V - Os pretos

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Pov. Lucerys

Acordei ainda um pouco desnorteado, olhei em volta e Aemond não estava em lugar algum. Me levanto, e caminho até a abertura da gruta. Quando já estou fora dela, tendo me acostumar com a claridade, pois naquela manhã o dia se encontra ensolarado, e o céu, não possuía uma nuvem se quer.

Procuro pela praia e vejo o mais velho, há uma distância considerável, observando o mar a sua frente. Parecia tão inerte em seus próprios pensamentos, que não reparou que me aproximava. Em sua habitual postura firme e altiva, ele tem os braços cruzados atrás do corpo e seus longos cabelos platinados se agitam com o vento que sopra em sua direção.

Quando ele nota minha presença, acaba se assustando e em um sobressalto, da um passo para trás. Sorrio para o alfa e não sou comtemplado com o mesmo gesto, pelo contrário, sua expressão é fria e indiferente. Aquilo me deixa um pouco magoado, achei que depois da nossa calorosa interação ontem a noite, as coisas mudariam entre nós, ou pelo menos tornaria esse conflito mais ameno.

- Oii...- começo cumprimentando ele, estou um pouco envergonhado ainda, as lembranças viam em minha mente, e faziam minhas bochechas ficarem vermelhas.

- Precisamos esclarecer alguns termos do nosso acordo antes de partirmos. - ele fala em um tom sério, sem rodeios ou saudações.

- Quais termos? - questiono, agora sem o mesmo sorriso no rosto de antes.

- Meus irmãos e sobrinhos devem receber total benevolência de sua mãe... se um fio de cabelos deles for tocado... eu o mato na mesma hora e nosso acordo morrerá junto de você - o alfa diz ameaçador. Engulo em seco, o que ele pede não é nada absurdo e nem um problema, mas a maneira com que ele fala a ultima frase me deixa temeroso.

Aquilo me faz voltar a realidade, os sintomas do pré-cio estão fazendo com que minha razão se distorça em relação aos meus reais sentimentos. Não posso esquecer o ódio que o outro sente de mim, e o quanto que essa situação é perigosa. Nem sei se realmente posso confiar na pessoa a minha frente. Tenho me agarrado demais à história que construímos no passado e não enxergando a realidade que se passa diante dos meus olhos.

Estou agindo como um tolo apaixonado, enquanto horas atrás ele e seu dragão matavam Arrax. Não posso confiar em um afeto que sentia quando criança e me deixar levar pelo calor animalesco de um cio.

- E isso também serve para... Aegon. - ele quase hesita em dizer o nome do irmão, mas desvia o olhar e pronúncia, meio à contra gosto.

- Aegon usurpou o trono de minha mãe, como acha que ele não sofrerá as consequências disso? - digo com raiva, perdendo um pouco a paciência com aquela discussão. Eu realmente preciso que ele siga o combinado, no entanto, não posso aceitar que ele peça algo absurdo como aquilo.

- Você fará Rhaenyra atender meu pedido... Ou será que prefere ser prisioneiro de Alicent HighTower? - ele fala debochando, como se quisesse me lembrar que meu destino está em suas mãos ainda, e não o oposto. Recuo um pouco, e procuro esvaziar a mente, pensando com mais clareza agora, preciso ser cauteloso com minhas palavras.

- E quebraria a sua promessa? - pergunto, tentando transparecer pelo meu semblante toda decepção e desgosto que sentia no momento - Agora eu sou a porra do seu omega... ou esqueceu que sua marca está gravada em minha pele? - meu coração se aperta, e a região onde o alfa fincou suas presas arde como uma queimadura.

Ele sorri.

- Essa marca é temporária, e cá entre nós, no estado que estava ontem, abriria as pernas para qualquer um que passasse pela frente. - ele simplesmente despejou suas ofensas em cima de mim, com um sorriso malicioso em seus lábios. Suas palavras eram como facas, me ferindo sem dó, mas seu olhar me dizia algo diferente, no qual não conseguia compreender, era quase como uma suplica ou angustia entalada na garganta.

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⏰ Última atualização: Oct 19 ⏰

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ᴇsᴄᴀᴘɪsᴍ  • Lucerys x Aemond Onde histórias criam vida. Descubra agora