Gehenna 2

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Yukio andou reflexivo para casa. A aula parecia que tinha passado voando. Ele ficou feliz de finalmente poder conseguir se inscrever naquela classe. Alguns boatos diziam que aquele curso era apenas para malucos simpatizantes de demônios ou até mesmo nephilins. Mas tudo parecia normal, apenas uma aula de política ou história comum, só que com o foco em Gehenna. Os humanos deveriam querer saber mais sobre o mundo demoníaco para poder formular melhores estratégias de combate, não é?

Porém, o que mais intrigou o jovem Okumura foi o Segundo Rei Demônio ter concedido informações sigilosas para o Vaticano. Não havia sentido para que ele fizesse isso. Ele não conseguiu pensar em uma justificativa pertinente que pudesse explicar esse fato. Apenas se ele estivesse pensando em se render ou se ele fosse um simpatizante da causa humana, o que era impossível para o temido Segundo Rei Demônio fazer.

Alguns rumores dizem sobre incidentes com chamas azuis a alguns anos atrás por todo o mundo oriental. Muitos postos de exorcistas foram ateados com um fogo azul que era visível a quilômetros de distância. Ele se lembrava muito bem desse dia, como se não tivesse acontecido a cerca de cinco anos atrás.

Sua mãe, Yuri, havia sido convocada para uma reunião de emergência de exorcistas de Primeira e Segunda Ordem Superior de todo o Japão. Aparentemente, o foco era em garantir o maior número de sobreviventes possível. Yuri estava muito nervosa naquela noite, ela quase teve um ataque de pânico se seu pai não tivesse ido consolá-la e a ajudado a ficar sã novamente.

A situação com seu padrinho não foi muito diferente. Shiro passou dias procurando pela origem das chamas, apenas para no final dizer que foi feito do Segundo Rei Demônio e que ele estava muito irritado por algum motivo. Nesse meio tempo, Yukio ficou no mosteiro de seu padrinho, juntamente com os padres para que ficasse seguro enquanto seus pais estavam terminantemente ocupados.

Perdido em seus pensamentos, Yukio chegou em casa mais rápido do que planejava. Ele ficou parado em frente a porta do apartamento, próximo a casa de seu tio, pensando um pouco sobre os eventos passados. Mas, ele afastou esse tipo de pensamento, ele estava ansioso demais para pensar no passado.

Abrindo a porta, Yukio se deparou com sua mãe, usando uma roupa casual e com seu longo cabelo preso em um coque baixo, fazendo jantar para a família. Ela estava cantarolando uma música que ele não conseguiu reconhecer.

— Mãe, cheguei. — Yukio anunciou.

— Querido! Como foi sua primeira aula de Política Interna de Gehenna? — Yuri respondeu, parando de mexer na panela que estava em fogo baixo para comprimentar o filho.

— Foi interessante mãe. — Yukio disse colocando a mochila em algum lugar e sentando na mesa de jantar — Eu descobri que as informações sobre a Política de Gehenna foram fornecidas pelo próprio Segundo Rei Demônio. Estranho, não?

— Bem — Yuri pareceu pensativa antes de dar uma resposta e sentar à meso junto a seu filho —, as opiniões sobre o Segundo Rei Demônio são um tanto quanto controversas. Muitos acham que ele, diferentemente do Primeiro Rei Demônio, pode finalmente firmar um tratado de não agressão entre os mundos. Mas isso seria bem desvantajoso para o lado demoníaco, já que as mortes do lado deles são insignificantes quando comparadas ao lado humano. Além de que o Segundo Rei Demônio é muito passivo aos acontecimentos em Assiah, ele não faz nada para impedir que os demônios façam o que fazem. Além daquele incidente, você sabe qual. O que pensa sobre ele, Yukio?

— Eu não entendo muito sobre o que realmente aconteceu naquela noite. Digo, ele matou diversos exorcistas, mas não parecia ter o objetivo de acabar com a raça humana, me pareceu mais um ataque de raiva do que qualquer outra coisa. Além de que, além da Noite Azul, ele nunca mostrou presença em Assiah.

— Você está correto Yukio, mas eu gosto de pensar positivo e confiar nas pessoas até que elas me deem um motivo para não confiar nelas. Ele, muito provavelmente, concedeu as informações para o Vaticano a fim de se reconciliar e deixar os humanos menos hostis em relação a seu governo. Não sei muito mais do que isso, então preste atenção nas aulas e me conte mais sobre isso depois, certo?

— Certo!

— Agora, vá chamar seu pai, a janta está quase pronta.

Yukio se levantou da mesa, indo para um dos quartos de seu apartamento médio. Não era um apartamento de luxo, mas não era um apartamento pequeno e desarrumado. Era confortável para uma família de três membros morar. Quando estava no meio do corredor, o jovem se lembrou de algo e se virou para sua mãe, que estava colocando a comida na mesa:

— Mãe, que horas Rin chega amanhã?

Yuri terminou de colocar a mesa e virou para seu filho e disse sorrindo:

— Logo depois da sua aula acabar.

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