Shadow - Taegyu

the crying of angels

O som da campainha na porta de entrada ecoou, o lugar onde uma música calma ecoava realçando as cores pasteis me fazia sentir em casa.

Um lugar para onde eu corria sempre que me sentia quebrado.

- Bom dia! – Arin nos cumprimentou com um doce sorriso em seu rosto angelical, algo costumeiro que melhorava 60% do meu dia.

Seu cabelo curto estava amarrado em um rabo de cavalo enquanto retirava o avental escuro, seus olhos brilhando como a luz do local.

A alegria de ir embora estava estampada em seu rosto, o que me fazia querer rir.

Sua animação era fofa e reconfortante.

- Bom dia. – Eu cumprimentei olhando ao redor, notando que o lugar estava mais vazio do que o normal. – Parece mais calmo hoje. – Ela suspirou ainda com um sorriso.

Eu me perguntei se algum dia ela iria parar de sorrir.

De certa forma, eu sentia inveja dela.

Mesmo se tudo estivesse desabando ela ainda conseguia manter o seu sorriso, mesmo que isso fosse doloroso.

Mas ela continua agindo como se tudo fosse ficar bem no final.

Eu me perguntava se ela realmente acredita nesse tipo de mentira.

- Isso porque não viu de manhã, pareciam animais famintos. – Fez garras com as mãos nos fazendo rir. – você é o amigo mais recente do Soobin. – ela se relembrou, encarando o mais novo como se estivesse vendo algo raro.

Arin era melhor amiga do Soobin, apesar de se verem poucas vezes. Ainda assim se relembrou do acastanhado, isso realmente havia me surpreendido.

- Sou sim. – O mais novo sorriu envergonhado. – Huening Kai. – Se apresentou.

- Prazer em conhecer você, Ning. – Apelidou rapidamente. – Soobin fala muito de você. Pode me chamar de Arin. – Tambem se apresentou ainda sorrindo. – Você veio ajudar o Beom?

- Uhum. – Assentiu animado. – Nós ficamos preocupados com o trabalho dele.

Uma meia verdade obvia, pelo menos para mim.

Já fazia mais de 2 meses que eu havia começado o trabalho, mas apenas agora a preocupação surgiu das cinzas.

Realmente não entendia algo assim. O que o fazia parecer suspeito.

Ou eu que estava ficando louco?

Ela suspirou levando a mão ao peito, isso demonstrou muito alivio vindo dela.

- Eu tambem estava preocupada, Beomgyu teve...

Eu arregalei os olhos, meu estomago gelou ao mesmo tempo que meu coração acelerou, eu me aproximei tapando a sua boca com a minha mão, quase a derrubando no processo.

- você não precisava ir? Tem aula esqueceu?! – Meu tom nervoso fez parecer que eu estava irritado. Ela me olhou com o cenho franzido. – Kai pode ir lá atrás buscar um avental para você? Fica naquela porta. – Apontei para a porta cinza no final do corredor.

O mais novo assentiu, havia dúvida em seus olhos castanhos, essa que era misturada por interesse e curiosidade, notando o quanto eu estava nervoso.

Não parecia um santo naquele momento.

Havia algo sinistro que rodeava seu corpo, algo que me arrepiava totalmente.

Era um sentimento que eu não conseguia explicar. Parecia que ele pacientemente esperando para descobrir algo, isso de certa forma me deixava alerta.