Inimigos

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Notas: Oi, gente! Desculpem a demora para postar a continuação. Esses últimos dias foram um caos na faculdade. Mas enfim, obrigado a todos que comentaram e votaram no capítulo anterior. Espero que gostem desse também. Boa leitura! Ah e me desculpem qualquer erro :)

"nunca tenha medo do seu inimigo quando não é você que começa a brigar"

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Aquela troca de olhares durou frações de segundos, mas para ambas, o momento pareceu se estender por longos minutos silenciosos, até que Veronica, tomada pelo pânico, se lançou em uma corrida frenética, empurrando as pessoas à sua frente com uma força desesperada. Cada passo, ela olhava para trás, cada movimento era marcado pela urgência de escapar dali.

Já Anita ficou paralisada por um instante, seus olhos fixos no espaço onde a figura encapuzada estivera. A confusão a dominava, tornando difícil compreender a cena tão rápida que acabara de presenciar. Só depois de alguns segundos, a delegada conseguiu recuperar a consciência. Ela olhou ao redor, tentando encontrar algum sinal daquela figura, mas a silhueta já estava perdida na maré de pessoas que se moviam apressadamente.

O pensamento de que aquela era a suspeita atravessou sua mente com uma força quase física, impulsionando-a a reagir. A delegada se apressou, descendo os degraus, correndo em direção a saída. O caos ao seu redor parecia se estender e encolher conforme ela avançava.

Enquanto isso, Verônica se distanciava com um desespero crescente. Já havia conseguido sair do prédio e acreditava ter despistado Anita, mas não por muito tempo. Ela só precisava pegar sua mochila e desaparecer dali.

Suas mãos mergulhavam nas pilhas de sacos de lixo na caçamba ao lado do prédio, a frustração e o desespero se misturando enquanto revirava tudo com uma urgência frenética. A mochila que havia sido jogada pelo descarregador parecia ter se perdido no emaranhado de resíduos ou talvez fosse o desespero que a cegava. O tempo parecia escorregar entre seus dedos, e a tarefa simples se tornava uma luta contra o caos que a cercava. Seu coração batia acelerado, e sua respiração estava irregular, a pressão do perigo iminente pressionando-a ainda mais.

De repente, uma mão pesada pousou em seu ombro. O susto fez com que Verônica saltasse, sua reação instintiva foi agarrar o braço do sujeito com força, imobilizando-o com uma precisão treinada. Ela empurrou o sujeito contra a parede próxima pressionando seu pescoço, a adrenalina pulsando em suas veias.

Mas, ao encarar o invasor, a surpresa a atingiu com a força de um golpe. Não era Anita, como ela havia temido, mas sim Nelson. O choque e a emoção tomaram conta dos sentidos de Verônica, que o encarava como se visse um fantasma, apesar de ironicamente ser ela quem tinha "morrido".

O caos que se desenrolava na vida de Verônica e a sensação crescente de solidão em um mundo que parecia desmoronar se tornaram ainda mais agudas naquele instante. A percepção da falta que Nelson lhe fez surgiu com uma clareza dolorosa. O desespero que a consumia deu lugar a uma emoção saudosa e intensa, um reconhecimento do quanto ela havia sentido a ausência do amigo.

O aperto ao redor do pescoço de Nelson começou a afrouxar lentamente, como se a realidade daquele reencontro estivesse lentamente se impondo sobre a adrenalina do medo. A mente de Verônica lutava para processar a enormidade do que estava acontecendo.

Nelson parecia tão atônito quanto ela, seus olhos fixos nos dela, cheios de emoção. Ele tentou se soltar suavemente, sua voz carregada de um tom urgente e reconfortante:

— Confia em mim — disse ele, a voz baixa e intensa.

Verônica, ainda tremendo, apenas assentiu com a cabeça. As emoções estavam à flor da pele, e as lágrimas que ameaçavam se formar em seus olhos eram um reflexo da confusão e do alívio que sentia. Finalmente, liberou o aperto em Nelson e se afastou um pouco, tentando se recompor.

Em Todos Seus Olhares - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora