Guerra Dos Receptores • Jacegon A/B/O

Fecundadores e Receptores

Os Deuses sabem perfeitamente quais pais podem receber os Fecundadores e quais podem receber os Receptores.

Viserys Targaryen, rei há vinte e oito anos, demorou muitas gravidez e duas esposas para que tivesse um Fecundador. Em todo seu casamento com sua primeira esposa, a Rainha Aemma, ele rezou por um filho fecundador, porém recebeu apenas uma menina receptora, dois natimortos, duas gravidezes interrompidas e um bebê que morreu ainda no berço. Sua esposa, tão adorada por toda a plebe, parecia ser odiada pela Mãe. Ela tirou todos os bebês de Aemma, exceto por Rhaenyra.

A Princesa, primogênita do Rei, o deleite do reino, foi nomeada herdeira. Sua outra opção era desastrosa e ele realmente acreditava que Rhaenyra poderia ser uma boa Rainha um dia. Aemma sofreu tanto para dá-lo um filho... Ela morreu tentando. Ele a deixou morrer, deixou que cortassem seu abdômen e retirassem a criança à força. Viserys nomeou a filha de Aemma herdeira do trono de ferro porque não amou sua esposa o suficiente em seus últimos dias, mas amaria a parte dela que lhe restou com todo seu coração. Rhaenyra foi o maior amor da falecida Rainha.

Em seu segundo casamento, com a jovem Lady Alicent Hightower, ele precisou de duas gravidez até chegar Aemond, seu primeiro filho Fecundador. Antes dele tiveram Aegon e Helaena, ambos receptores. Diziam ser uma vergonha que Viserys tenha nomeado seu segundo filho sobrevivente ao primeiro dia de nome, de Aegon. O Conquistador era um alfa forte enquanto o filho de Viserys era um ômega miúdo e birrento.

Porém o Rei desejou tanto que aquele menino fosse um alfa, que ele o nomeou de Aegon antes de saber sobre sua naturalidade, antes da criança nascer e se mostrar um ômega. Ele o amou de qualquer forma, era seu segundo bebê saudável depois de muitas perdas. E Rhaenyra era a herdeira de qualquer forma. Ter um filho fecundador provaria aos lordes que ele era forte e poderia dar ao reino um cavaleiro, guerreiro, um alfa! Mas Viserys não conseguiu. Ele teve duas esposas e não conseguiu, então o problema devia ser com ele. Era o que ele pensava na época.

O Rei se contentou. Ele tentou ficar satisfeito com o que já tinha. Deu uma cadeira no conselho para Rhaenyra e passou mais tempo admirando-a do que ouvindo seus conselheiros. Ele tentou se aproximar de Aegon, o que era difícil, mas mesmo assim tentava passar algum tempo com o menino. Viserys observou Helaena dormir muitas noites, admirando sua beleza. Ele percebeu que tinha três filhos saudáveis e era tudo que importava.

Quando Alicent deu à luz a um alfa, já não era mais importante para ele. Sua Mão, o conselheiro mais importante e também pai de sua esposa, sugeriu que ele nomeasse Aemond herdeiro - afinal, o menino era neto dele e Otto Hightower queria seu sangue no Trono. -, não foi uma sugestão única, foram várias vezes. Viserys o dispensou, pois não mudaria de ideia. Rhaenyra seria Rainha. Aemond poderia até ser o segundo na linha de sucessão, mas isso não durou muito, pois a princesa teve filhos.

E quando Daeron, outro filho alfa seu com a Rainha Alicent nasceu, ele sorriu e disse que isso era ótimo. Mas já não importava. Crianças se tornaram somente crianças, Viserys estava feliz deles serem saudáveis. Fecundadores ou Receptores. Eram todos crianças que encheriam o castelo de alegria.

Deixando a vontade de filhos fecundadores para trás, Viserys conheceu um novo problema. Esse era menos político, mais familiar, menos ignorável. Sua esposa, que costumava ser amiga de Rhaenyra durante a infância, passou a odiá-la. Ela deu alguns motivos para isso. A Rainha contou que Rhaenyra a tratou com desprezo após o casamento, a princesa sentiu-se traída ao ver sua amiga casar-se com seu pai. Porém o que mais incomodava Alicent e sobre o que ela mais falava era sobre como Rhaenyra estava insultando o reino ao ter filhos de cabelos castanhos quando seu marido era um valiriano de cabelos brancos. Alicent questionava a legitimidade dos filhos da princesa.

Viserys defendeu a filha sem pensar duas vezes. Afinal, questionar a legitimidade dos filhos dela era traição.

O Rei não era um tolo, ele tinha conhecimento de que o casamento de Rhaenyra com seu esposo não rendeu frutos, mas Sor Laenor Velaryon e seus pais não pareciam se importar. As crianças eram tratadas como verdadeiros Velaryon e eram amados por sua família. Rhaenyra e Laenor sempre sorriam quando estavam juntos. Viserys não entendia o porquê de sua filha não ter carregado a semente de seu próprio marido, mas ele tinha certeza que era uma decisão mútua e que todos estavam de acordo. Que as crianças eram educadas, felizes, ensinadas sobre sua ancestralidade e seriam bons para coroa um dia. O motivo de Alicent se incomodar tanto com isso era desconhecido. Ela parecia ser a única nos sete reinos que se importava se os filhos de Rhaenyra tinham cabelos brancos ou não.