, tentando me convencer que era um amor fraternal, que o ciúmes na verdade era só preocupação, que o desejo era carência minha, que a saudade sufocante era só o costume de estar perto, mas ela não facilitava e durante meses eu fui capaz de resistir, mas ontem? Ontem eu fraquejei e me deixei levar e agora o medo de ter estragado tudo me consumia como o fogo consumia o oxigênio em um incêndio.

Com os pensamentos fervilhando em minha mente, fui despertada dos meus devaneios com a informação que o avião estava se preparando para pousar. Finalmente estávamos em casa novamente depois da pequena viagem para China. Aquela pequena tour havia mudado tudo e me restava agora lidar com as consequências.

Após todo o estresse de desembarcar e conseguimos nos organizar, foi decidido que devido ao horário, Yoko ficaria essa noite comigo e amanhã eu a levaria para casa em segurança. Desde que tudo havia acontecido, nós não tocamos no assunto e eu sabia que aquilo a estava sufocando, mas como sempre fez, ela preferia sofrer calada ao impor conversas comigo que ela sabia que eu preferia evitar. Eu sabia que assim como eu, ela estava esgotada, então tudo que poderíamos fazer era irmos para minha casa e descansar.

Após quase 30 minutos, o motorista finalmente nos deixou em minha casa. Em silêncio entramos em casa e deixamos nossas malas em um canto qualquer. Yoko não disse nada, apenas sentou no sofá e fechou os olhos. Eu suspirei e me aproximei dela, sentando ao seu lado e fazendo carinho em seu rosto. Eu a amava tanto. Ficamos em silêncio por um tempo, até que percebi as lágrimas descendo por suas bochechas pálidas.

-Yo, porque você está chorando? - Perguntei enquanto secava suas lágrimas, como já havia feito tantas outras vezes.

- Eu estou cansada Faye. Eu sei que você tem seus problemas e suas dificuldades e eu entendo você, eu juro que eu te entendo e tentando ser o mais paciente e compreensível com você, mas eu estou cansada de fingir. Estou cansada de fingir que o nosso amor é fraternal, cansada de fingir que seu ciúmes é preocupação, cansada de fingir que eu não te desejo e te quero como mulher. Eu amo você com tudo de mim e estou apaixonada por você e eu sei que você sente o mesmo, e no começo eu até conseguia lidar com isso, mas cada vez mais difícil e depois de ontem... depois de ter você, de ter me entregado pra você e sentir você se entregando pra mim, eu não sei se conseguirei mais fingir. Eu estou cansada Faye e por isso eu estou chorando. - Ela disse tudo aquilo com os olhos brilhando, a voz embargada e as lágrimas descendo como cascata pelo seu rosto.

E eu estava sem palavras.

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