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14 DE MARÇO, 2004

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14 DE MARÇO, 2004

Malia sentia o ar saindo de seus pulmões por completo, tentando respirar fundo falhando miseravelmente.
Sua primeira competição de patinação no gelo estava prestes a acontecer. Cinco anos completos treinando todos os dias do ano para ser a melhor, e trazer uma medalha de ouro para casa, Malia não sabia ao certo se estava pronta ou não para isso.

Malia Castellane Vieira sempre teve o sonho de se tornar uma campeã mundial de patinação no gelo, e aquela era a maior oportunidade de sua vida. Porém, tudo parecia estar indo por água baixo quando Malia teve sua primeira crise de ansiedade, justo naquele dia.

─── Lia, querida. ─── Malia podia escutar vozes abafadas dentro do banheiro do ginásio. Ela sabia que sua mãe iria procurá-la no momento que ela cogitasse a fugir. ─── Vamos conversar.

Sua cabeça estava a mil, e com apenas dez anos de idade, ela parecia estar sufocando em si própria. A dor em seu peito aumentou, e ela não conseguiu fazer nada além de fechar seus olhos e pressionar seu punho contra seu coração.

─── Abra a porta, eu quero te ajudar.

Vanessa Castellane, mãe da criança, se encontrava nervosa e preocupada com sua filha, já que sabia que a garota não estava nos seus melhores momentos. Ela encostou sua cabeça na porta e implorou mentalmente para sua filha responder e abrir a porta, afinal, ela não era a única a passar por isso na família.

Vanessa era uma ginasta olímpica, tetra-campeã na ginástica artística nas Olimpíadas. E a mulher nunca iria esquecer do dia em que ela teve sua primeira apresentação em festivais, que se encontrava como sua filha estava.

─── Eu já te contei do dia em que quebrei meu pé nas paralelas? ─── A mais velha começou, tentando manter sua respiração controlada. ─── Eu caí na barra maior, e eu fiquei sem andar por umas duas semanas. Graças a Deus seu pai me ajudou com tudo, se não eu estaria perdida.

Malia tremia, e tentava manter suas lágrimas. Sua mãe era seu porto seguro, e só por ela estar perto a menina se sentia bem. Não que seu pai não a fazia se sentir assim, mas Malia e Vanessa compartilharam uma infância parecida.

─── Mamãe. ─── A voz embargada e infantil da garota falhava em cada sílaba que saía de sua boca. Sua respiração descontrolada tinha um som evidente para todo aquele banheiro. ─── Eu... eu não consigo respirar. Não sei se sou boa o suficiente para isso, mamãe.

─── Lia, meu amor. Nós duas sabemos que você consegue. ─── Vanessa começou. ─── Você ainda não tentou para saber se consegue ou não. Não pode só desistir sem tentar. Abre a porta, vamos lavar o rosto e fazer a apresentação que você tantou praticou.

Com o tempo, a respiração de Malia ia voltando ao normal na medida do possível, e a garota resolveu abrir a porta lentamente na procura dos braços de sua mãe.

[    ]  ocean eyes, g. medinaOnde histórias criam vida. Descubra agora