𝑮𝒉𝒐𝒔𝒕 𝑷𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒔 ❦ 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏

08 - CAPÍTULO - A ESPERANÇA DO POVO

Rhaena deixou seu corpo cair contra o estofado do divã ao olhar perplexa para sua avó. A notícia de seu repentino casamento a pegou de surpresa, ela não planejava se casar e muito menos tão de repente.

Rhaena ensinava alto valiriano para o príncipe Aegon, claramente havia desenvolvido certos sentimentos pelo rapaz e, havia retribuição nos flertes inocentes do príncipe com ela, além da pequena melhora do rapaz em seus hábitos libertinos.

— Viserys decidiu por este matrimônio, Rhaena — Rhaenys não estava satisfeita, ela gostaria de ter encontrado um pretendente bom e não um príncipe bêbado para sua neta — Nem mesmo Rhaenyra conseguiu persuadir o rei acerca disso.

— Irei me casar com Aegon? — A lady murmurou para si mesma em estado catatônico.

— A princesa Rhaenyra disse-me que o próprio príncipe implorou por sua mão ao pai — Esclareceu a mais velha sentando-se ao lado da neta — Seu pai está furioso.

— Irei me casar com Aegon... — a lady murmurava para si mesma ainda perplexa, como ele pôde fazer uma coisas dessas sem consultar sua vontade?

— Provavelmente você está surpresa e talv... — Rhaena se ergueu furiosa bruscamente.

— Irei socar aquele rostinho bonito e arrancar a língua daquele libertino e enfiá-la no meio de seu... — Esbravejou a Targaryen mais nova.

— Rhaena! — Rhaenys a repreendeu antes que terminasse sua frase imprópria.

— Terei que me casar com Aegon, vovó! — Ela exclamou — Ele é bom comigo? Sim, claro! Mas ainda sim, não estou preparada para um matrimônio e tampouco para o que os malditos verdes planejam!

Todos sabiam, todos estavam cientes de que os Hightower planejavam usurpar o trono da madrasta de Rhaena, e, tendo ela casada com Aegon fariam-na a rainha consorte de Westeros e se tinha algo que a lady gostaria era de não ser uma rainha. Ela tinha uma vida inteira para se dedicar em ser a futura dama de companhia de sua prima, Alyssa, era a melhor amiga da Velaryon, fora que em breve se arriscaria em reivindicar Silverwing. Rhaena sentia-se um fardo por não ter um dragão e sentia que seu pai a julgava por esta razão, então, não teria medo de ir o Fosso dos dragões em Pedra do Dragão para se arriscar uma última vez por si mesma.

— Essa união poderá impedir que muitas coisas possam acontecer! — Rhaenys declarou e Rhaena bufou.

— Não vai impedir vovó — Rhaena retrucou cruzando os braços como uma criança birrenta — Se eu me casar, estarei roubando o direito de Alyssa ao trono, pois tenho certeza que Otto Hightower colocará Aegon no trono mesmo sendo contra a vontade do meu noivo!

Rhaenys elevou uma sobrancelha. Se perguntando onde e como começou esses sentimentos de sua neta pelo príncipe abestalhado?

— Como pode ter certeza de que o príncipe não deseja o trono? — Indagou a mulher e Rhaena a encarou.

— Aegon nunca deteve a atenção do rei e se sente desconfortável com isso — Começou a lady se sentando ao lado da avó — Entretanto, me confessou que nutre uma admiração por Rhaenyra, pela força, pela inteligência dela e que reconhece que ela será uma boa governante, e não ele que não possui preparo algum.

Aegon não queria ser o herdeiro, ela sabia, ele havia lhe contado e Rhaena acreditava nas palavras do rapaz.

— E se for um truque? — Rhaena se calou diante da pergunta da avó — Você não o conhece tão bem.

Rhaenys tinha razão. Rhaena passou as mãos no rosto confusa por aquela confusão toda que Aegon a envolveu. Ela sabia que o príncipe teria de se casar com Helaena, ele havia lhe dito que não desejava se unir a própria irmã e que preferia alguma lady, também contou-lhe que o rei planejava guardar Rhaenyra para que quando Aegon fosse grande pudesse desposar da herdeira do trono. No entanto, lá estava Rhaena, sendo a futura esposa do príncipe dos verdes, traindo sua própria família. Este pensamento fez seu estômago revirar em medo, aflições e desespero, imaginando-se em uma guerra, onde mortes poderiam ocorrer, principalmente de sua família, sua irmã, seus primos, seus avós e pior, de seu pai, madrasta ou pior, de sua prima. Rhaena conhecia a princesa, tinha um espírito destemido e valente demais para seu próprio bem, diria que era uma versão semelhante de Baela, ambas poderiam montar seus dragões e causar a destruição de Porto Real em minutos se assim quisessem ou se fosse pedido por seus pais.