Pov. Aemond
Durante à tarde, em um dia ensolarado, saí da sala do conselho, ainda digerindo a proposta de meu avô, Otto Hightower, de me mandar até as Terras da Tempestade para conquistar a aliança da Casa Baratheon, afinal eles são uma das casas mais importantes de Westeros, e conseguir seus exercícios para o nosso lado era primordial.
Deixei claro para os presentes na reunião que sairia ainda hoje para a missão, não podíamos perder um minuto, principalmente agora que estávamos em conflito com os pretos oficialmente. E não me perdoaria se perdesse um aliado tão notável para o lado de Rhaenyra, simplesmente por não realizar a tarefa rápido o bastante. Agora mesmo eles poderiam estar enviando alguém e isso me inquietava.
Descia as escadarias do castelo, com a cara entediada de sempre, quando fui parado pelo meu irmão e Rei, Aegon II, juntamente com sua tropa de súditos de casas menores e pouco conhecidas, que eu particularmente não me dei o trabalho de decorar os nomes. Eles tinham expressões despreocupadas no rosto, o que não condizia com a tensão que pairava no ar da fortaleza vermelha nas últimas semanas.
Alguns Lordes estavam angustiados, com medo de uma possível guerra em Porto Real, a falsa rainha tinha uma quantidade maior de dragões, apesar de jovens e pequenos, e poderia reivindicar o trono a qualquer momento. Mesmo Otto os relembrando com frequência de que nosso lado possui o maior dragão da terra, eles parecem não mudar suas convicções quanto a isso, e andam murmurando pelos cantos sobre nossa "frágil defesa militar". Por mais que seja uma loucura e fora da realidade pensar assim, não posso julga-los, uma guerra pode atormentar a mais sã das mentes, ainda mais quando não se sabe quem dará o primeiro golpe. Se eu voar com Vhagar até Ponta Tempestade, e conseguir o apoio de Borros Baratheon, talvez até consiga começar a mudar essa percepção equívoco das pessoas na corte, quanto mais poderio bélico tivermos, menos os súditos temeram nossos adversários.
- Irmão, eu e os caras estamos indo para a Rua da Seda, comemorar a prosperidade do meu reinado - falou Aegon, com seu irritante sorriso abestalhado no rosto. - Vamos conosco antes da sua primeira missão em meu nome. - Suas palavras eram ditas com convicção, mas eram muito burras para alguém em sua posição.
- Se tivesse prestado atenção no conselho de hoje, veria que não há nada com o que comemorar Aegon. - falei fixando o olhar no dele, mantendo a cara fechada. Apesar de sermos alfas, ele é mais baixo do que eu, então estufo o peito e tento passar um ar de autoridade. - E eu nunca iria me sujeitar a andar com você e sua corja de lambe botas entre vielas e bordéis infestados de pulgas. - disse aquilo de maneira firme. Tentei alertá-lo mais uma vez, e fazê-lo entender que agora ele era um Rei, e esses comportamentos libertinos teriam que acabar. Porém, sua expressão muda e ele solta uma gargalhada alta e esganiçada, assustando os criados e nobres que passavam em nosso entorno.
- Por isso eu nunca te chamo, irmão - expressou ele, ainda tentando controlar as gargalhadas descompensadas. Ele raramente me chamava para suas fugidas do castelo, pois eu sempre negava. Beber até cair e ser carregado nas costas de um guarda real até a fortaleza, não era um hobby no qual compartilhava com meu irmão - Sua companhia é sempre tediosa, quando não está mal-humorado, está desagradável assim...- falou isso com uma expressão falsa de tristeza no rosto, porém, mudando logo para uma feição maliciosa. - Cuidado Aemond, isso é tesão acumulado, se continuar assim pode acabar explodindo suas bolas - ele realmente se sentia muito engraçado, e sempre tentava zombar de mim na frente dos outros.
Aegon achava que eu deveria ser como ele, e "aproveitar mais os prazeres da vida", nas palavras do mesmo. Eu simplesmente nem reagia mais, apenas o observava até que ele conseguisse o que queria, hoje entendo que ele faz isso apenas para esconder suas próprias inseguranças, e prefiro ignorar.
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ᴇsᴄᴀᴘɪsᴍ • Lucerys x Aemond
FanfictionDepois de uma quase morte, e vários infortúnios que se sucederam durante uma missão do conselho, Luke agora se encontrava refém de seu tio Aemond, trancado em uma caverna no meio do nada, apenas com a presença um do outro, e uma incerteza diante de...