ᴇsᴄᴀᴘɪsᴍ • Lucerys x Aemond

I - O mensageiro

Pov. Lucerys

Em um inesperado sobressalto, me levantei assustado, meu coração batia forte e sentia as gotículas de suor escorrendo pelo meu rosto, parecia que tinha esquecido de respirar e tive que me consentrar para voltar a si novamente. Havia tido um pesadelo terrível, no qual era atacado por uma enorme sombra escura, enquanto voava com meu dragão, Arrax, e no momento seguinte só sentia a sensação de estar caindo em queda livre do céu.

Estou tendo esses sonhos com frequência nas últimas semanas, em cenários diferentes, mas sempre acabo caindo de algum lugar, e acordando logo em seguida. Poderia pensar que isso seria um presságio, o que não seria novo, tendo em vista a história da família Targaryen e seus antecessores. Porém, não sou de fato sangue puro, com cabelos prateados e olhos violeta, como muitos opositores da minha mãe adoram lembrar, então acredito que esses sonhos proféticos não cairiam sobre mim.

Sendo assim, prefiro pensar que só estou muito afetado com os últimos acontecimentos de sucessão que estão ocorrendo na minha família. Todo esses assuntos de guerra, táticas e alianças me deixam nervoso e angustiado. Mesmo sendo treinado desde de criança, agora estando no princípio de uma batalha catástrofica, não me sinto realmente preparado para isso, afinal ainda sou um escudeiro. E para ser sincero, não sei se alguém de fato está pronto para uma possível guerra entre dragões. O Reino estava em paz à muitos anos, ninguém novo demais como eu, presenciou algo assim acontecendo antes, e é extremamente assustador, afinal ninguém deseja morrer.

Deixo meus pensamentos para lá e levanto da cama, me arrumo e me visto rapidamente. Me deixei levar e acabei dormindo demais, estando atrasado para a reunião matinal no salão principal. Todas as manhãs a Rainha legítima, junto ao seu conselho, discute sobre o andamento do que está se tornando uma guerra fria entre os pretos, o lado que apoia a Rainha legítima, e os verdes, que apoiam o usurpador, Aegon II.

Apesar do conselho de Rhaenyra apoiar a iniciativa dela de reivindicar o que é seu por direito o quanto antes. Minha mãe insiste em não dar o primeiro movimento nesse xadrez dos tronos. Ela usa a coroa do seu pai, a qual já foi do Rei Jaehaerys, o Conciliador, ou seja, o desejo dela é seguir por uma lógica que evite a carnificina descompensada e em vão.

Caminho em passos largos pelos corredores do castelo, e de longe vejo Rhaena, que segurava algo em suas mãos. Tinha um sorriso no rosto, e vestia um lindo vestido vermelho. Conseguia ver que ela usava o colar que à dei no seu último aniversário, e eu acabo sorrindo com esse pensamento.

Rhaena foi prometida pra mim logo após o casamento entre minha mãe Rhaenyra, e o pai dela, Daemon Targaryen. Essa união foi proposta com o intuito de juntar as familias Velaryon e Targaryen, mais uma vez. Mas também, para fortalecer a minha sucessão como Senhor das Marés e Lorde de Derivamarca, e claro, a de meu irmão Jacaerys Velaryon, como sucessor ao Trono de Ferro, após a morte de minha mãe. No entando, mesmo antes da promessa de casamento, eu e Rhaena sempre fomos próximos e confidentes, acima de qualquer coisa, somos muito amigos.

Quando nossas classificações foram apresentadas para os Lordes, era quase óbvio que juntariam nos dois e nossos irmãos. Eu, Baela Velaryon, a irmã da Rhaena, e minha mãe, somos omegas, ou seja, podemos gerar herdeiros. Já meu irmão Jacaerys, Rhaena e o pai dela Daemon, são classificados como alfas, sendo mais altos e robustos em relação aos omegas, todavia, nem sempre essas características são vistas em todos os indivíduos alfas, alguns podem ser baixos e franzinos.

- Tem coisas que nunca mudam - disse ela rindo de mim. Ri com ela pela situação, tenho fama de me atrasar as vezes, Rhaena e Jace, adoram pegar no meu pé por causa disso. Mas logo lembrei do sonho e não pude evitar minha cara de aflição e inquietude, mordendo o lábio inferior. - O que foi? São aqueles pesadelos denovo? - questionou ela, agora com um semblante preocupado.